segunda-feira, outubro 10

Burro velho não aprende?!

Chamemos as coisas pelos nomes. Por cá usamos muito os eufemismos para designarmos sobretudo comportamentos. É o querer parecer bem e civilizados, seja lá isso o que for.
Estou a escrever a crónica semanal ainda sem serem conhecidos a totalidade dos resultados eleitorais.
Parece-me haver uma série de ilações a tirar. A primeira e mais importante é que o crime compensa.
Os candidatos-bandidos foram quase todos eleitos, com excepção do execrável facínora Avelino Ferreira Torres, que agora sem a cobertura que uma autarquia lhe conferia, acabará onde já devia estar há muito: na prisão!
Isaltino poderá gozar o dinheiro que tem na Suiça na conta do sobrinho taxista e rico, que se permite oferecer milhões ao tio.
Fátima Felgueiras será provavelmente elevada à categoria de mártir e já não precisa do plano de contingência, que constava de nova fuga para o Brasil. Ao invés, poderá desfrutar calmamente do saco azul e mais alguns de várias cores.
Valentim Loureiro continuará alegremente a dirigir a Liga de Clubes, o Metro do Porto, as suas próprias empresas e a Câmara de Gondomar. Naturalmente – merecidamente, devo acrescentar – o processo “Apito dourado” será esquecido e quem sabe ainda pode pedir choruda indemnização ao estado por este lhe ter arrastado o nome pela lama.
Podemos ainda concluir mais umas quantas coisas, mas estas do domínio do óbvio: o PS perdeu, pese embora o discurso inconclusivo do seu secretário-geral e do homem do aparelho, Jorge Coelho.
Por seu turno, o PSD canta vitória misturando autárquicas com legislativas. Um erro que lhe pode custar caro.
É certo ainda que o povo português gosta de folclore. Não adianta “tapar o sol com a peneira”. É um povo que padece de muitas maleitas, sobretudo a de não saber o que quer. Usa o voto, mas no fundo não parece ter a noção para que serve este instrumento da democracia.
Assinalo ainda a elevada taxa de abstenção que deveria fazer pensar os nossos políticos.
Concluo a linha de pensamento: cada povo tem o que merece. Os portugueses devem pois, estar felizes, porque têm aquilo que escolheram.
Bem diz o velho ditado: burro velho, não aprende!

6 Comentários:

Às 10 outubro, 2005 01:36 , Blogger Peter disse...

Estou com azia, é a única sensação com que se pode ficar depois de saber os resultados destas eleições.
Ainda por cima tive de previamente apagar aqueles anúncios imbecis, com que me vêm chatear em inglês, a procurarem impingir-me não sei o quê.

Viva o povo de Amarante! Parece ser o único, em todo o País, com consciência cívica.

Os monstros? São gerados e amamentados pelos Partidos e promovidos pela comunicação social, pois esta sabe que só os escândalos é que fazem vender jornais e aumentar as audiências da TV.

O PSD ganhou? Ganhou o quê? Superou o número de Câmaras ( “estão mexendo no meu bolso …” ) porque opções políticas? ZERO!

 
Às 10 outubro, 2005 05:25 , Anonymous Anónimo disse...

Sem mais comentários, está tudo dito! Excelente. Boa semana.

 
Às 10 outubro, 2005 12:45 , Blogger Amita disse...

Bom dia Zé. Parafraseando a Mª Taveira "...está tudo dito. Excelente". Verificou-se (mais ou menos) o que escrevi num comentário, não faz muito tempo. Um bjo

 
Às 10 outubro, 2005 13:49 , Blogger augustoM disse...

Chama-se a isto a irracionalidade do eleitorado. O problema não são os candidatos, mas quem os elege.
Não creio que a abstenção seja uma coisa boa, joga a favor destes crápulas. Se temos o direito de votar, também temos a obrigação de o fazer. Quem se abstem passa um cheque em branco aos que votam e ficamos sempr sem saber, dos abstencionistas, quais os que não votam por comudismo. Quem não gosta de nenhum dos candidatos, vota em branco, isso sim, é que o seu protesto.
Um abraço. Augusto

 
Às 10 outubro, 2005 14:45 , Blogger Peter disse...

Augusto, VOTAR EM BRANCO! Foi este o ponto de vista que sempre defendi, porque não abdico do meu direito inalienável de votar, não escolho é Partido ou Candidato, porque não me identifico com nenhum.

 
Às 10 outubro, 2005 21:28 , Blogger mfc disse...

Honra seja feita a Amarante, mas quem tem a culpa disto tudo são os eleitores!

 

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