Proibição de fumar
Fumei durante bastantes anos e, com o passar destes, verifiquei aquilo que todo o fumador verifica no que respeita ao seu organismo. Não vou especificar.
É inegável que o fumar me dava prazer, me fazia companhia, era um modo de passar o tempo … enfim pequenos prazeres que reconheço e relembro com saudade.
Tentei por duas vezes deixar de fumar. Da primeira vez consegui estar 15 dias sem o fazer e da segunda um mês.
Até que um amigo meu contraiu cancro no pulmão, o que me admirou, pois ele não fumava. Era um companheiro de poker e passávamos noites naquele ambiente de fumo espesso que reina numa pequena sala de jogo (clandestino) mas que era uma forma de passar o tempo nas pequenas vilas do interior.
Foi um sofrimento indescritível, eu estava no hospital a visitá-lo na véspera da sua morte e a ouvi-lo gritar:
- “mas ninguém me ajuda? Ajudem-me, por favor.”
Não compreendo ainda hoje porque não o mantinham “sedado”, já que se encontrava na fase terminal.
A partir daí deixei de fumar. Nunca mais fumei. Há as explicações médicas de habituação do organismo, patati, patatá, que não se pode deixar de fumar de repente…
Há é uma questão de força de vontade, ou existe, ou não existe. É uma questão de opção: fumar, ou não fumar.
Se uma pessoa que fuma, sabe tudo isso e continua a fumar, está no seu pleno direito de o fazer, mas não tem é o direito de prejudicar os não fumadores que estão compartilhando o espaço público onde o fumador se encontra. A sua liberdade termina onde começa a liberdade dos outros.
O civismo deveria traduzir-se e tem de traduzir-se, não só na condução automóvel, como tanto se reclama e justamente, como em todos os actos da nossa vida quotidiana. Mas quando é a Entidade máxima a prevaricar … Felizmente que os fumadores anónimos, embora com sacrifício, o que é natural, têm aceite as medidas proibitivas e restritivas.
Enviaram-me o artº 4º, nº1, alíneas a) e b) da legislação publicada:
Não sei se é este o texto exacto. Teria que consultar a legislação publicada e não estou para isso. Mas se é e fosse funcionário público e ainda por cima fumador, garanto-vos que não ficava nada satisfeito com a distinção que parece existir entre as situações da alínea a) e as da alínea b).
11 Comentários:
gosto desta lei e sou fumadora.
e concordo plenamente contigo quando dizes que "Há é uma questão de força de vontade, ou existe, ou não existe. É uma questão de opção: fumar, ou não fumar."
é tarde e nao tenho cabeça pra dizer mais alguma coisa.
Boa noite*
Ps sim, Peter, ainda ando por cá por baixo..
Eu fui fumador, apreciei partes da Lei mas já não aprecio a confusão que se lavrou a partir da mesma. Não sei se propositada ou não, mas enfim...
quin[tarantino]
Possivelmente propositada. Interessa agradar a "gregos e troianos".
Fiquei na dúvida se os locais onde estão instalados orgãos de soberania e serviços do Estado, são, ou não, "locais de trabalho".
Pois sim.
Há qualquer coisa que não joga certo...
Interessante distinção...
De facto quando as pessoas não vão lá por educação e civismo, têm de ir lá por lei, infelizmente...
nem estás tu para consultas, nem eu. mas que é hilariante, isso é...
abraços
Pois é, é assim que eles falham.
Afinal uns trabalham, e outros o que fazem?
Se fôssemos fazer uma pesquisa a sério, posso imaginar o que encontraríamos.
Não sou fumadora, e acho esta lei muito radical, mas já que as pessoas não vão lá com o civismo, pois pagam todos.
E, com dizes, a falta de civismo não é só dos fumadores, é em tantas situações do nosso dia a dia!!
Um abraço
Confirmo que deixar de fumar é muito fácil quando se apanha um susto como eu apanhei em princípios de Julho.
Numa semana fumei 2 cigarros por dia, na seguinte 1 e depois...nunca mais!
Costuma-se dizer que quem tem cu tem medo!
ah ah ah
Abraço
(felizmente não era nada de especial...mas teve o efeito benéfico de acabar com um vício de 40 anos)
O Marcelo tem duas páginas no SOL com o título BLOGUE, todas as semanas, separadas por dias. Não sei se conhecem.
Incluído em “Quarta – 16 “ – “Lei com fumo” : FUMO : ….(Transcreve o art 4º. , número 1, alíneas a) e b) :” Perguntas: pessoas colectivas públicas não são Administração Pública e nos locais da alínea a) não se trabalha ? Legislador de dó “
Hum... Olha eu, igualmente, fumei durante cinquenta anos! Era um prazer fiel. Dizes que deixar de fumar é questão de força de vontade! Tchah, nem pensar. Não tem nada a ver com a vontade. É uma pura questão de desintoxicação e de desabituação. Basta começar a não fumar e assim continuar. A mim, foi o quie sucedeu: deixei de fumar pura e simplesmente: estou assim há mais de dois anos, não sinto falta nenhuma, ganhei foi um novo hábito de não fazer nada: passei a resolver puzzles do sudoku: é igualzinho ao cigarro: abstraio, não faço nada! Contudo, sou capz de concordadr contigo que para não voltar a fumar é preciso algo que eu não chamaria força de vontade mas sim motivação racional, forte, para não o fazer. No meu caso, chegam-me duas excelentes razões: estou e sinto-me melhor dos brônquios e poupo imenso dinheiro por ano! pois fumava muito, dos cigarros mais caros, e também charutos às vezes! Sobre a nova lei, acho-a ignominiosa, um hediondode fascismo higienista. Se fosse eu o legislador, permitiria fumar em todos os espaços fechados, embora numa área limitada a trinta por centro da superfície, com qualquer dos sistemas de ventilação do mercado!
Abraço, Peter
Vasco
Vasco
Basta começar a não fumar e assim continuar.
Foi assim que fiz. Penso que isso é força de vontade. Mas adiante, o importante foi ter notícias tuas, que me levou ao teu blog colocado já nos n/links, sob a referência "Vasco".
Foi a "bluegift", sempre dentro dos acontecimentos, que me alertou para o teu comentário.
Um grande abraço.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial