sábado, abril 22

Burocracia

Tenho uma pessoa amiga que vive e trabalha no Canadá há vários anos. É filha única e viveu e cresceu numa daquelas casas do Estado, a que chamam "casas de renda comparticipada" e que, vá-se lá saber porquê, não se regem pelo RAU (Regulamento do Arrendamento Urbano).
A mãe já morreu há vários anos e no BI dessa minha amiga, consta o nome da falecida.

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Notícia do jornal de hoje dá-me conta que o Ministério Público de Lagos, notifica o interessado, "na qualidade de falecido", a comparecer no tribunal para levantar certidão, dando-lhe o prazo de 10 dias para o fazer ...

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Continuando:

A minha amiga teve a infelicidade de lhe morrer o pai há pouco tempo, sendo-lhe dado um prazo, julgo de três meses, para entregar a casa. Com grande sacrifício, em todo o sentido, cá anda a fazer quilómetros para tratar de toda a papelada (des)necessária, perdendo horas e horas em filas e satisfazendo as exigências mais descabidas.

Como é que havendo já uma razoável cobertura informática dos cidadãos e uma certa ligação entre os vários serviços, se continua a proceder como no tempo do "papel selado" em muitos Serviços?

Um dos documentos que lhe exigiram foi uma certidão de óbito da mãe (!).
- “Que as certidões de óbito só têm a validade de três meses”. Será que os mortos podem voltar?
- “Para que fins se destinava, porque se fosse para tirar o BI era um preço, mas se fosse para outros, era bastante superior?”

Ela bem argumentou que “no BI do falecido pai, constava a sua situação de viúvo e o nome da falecida esposa”, mas nada feito. As “normas” (as “sagradas” normas) assim o exigiam.

A BUROCRACIA é uma barreira erguida pelo Estado para se proteger dos cidadãos.

Por isso, não culpem os funcionários públicos que se limitam a exigir o integral cumprimento das normas estatais.
É certo que por vezes alguns o fazem com um certo “sadismo”, mas é o que lhes resta, aquela “ínfima partilha do Poder”, que o Estado lhe concede, como contrapartida do que lhe devia de dar e não dá.

5 Comentários:

Às 22 abril, 2006 01:27 , Blogger Amita disse...

Olá Peter, então sejamos bem aparecidos Loool.
Queres saber outra? Conheço uma pessoa, já com mais de 6 anos de reforma, que recebeu um ofício o mês passado a informá-la que lhe seria descontado uma determinada quantia mensalmente uma vez que não tinha efectuado descontos para a Previdência desde 1973 a 1979 inclusivé.Nesse tempo era tudo feito manualmente. Os descontos estavam lá como se veio a verificar e como foi comprovado a quando do pedido de reforma mas deve dar muito trabalho lançá-los um a um no novo sistema informático.Enfim, se essa pessoa minha amiga não se tivesse mexido, daqui a um ano ainda estava a descontar o que lhe era devido.
Um bjo, Peter, e um bom fim-de semana

 
Às 22 abril, 2006 18:15 , Blogger Su disse...

essa burocracia, dá resmas de euros ao estado, por exemplo tendo a cerditão a validade de 3 meses, lá vão mais 15 euros.....opss a vergonha está aqui, por cada papel com uma validade determinada, o estado solicita.nos outra igual e o pagamento é feito com euros ..muitos....

jocas maradas de marar

 
Às 22 abril, 2006 18:17 , Blogger Su disse...

podes dizer à tua amiga que pode solicitar os serviços na loja do cidadão, tal como pela net..mas como é obvio é bem mais caro..enfimmm

 
Às 22 abril, 2006 19:28 , Blogger Peter disse...

"su", do que escrevi, o que considero mais importante e passível de discussão, é esta frase:

A BUROCRACIA é uma barreira erguida pelo Estado para se proteger dos cidadãos.

 
Às 23 abril, 2006 20:35 , Blogger Su disse...

peter eu entendi e foi a partir dessa frase q comentei, não é uma barreira, é um negocio.....os papeis dão euros..... se calhar não me fiz entender
jocas maradas

 

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