quarta-feira, novembro 4

Observado o mais antigo e distante corpo celeste

Não, não venho falar de política e muito menos do Vara e também não venho fazer propaganda gratuita ao último livro do Saramago. Venho falar do Universo, todo ele preenchido pelo “meio”, ou “campo”, que são conceitos físicos. Citando “alf”: «“espaço” é um conceito matemático, desenvolvido pela nossa mente, o referencial onde localizamos ocorrências», por isso, “terra a terra”, falemos do Universo como Espaço.

Um grupo internacional de astrofísicos detectou um corpo celeste que é o mais distante e antigo registado. Os especialistas confirmaram que as estrelas já existiam quando o universo tinha apenas 600 milhões de anos.
Estas são conclusões de dois estudos publicados na revista “Nature”, assinados, entre outros, por Javier Gorosabel e Alberto Castro-Tirado, do Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha, e Alberto Fernández Soto, do Instituto de Física da Cantábria.
Os artigos analisam a explosão de raios gama registada a 23 de Abril, que foi a mais distante observada até agora e corresponde à explosão da estrela mais antiga e longínqua que se conhece, uma gigante que se apagou há 13 mil milhões de anos e cujo último esplendor chegou à Terra há apenas seis meses.



As explosões de raios gama são dos fenómenos que mais energia libertam no universo, correspondendo à explosão de uma estrela gigante no final da sua vida, que assim esgota o seu combustível e se extingue, dando lugar a um buraco negro ou a uma estrela de neutrões.
Segundo Castro-Tirado, as descobertas são importantes porque, por detrás da estrela, “supostamente, tem de haver uma galáxia, embora seja tão fraca que, com a tecnologia actual, não se consegue observar”, sendo, talvez, apenas perceptível com o sucessor do telescópio Hubble. Javier Gorosabel revelou, por seu turno, que a luz da estrela viajou pelo espaço desde um tempo em que ainda não existiam nem o Sol, nem a Terra. Fernández Soto complementou que, com isto, se comprova que há 13 mil milhões de anos já existiam estrelas.

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18 Comentários:

Às 04 novembro, 2009 10:08 , Blogger Quint disse...

Ou seja, continua a revelar-se um eterno fascínio o "nosso" Universo!

 
Às 04 novembro, 2009 14:27 , Blogger antonio ganhão disse...

Estou no congresso da URSI que este ano tem versado muito sobre a radioastronomia e que me tem surpreendido pela participação portuguesa, de alto nível, nestes projectos.

 
Às 04 novembro, 2009 15:00 , Blogger Peter disse...

antonio - o implume

O Comité Português da URSI realiza, a 3 e 4 de Novembro de 2009, na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, o seu terceiro Congresso, dedicado ao tema ''Radiocomunicações: da Terra ao Universo''.

Deve ser bem interessante.

É pena o OAL ter acabado com as suas conferências na FCL.

 
Às 04 novembro, 2009 17:07 , Blogger vbm disse...

Só recente[mente], compreendi essa asserção do espaço como referencial matemático de localização de ocorrências.

Da abolição de tal 'expediente auxiliar' de inteligibilidade, persiste, no entanto, a noção de movimento, algo que substancializa numa singularidade o espaço e o tempo.

Ora, na origem do movimento estará impulsão, a libertação, da energia desencadeada de qualquer hipotético desequilíbrio de forças neutralizadas...

Há 13 mil e 600 milhões de anos que persiste esse movimento de matéria por desequilíbrio de energia e voltará tudo a uma dispersão inerte de equilíbrio 'nadificante'?

 
Às 04 novembro, 2009 21:15 , Blogger Peter disse...

bluegift

Vou socorrer-me do que tenho aprendido com o “alf”.

A luz é uma vibração que se propaga no “meio” (“espaço” para os matemáticos) como uma onda no mar, mas este meio tem outras propriedades, por isso suporta os «campos de força», que são uma variação das propriedades do meio, uma espécie de variação de densidade. E esta variação do meio, o «campo», é tudo o que de facto conhecemos. Chamamos «partícula» apenas ao centro geométrico desta variação.
Mas como é constituído este "meio"?

Um único tipo de partícula é o que é preciso para obter um meio com as propriedades necessárias; e esta partícula tem uma propriedade característica que é exactamente a que caracteriza os... quarks!
Então, os quarks (e só é preciso um tipo) são os componentes do “meio”. Agora há só um tipo de partícula, que não corresponde exactamente ao nosso conceito “tradicional” de partícula; é com este tipo de partícula que se faz o “meio” e as perturbações deste podem gerar toda uma variedade de partículas. Umas propagam-se e dizemos que são radiação, outras são estáveis, como o protão e o electrão, e outras são instáveis e dissipam-se num instante.

Logo e no meu fraco entender, não podemos falar em «luz do Big Bang», que talvez tenha sido uma variação quântica, surgida por causas que nunca serão conhecidas.

 
Às 05 novembro, 2009 10:19 , Blogger Peter disse...

bluegift

Tens a "radiação cósmica de fundo" que, como sabes, é uma radiação eletromagnética que preenche todo o universo e cujo espectro é o de um corpo negro a uma temperatura de 2,725 graus kelvin.

 
Às 05 novembro, 2009 20:13 , Blogger vbm disse...

É difícil congeminar o universo limitando-o, isto é, pressupô-lo com uma 'fronteira' para... o nada!? Isso, forçar-nos-ia mentalmente a integrar o nada no próprio universo, respeitando assim a exaustão da totalidade existencial que o universo é pressuposto ser... Mas o conceito de tempo não é tão mental quanto o do espaço? Se tudo é o meio formado pelo movimento ou vibração,- a que o universo se reduza -, por certo o que quer haja ocorrido, mantém-se tão real quanto o que seja co-possível ocorrer no meio, pelo que só uma sua 'fórmula' imanente o pode tornar inteligível.

 
Às 05 novembro, 2009 23:09 , Blogger antonio ganhão disse...

Amanhã às 10:00 em http://em2711.blogs.sapo.pt/

a minha visão do congresso da URSI.

 
Às 06 novembro, 2009 00:11 , Blogger Peter disse...

Bluegift

À medida que o universo se expandia, o desvio para o vermelho fazia com que o plasma esfriasse, até que fosse possível aos electrões combinar-se com os núcleos atómicos de hidrogénio e hélio para formarem átomos.
Isto aconteceu por volta dos 3.000 graus Kelvin, ou seja quando o universo tinha aproximadamente 380 mil anos. Este processo é chamado “recombinação” e será o “fiat lux” (passe a comparação…), os fotões conseguiram desenvencilhar-se da interacção com o plasma inicial e puderam começar a viajar livremente pelo espaço.
Julgo que isto responde à tua pergunta sobre a “luz” do BB, não há “luz” nenhuma, aparece mais tarde e o melhor é deixar de lado os assuntos complexos (e controversos).

 
Às 06 novembro, 2009 00:17 , Blogger Peter disse...

antonio - o implume

Tenho o 2711 nos links. Amanhã às 10.00h irei lá espreitar.

 
Às 06 novembro, 2009 02:12 , Blogger Peter disse...

Bluegift

Ainda cá voltei pois vi agora o teu comentário:
“Seria curioso conseguir um dia uma pequena prova da energia imensa resultante dessa variação.”

A teoria do BB (mas tu não a aceitas…) sugere que a “radiação cósmica de fundo” preenche todo o espaço observável, e que a maior parte da energia do universo está na radiação cósmica de fundo, que constitui uma fracção de aproximadamente 5×10^−5 da densidade total do universo.

O que esta mulher me obriga a pensar!

 
Às 06 novembro, 2009 10:47 , Blogger Peter disse...

Citando "antonio - o implume":

"Descobri que o balanço financeiro do projecto Galileu foi bastante favorável a Portugal, afinal podemos exportar sem ser a partir de mão-de-obra barata e desqualificada; que temos um radiotelescópio a ser montado em Mora; que partilho com os radioastrónomos o mesmo ódio pelas tecnologias PLC e as eólicas; que pesquisamos os movimentos da crosta terrestre ancorados em quasars; que nos elevamos ao que de melhor se faz na Europa e no mundo."

Boa lição para os "ignorantes" e detractores da tecnologia portuguesa, que está a fugir em massa para outros países, onde é respeitada e considerada. Sim, porque nesses países não andam obcecados com as "tangas" em que gastamos o nosso tempo.

Irei a Mora ver a montagem do nosso radiotelescópio.

 
Às 06 novembro, 2009 11:21 , Blogger Quint disse...

Também vi essa referência ao sucesso do GALILEU. Coisas assim, e a história do medicamento da BIAL, entre outras, provam que até conseguimos ser bons quando não nos dedicamos ao "tira não tira crucifixos" e a receber envelopes!

 
Às 06 novembro, 2009 13:21 , Blogger Daniel Santos disse...

O Peter ao comentar o texto do Manuel lá no 2711 enganou-se e comentou num post diferente ao que pretendia.

Obrigado pela vista e comentário.

 
Às 06 novembro, 2009 14:58 , Blogger Peter disse...

Daniel Santos

É um blogue muito sofisticado. Sofisticado demais para a minha técnica incipiente. Já lá voltei, não encontrei o meu comentário, nem outro sobre o Sporting, que deixei no "zapping" e ainda deixei outro mal escrito.

Há dias em que não se pode sair à rua.

LOL

 
Às 07 novembro, 2009 17:54 , Blogger alf disse...

Olá

Ora andaram vocês tão entretidos a falar de assuntos que me são tão queridos e eu sem dar por nada. E falaram muito bem! Também o post está muito bom, claro e interessante.

 
Às 07 novembro, 2009 18:16 , Blogger Peter disse...

alf

Obrigado e, como faço referência, tenho aprendido bastante consigo.

A propósito da sua teoria sobre os "quarks" no universo primitivo e que eu já aqui referi, uma notícia de hoje sobre o LHC ter atingido novamente a temperatura necessária para a realização de experiências (-271º C) fala de um seu componenente, designado por ALICE, que vai estudar o plasma «quark-gluão», tipo de matéria que se pensa ter existido 10 a 25 segundos depois do BB, há 14 mil milhões de anos.

 
Às 07 novembro, 2009 21:22 , Blogger Manuel Veiga disse...

fascinante o que dizes. mesmo para um leigo... lol

abraço

 

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