Imaterialidade

A materialização do sonho dependendo da capacidade imaginária ou o constatar que aquele nunca passará disso mesmo, sendo sempre reprografias de perfil, pinceladas por sombras que escondem o rosto que se pretende adivinhar.

A incapacidade de percorrer os caminhos paralelos – algum dia será uma intersectiz? - atirando para ad eternum o encontro desejado que a acontecer será além horizonte, onde todos os sonhos convergem é o desejo adormecido mas sempre presente no subconsciente mais profundo da memória que vai traindo emoções.

Entorpecimento.

O sol que rasga nuvens, estilhaçando o véu que o encobria em mil partículas e cores fez a sua aparição, dando á natureza morta que observo da janela de vidros baços pelos fumos soltados por milhares de cigarros, quase cria uma holografia de ti. Por momentos – breves momentos – sou feliz!

É quase um despertar para o encantamento. Sombras que se esvaem nos raios solares que esventram os negros que preenchem as minhas alucinações.

[A mãe. De Gorki]


A amante:

Que gostaria de ter ausentou-se e apenas se materializa em letras deixadas numa caixa de correio sempre vazia a aguardar o rosto ainda que de perfil e quase invisível, mas que tem indubitavelmente a capacidade de fazer acreditar que ser feliz não passa de utopia.

A ansiedade:

Com que aguardo a volta de correio.

O deslumbramento:

Que aconteceu apenas num miserável espaço de tempo e o saber que veio para ficar, que a vida foi invadida de rompante sem que alguém tenha batido á porta.

O desejo:

De um dia a concretização ultrapassar o sonho.