terça-feira, setembro 22

Vale a pena?

Vale a pena vir para aqui falar das Legislativas, depois duma seca na TV entre picuinhas e intrigas de candidatos, que nada nos propõem de concreto, apenas ideias vagas e se limitam a dizer mal uns dos outros e a apontar erros do passado, entre beijinhos e abraços às criancinhas e às velhotas, sem receio da gripeA, quando o importante é a economia, assunto que foi varrido para debaixo do tapete?

Não, pois dizer mal qualquer um de nós é capaz do fazer. Apontar soluções, indicar caminhos, falar do futuro que nos espera é o que nós queremos ouvir, mas isso não é para qualquer um, pelo menos para os que estão a disputá-las.
Portanto o desinteresse instala-se, até porque já nada é de esperar. Vai manter-se o Sócrates, o que não é o mesmo que manter-se o PS. Vai apoiar-se no Louçã que, a pouco e pouco, irá deitando as unhas de fora, na destruição da quase extinta classe média, que a sua ideologia não aceita.
Mas irá mesmo? Não acredito, o que não invalida que haja, que vá haver acordos pontuais.

Entretanto os Media vão desempenhando mal o seu papel. Eliminada MMG, depois da tentativa falhada de neutralização da TVI, segue-se a tentativa de pôr em causa o PR, em que os intervenientes são dois jornais, um favorável ao PS e o outro não favorável e o assunto segue no próximo capítulo.

Como é que duas personalidades do PS que duramente atacaram Sócrates, acorrem agora em sua defesa? “Sensibilidades”, dirão. “Toque a rebate”, para salvar o Partido dirão outros.
Como é que o PS, liderado por uma personalidade tão contestada, irá ser o vencedor antecipado dumas eleições já com final anunciado?
É fácil: o receio de perder o posto de trabalho, a dependência de subsídios que se sucedem uns a seguir aos outros e que sendo condição de sobrevivência para muitos, particularmente os desempregados, permitem a outros viver sem trabalhar. Todos sabemos que é assim, não era preciso o Portas vir dizê-lo e dizendo-o, o que de concreto vai ele conseguir para o seu Partido? Nada, ou quase nada.

A imagem televisiva conta muito e aí MFL fica a perder. Não esqueçamos que embora uma parte considerável dos eleitores seja “levada” pelas conversas do Louçã, o Poder disputa-se entre uma senhora de aparência frágil e idade avançada e um homem na força da vida, com boa presença, aparentando força e determinação. E é essa a imagem que persiste, não os programas dos partidos que são, como alguém disse, iguais ao verso dos contratos de seguros, escritos naquela letra miudinha que ninguém lê.

Venham mas é as almoçaradas.

Por mim vou entrar já em período de reflexão. Esperemos então 2 anos, se chegarmos até lá…

6 Comentários:

Às 22 setembro, 2009 09:47 , Blogger Quint disse...

Não creio que as coisas possam ser vistas apenas e só por este prisma. No que a Manuela Ferreira Leite concerne, para além do ar frágil (não tanto, não tanto) também importaria que se colocasse em cima da mesa o balanço dos seus consulados na Educação e Finanças, por exemplo. E isso feito, provavelmente topar-se-ia que a prática do Poder não bate com o discurso da Oposição (por exemplo, a ternura com que ela agora revela pelas classes sociais mais desfavorecidas; pelo funcionalismo público ...).

Quanto a Alegre e Soares surgirem ao lado Sócrates, quantos "barões" do PSD andam atrás de Ferreira Leite a disfarçar?

 
Às 22 setembro, 2009 12:06 , Blogger vbm disse...

O problema mais preocupante da situação económica actual é a do desequilíbrio externo da balança de pagamentos e a baixa atractividade de novos investimentos - e consequente desemprego crescente.

Politicamente, o que a situação requer é uma estratégia que reforme o Estado e fomente a economia. O país tem de exportar mais e substituir algumas importações; para tanto, tem de produzir bens de qualidade e preço competitivo.

Aos empresários e aos trabalhadores cabe escolher e desenvolver as acções que permitam concorrer nos mercados. O governo tem de efectuar as reformas que permitirão às empresas ser competitivas, a saber: simplificar os impostos; baixar a carga fiscal, reduzir a despesa pública; agilizar a justiça especialmente a fiscal, a das penhoras e execuções, a dos tribunais do comércio e do trabalho; flexibizar as relações laborais; formar mão-de-obra qualificada necessária à actividade económica; combater a burocracia e a corrupção na aprovação de projectos de investimento.

Seja qual for o governo saído do próximo parlamento, ele vai ter de actuar segundo a agenda acima explanada, conforme opina e propõe o Dr. Medina Carreira. É provável que o "centrão" continue a ser o mais votado; mas mesmo que os partidos dele ausentes porventura formassem uma maioria numérica, politicamente teriam de secundar a política de reforma inadiável, do Estado e da sociedade.

 
Às 22 setembro, 2009 13:41 , Blogger Peter disse...

Ferreira Pinto

De facto não vale a pena...

 
Às 22 setembro, 2009 13:57 , Blogger Peter disse...

vbm

Agradeço o teu esclarecido comentário.

O fundamental é aquilo com que inicias o teu comentário:

"O problema mais preocupante da situação económica actual é a do desequilíbrio externo da balança de pagamentos e a baixa atractividade de novos investimentos - e consequente desemprego crescente."

É isto que me preocupa e que devia preocupar todos nós, mas que não ouvimos nos diversos discursos políticos em que o que conta é captar o maior número possível de votos e isso só se consegue com as "arruadas" e as "comezainas".

E o Medina Carreira é um "tremendista", que não é oportuno divulgar. Quantos votantes o que explanas no teu comentário qualquer dos dois candidatos dos maiores partidos conseguiria captar?

Mil? Se calhar nem isso...

 
Às 22 setembro, 2009 23:59 , Blogger Manuel Veiga disse...

abraço.
(desta vez discordante...)

 
Às 23 setembro, 2009 01:33 , Blogger Peter disse...

heretico

Procurei traçar, sem óculos cor de rosa, ou de outra cor, aquilo que a TV me dá, sem propagandear a minha preferência. Devo ter sido mal interpretado, porque, como dizes:

"Do que se trata, é luta pelo poder, a procura da “captura” do poder, mediante todas as promessas, nem que seja bacalhau a pataco."

Abraço

 

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