O futebol português
O caudal informativo desta semana aumentou significativamente, mercê do surgimento de dois factos relevantes que a discussão pública vai manter pelos tempos mais chegados e que vêm demonstrar, mais uma vez, as fragilidades em que assenta o nosso futebol, e que tanto o desacreditam junto da opinião pública, e não apenas a nacional:
- a agressão de Sá Pinto a Liedson e as convulsões que daí resultaram no seio da família leonina;
- a divulgação de escutas feitas no âmbito do processo Apito Dourado.
Perante isto, o jogo em si, mais uma vez, passa para segundo plano.
O julgamento de Sá Pinto está feito. Aliás, o próprio ex-director técnico do Sporting se encarregou de tentar colocar um ponto final no assunto, e dispensar os seus superiores hierárquicos de exercer a autoridade que lhes compete, renunciando ao cargo que exercia há pouco mais de dois meses.
Por outro lado, Liedson também terá de aprender a lição e, sobretudo, capacitar-se que não lhe basta marcar muitos e bonitos golos. Antes disso, é preciso ser Homem em toda a sua dimensão, e respeitar quem o acolheu e trata de forma tão especial.
Quanto às escutas, estamos perante uma questão que envolve outros melindres. O país está a tomar rapidamente conhecimento de conversas que pareciam fechadas nos cofres de um núcleo muito restrito, e fica pasmado quando confrontado com conteúdos que parecem do domínio do surreal.
As suas consequências são conhecidas há muito tempo, sabendo-se que não foram uniformes as sentenças proferidas no foro civil e no desportivo. O que faz espantar, sobretudo quantos não têm da justiça conhecimentos muito profundos.
Seja como for, uma primeira conclusão permite pensar que o futebol português tem vivido envolto um pouco no reino do vale tudo. Com escassas regras e ainda menor disponibilidade para as cumprir, dando assim razão a quantos sustentam a ideia de que há muito está ferido por três males aparentemente incuráveis: é mau, é caro, e é pouco sério.
(adaptado da crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca)
3 Comentários:
Bem, para mim o futebol retrata muito o país, e os seus problemas derivam da mesma raiz dos outros problemas do país.
alf
Mau - caro - pouco sério?
Não é bem isso; é o facto dos interesses imediatos, mesquinhos, pessoais prevalecerem sobre ideiais, conceitos, interesses colectivos.
SAbe-se agora que o presidente do IPCC, que não é climatologista como quase nenhum dos «cientistas» que tanto defendem o aquecimento global (é engenheiro ferroviário com um mestrado em economia) mais não é um que um agente do imenso grupo económico indiano Tata; parece que afinal o problema da interesseirisse não é só português, apenas os outros são menos arruaceiros...
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