Condenados...
Os últimos dias têm sido perturbadores. São as crises económicas, a violência...
A violência...
A notícia chocou-me.
A mulher, de 40 anos, matou os filhos de 11 e 8 anos.
Não me considero mais sensível que a maioria das pessoas o que, neste caso, nem é preciso ser extraordinariamente sensível para sentir horror.
O que pode levar uma mãe a matar os filhos, e de forma tão violenta, hedionda?
O suicídio é sempre violento. É como que a derradeira vingança pela impotência em resolver um conflito interno, real. Sublinho real.
A mulher sofria de depressão. Grave, porque impeditiva de trabalhar.
Como esta mulher, muita gente passa por este tormento. Em silêncio. Porque doença é ter febre e espirrar e tossir e esvair em sangue.
Confrontados com o alucinante ritmo da vida que escolhemos, quantos de nós podemos garantir que um dia não passamos para o outro lado do risco?
Confrontados com essa impotência em lidar com o nosso interior magoado, que apoios teremos?
É assustador que a política de tratamento de doenças mentais, que é disso que se trata, se mantenha quase que inalterada.
E o sofrimento será sempre silencioso. Resta a magia do comprimido. Da droga legal. Porque os orçamentos não comportam os preços de terapias honestas e eficazes.
Para além disso, resta uma ida à bruxa e acreditar que tudo é um feitiço que alguém nos lançou.
A Madie continua desaparecida.
Foi ultrapassada a esperança de a encontrar viva. Pelo menos assim parece. Tal como outras madies, também ela foi vítima de um crime.
Um crime que ainda não tem dono. Mesmo se parece que sim. Que foi a mãe, o pai ou ambos.
Choca-me a ligeireza com que se muda de opinião neste caso. Como noutros.
O casal, antes lindo, antes maravilhoso, é agora culpado antes de ser acusado.
A face maravilhosa de Kate é agora a de uma assassina (já lhe chamaram de poker- jogadora). De bestiais passaram a bestas.
E até o podem ser. Afinal até foram displicentes. Terão de viver com isso, ninguém os pode ou vai querer ajudar.
Mas...
O mas aqui é que existem muitas outras probabilidades.
Os fluídos orgânicos e os cabelos podem ter sido ou não colocados na viatura por outros indivíduos? Essas coisas, em crimes a sério, acontecem com alguma facilidade.
Sobretudo se a Madie ainda estiver viva, ou estivesse nessa altura.
Enfim, outras conjecturas poderiam ser feitas.
Não estou a querer ser advogado do diabo. Vade retro...
Continuo é ser contra a pena de morte. Sobretudo quando a história ainda está a ser contada.
(Fotos: http://www.librodearena.com/myfiles/siameses/suicidio.gif penademorte.enaoso.net/.../000000Inanicao.jpg)
A violência...
A notícia chocou-me.
A mulher, de 40 anos, matou os filhos de 11 e 8 anos.
Não me considero mais sensível que a maioria das pessoas o que, neste caso, nem é preciso ser extraordinariamente sensível para sentir horror.
O que pode levar uma mãe a matar os filhos, e de forma tão violenta, hedionda?
O suicídio é sempre violento. É como que a derradeira vingança pela impotência em resolver um conflito interno, real. Sublinho real.
A mulher sofria de depressão. Grave, porque impeditiva de trabalhar.
Como esta mulher, muita gente passa por este tormento. Em silêncio. Porque doença é ter febre e espirrar e tossir e esvair em sangue.
Confrontados com o alucinante ritmo da vida que escolhemos, quantos de nós podemos garantir que um dia não passamos para o outro lado do risco?
Confrontados com essa impotência em lidar com o nosso interior magoado, que apoios teremos?
É assustador que a política de tratamento de doenças mentais, que é disso que se trata, se mantenha quase que inalterada.
E o sofrimento será sempre silencioso. Resta a magia do comprimido. Da droga legal. Porque os orçamentos não comportam os preços de terapias honestas e eficazes.
Para além disso, resta uma ida à bruxa e acreditar que tudo é um feitiço que alguém nos lançou.
A Madie continua desaparecida.
Foi ultrapassada a esperança de a encontrar viva. Pelo menos assim parece. Tal como outras madies, também ela foi vítima de um crime.
Um crime que ainda não tem dono. Mesmo se parece que sim. Que foi a mãe, o pai ou ambos.
Choca-me a ligeireza com que se muda de opinião neste caso. Como noutros.
O casal, antes lindo, antes maravilhoso, é agora culpado antes de ser acusado.
A face maravilhosa de Kate é agora a de uma assassina (já lhe chamaram de poker- jogadora). De bestiais passaram a bestas.
E até o podem ser. Afinal até foram displicentes. Terão de viver com isso, ninguém os pode ou vai querer ajudar.
Mas...
O mas aqui é que existem muitas outras probabilidades.
Os fluídos orgânicos e os cabelos podem ter sido ou não colocados na viatura por outros indivíduos? Essas coisas, em crimes a sério, acontecem com alguma facilidade.
Sobretudo se a Madie ainda estiver viva, ou estivesse nessa altura.
Enfim, outras conjecturas poderiam ser feitas.
Não estou a querer ser advogado do diabo. Vade retro...
Continuo é ser contra a pena de morte. Sobretudo quando a história ainda está a ser contada.
(Fotos: http://www.librodearena.com/myfiles/siameses/suicidio.gif penademorte.enaoso.net/.../000000Inanicao.jpg)
15 Comentários:
Ant: muito se poderia falar sobre estes dois assuntos. Longa conversa. Beijos.
Ninguém os vai ajudar...
Boa piada ! Por onde andas ? Não vês a Sky ? E a press ? Meu Deus...
Cristina
Cristina, a Sky e etc não estão a ajudar coisa nenhuma. Estão a ganhar dinheiro. Além de que em matéria de consciência, a ajuda não vem certamente de fora. Ou não será assim? E não estou a desculpabilizar... é como comentar apena essa parte do texto...
A mente humana reserva-nos sempre imprevisíveis surpresas! Umas vezes chocam-nos pela dureza, outras fascinam-nos pela genialidade!
Aquele abraço infernal!
"Soberba a feminina visão
Imagem que embebeda o coração"
Votos de continuação de uma boa semana .
Olá, Peter!
Gostei de ler as tuas reflexões sobre estes dois assuntos.
Abraço
Tens razão! Os últimos dias têm sido perturbadores: com os crimes económicos e a violência, perante um Ministro da Administração Interna mal informado e, por isso, a defender no Parlamento situações que não correspondem à realidade.
Por isso as pessoas interrogam-se e andam intranquilas e receosas.
Por outro lado, é aqui que se manifesta a curiosidade mórbida das mesmas pessoas, tal como abrandam e param para ver um desastre de automóvel. As mesmas que querem ver ao vivo os pais de Maddie, fotografá-los, fotografar os locais.
Estou em Lagos, bem perto de Portimão e da Praia da Luz...
Não concordo contigo quando escreves: "a face maravilhosa de Kate". Gostos ...
A pequena Maddie essa sim é que me encantou. Gostaria de ter uma neta como ela. Tanto, que até abordei o assunto aqui no blog.
Agora já pedi à "Bluegift" para retirar os retratos que aí tinha.
Peter, as fotos tiveram um tempo e um espaço que deve permanecer porque fizeram e fazem parte de uma reflexão que se mantém.
A face maravilhosa era a expressão que se utilizava.
Digamos que... não está mal... para uma inglesa ;))
Boas férias.
"ant"
A pedofilia, a pornografia infantil e o desaparecimento de crianças, são um flagelo à escala mundial.
Resta saber:
- se estão verdadeiramente determinados em combatê-las (estou a lembrar-me ...);
- se alguns dos desaparecimentos não se deram de "motu proprio".
O teu artigo é óptimo para debate, façamos votos por que os comentários não se resumam ao típico:
"Gostei muito. Beijinhos"
Abraço
P.S.- Volto Sábado para Lisboa
Peter, a ideia do texto é motivar, pelo menos, a reflexão sobre o modo como a vida nos prega partidas e nós deixamos que nos manipulem
Curiosamente, sempre houve e sempre haverá mães que matam os filhos. Digo, curiosamente, por ser de facto curioso que se dê vida para depois a tirar... ao mesmo ser.
Um caso que me tem causado muitas d�vidas e apreens�o desde o in�cio. Viva ou morta a Maddie que a 12 de Maio faria 4 anos est� ainda desaparecida, a primeira prioridade � saber o que lhe aconteceu.
Bom artigo para discuss�o.
"sem ajudas"
Milionário Richard Branson contribui com 150 mil euros para defesa do casal
Maria /u Régua
Maria, estás a reduzir a questão ao aspecto material que é o que menos me incomoda.
De qualquer modo, na data em que foi escrito o texto ainda não haviam apoios, apenas desistências.
Na generalidade, apenas foi comentada a 2ª parte do texto. Aparentemente, uma portuguesa, entre muitos outros, que mata os filhos e a seguir se suicida não é assunto muito interessante, comparado com a visibilidade da criaça inglesa.
Temos pena...
"ant" tens toda a razão, a portuguesa, sofrendo de um tumor cerebral, que degola os filhos com uma faca electrica e depois se suicida, não merece o interesse dos n/comentadores.
É um "fait-divers"...
Apareceu um psicólogo a comentar que, nestes casos, quem pratica o acto o faz para proteger os filhos, pois tem o sentimento de culpa de não ser capaz de os criar.
É como dizes;
"Damos realmente a devida atenção aos nossos doentes mentais?"
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