A existência
“Quando eu deixar de existir, já não haverá mais rosas,
ciprestes, lábios vermelhos e vinho perfumado.
Não haverá mais alvoradas e crepúsculos, alegrias e
dores.
O universo não existirá mais,
Pois que a sua realidade depende do nosso pensamento.”
(Omar Khayyam)
“O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os
homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum.
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.”
(Fernando Pessoa)
“A minha presença de mim a mim próprio e a tudo o que me cerca é de dentro de mim que a sei – não do olhar dos outros. Os astros, a Terra, esta sala, são uma realidade, existem, mas é através de mim que se instalam em vida: a minha morte é o nada de tudo.”
( Vergílio Ferreira)
2 Comentários:
Tenho para mim que qualquer uma das citações, num exame de Filosofia, dava água pela barba a muito examinando.
Aliás, não estou certo que o não fizesse a examinadores também.
"A tragédia da morte consiste em que ela transforma a vida em destino."
André Malraux
Abraços, Peter
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