Escolhas mal feitas…
Às vezes há uma dificuldade enorme em ter assunto.
Isso porque não se busca perto de nós, onde nos afecta.
Mas, de repente, começamos a lembrar-nos, não da notícia do jornal, não daquele indivíduo do Kazaquistão ou de Braga - que para o efeito dá no mesmo-, mas do nosso parceiro ou de nós mesmos.
E foi assim. Aparece-me bem delineado o gabinete onde passo a maior parte do tempo que estou acordado. Aqui passeio a neura.
Nunca gostei de estar fechado. Durante uns anos ainda andei na rua, a colher imagens. Durante uns anos tive uma actividade criativa. Não muito, é certo, mas um pouco.
Depois, sem saber como, fui remetido para este gabinete onde me desgasto em cada dia, onde não há espaço criativo.
Não foi para isto que estudei jornalismo. Foi para dar continuidade a um percurso profissional, lógico, pensava eu. Esqueci os amigos na fila, esperando ansiosos à porta.
Na minha ingenuidade, e já nem tinha idade para isso, ainda acreditei que esse era o desenlace natural, depois desses anos a ser uma espécie de jornalista, só que institucional.
A verdade é que, sem saber bem como nem porquê, me vejo na situação ingrata, que já conheço de tantos outros, e que sempre contestei – a unidade de queimados.
Ups!!
Afinal, talvez haja um motivo.
Pois é. Esta história de ser boca aberta e pagar por isso já vem de longe. O pior é que a tendência é para piorar.
Um colega meu dizia: “é pá, isto, cada vez mais, a gente tem que manter é a boca caladinha…”.
É que ainda por cima os únicos cartões que tenho são os de Multibanco. Dos outros, bem, dos outros nunca quis e dificilmente irei querer.
A música continua a estar bem...
Bluegift, às tantas isto é da música...
12 Comentários:
e assim, passam os dias
*
bem, lucia, se os dias passassem só assim... mas não. sempre se faz mais qualquer coisa, após...
há quem já nem consiga fazer qualquer coisa, após..
Meu caro António
Em determinada altura da minha vida, fui posto na "prateleira", que julgo corresponder à tua "unidade de queimados".
Os tempos eram outros, é certo, mas sacrificando fins de semana a estudar, frequentando aulas nocturnas (quantas e quantas vezes voltava da Fac e continuava a estudar pela noite fora) consegui pôr-me ao abrigo de qualquer eventualidade.
Mas continuei a lutar e acabaram por me fazer justiça.
A situação que descreves é bem mais usual do que se pensa.
Espero que mude para ti.
Bfs, abraço.
Ah... voltarei a este lado.
Quero ler mais para trás no tempo
Um abraço
Meg
Estou com os copos e cheguei agora a casa.
Ainda é um bocado cedo, eu sei, mas. se quiseres, amanhã poderás ler para trás no tempo. Basta perguntares.
Vamos ver se encontro a cama ...
eheh!! Estamos bem! Acabei de escarrapachar orgulhosamente o emplastro, que simpaticamente nos atribuíste!
Passei anos após anos, medindo as palavras, gerindo emoções e calando a indignação. A minha condição militar, durante duas décadas não o permitia! Hoje conquistei o direito a dizer não e essa conquista faz de mim, mais interventivo e sincero!
Um grande abraço infernal!
Nilson, como dizes, estas situações são muito frequentes. Só na instituição onde trabalho (por asim dizer... e eu tento...) há das mais variadas, acredita.
Caro Belzebu, sou filho de um militar que de vez em quando lá tinha as suas chatices e não se arrependeu... Eu sou objector de consciência. Espero que isto responda...
Lucia, tem dias tem dias... pois... mas há sempre alguma coisa criativa que temos que fazer. O resto é a rotina...
Meg, volta então e diverte-te que isto é mesmo isso e também para pensar um bocadinho.
Peter, eu ainda não me rendi completamente. Pena que essas instituições que se chamam sindicatos quando têm de dar a cara MESMO, se encolham como ratos. Ah os tachos, os tachos...
Meu Caro ANT
Só por esta "tirada", 100% verdadeira, merecias a "medalha de ouro":
"Pena que essas instituições que se chamam sindicatos quando têm de dar a cara MESMO, se encolham como ratos. Ah os tachos, os tachos..."
pois é. isto de "ter coluna vertebral" hoje em dia e um luxo.
sei do que falas.
não te ponhas a pau, não! ainda te fritam...
Porque será que aos 50 e poucos anos um tipo é considerado velho?
Será que quem nos julga pensa que é mais novo do que nós, o pobre coitado?
Abraço
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