Esquerda pouco transparente
“Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa têm-se multiplicado em acusações ao PS por se entender com o PSD e o CDS para a viabilização do Orçamento. Mas nunca ninguém esperou que o Governo e o PS chegassem a acordo com os partidos à sua esquerda nesta matéria vital.
O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista estão fora destas negociações.
Porquê? Porque são partidos cujo objectivo é destruir a economia de mercado – o capitalismo, se quisermos – para instaurar a colectivização da sociedade. Mas nem o PCP (nostálgico da União Soviética) nem, sobretudo, o BE (uma caldeirada de marxistas mais ou menos heterodoxos) gostam de se referir abertamente à sua ideologia e ao que, afinal, pretendem. Não são transparentes, porque o marxismo foi estrondosamente derrotado pela história. Não dá votos.
Em matéria económica e social o PS de Sócrates não pode fazer acordos significativos com os partidos à sua esquerda. O que lhe cria um problema: para se mostrar “de esquerda”, o PS tem de apostar nas questões fracturantes, do aborto à eutanásia, passando pelo “casamento” homossexual.”
(Francisco Sarsfield Cabral, Jornalista, in “Página 1” de 27/01/2010)
6 Comentários:
Curiosamente o sistema financeiro fez mais pela destruição do capitalismo (e da sua credibilidade) do que os Louçãs deste mundo.
Existe uma direita (Sarsfield) que julga que nós devemos ser tacanhos! ;)
Concordo em parte com Sarsfield, pois também não confio nada no PCP e muito menos no BE.
antonio - o implume
O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista são partidos cujo objectivo é destruir a economia de mercado para instaurar a colectivização da sociedade.
Isto é aquilo em que eu acredito e que julgo Sócrates também acredita. Por isso cito o artigo de Sarsfield mesmo correndo o risco de ser considerado "tacanho".
Peter,
Mas isso não é evidente?
Não, não somos tacanhos, Peter!
Basta-nos ouvi-los.
Gostava de ver este país entregue ao guru Louçâ e seus seguidores, só durante um mês!
Um abraço
Meg
Por muito mal que esteja o País e está, nada se compara ao chamado PREC e ao "Verão" quente de 1975.
Conheci pessoalmente muitos dos intervenientes, bem como muitos dos acontecimentos depois do 25 ABR 74.
Agora, tantos anos volvidos, começo a juntar tudo e a compreender o inexplicável.
Para mim, que é parte da minha vida, é empolgante a narração que o então capitão Sousa e Castro faz no seu livro recentemente publicado:
"Capitão de Abril, capitão de Novembro".
Bom fds e aproveita para ler o livro.
Peter,
Não preciso de ler o livro... conheço muito bem TODOS os capitães de Abril, eu vivi tudo isso "por dentro".
Vivi também o 25 de Novembro... o mais "por dentro" posssível, se me entendes.
Por isso te entendo.
Um abraço
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial