Vale a pena?
Vale a pena vir para aqui falar das Legislativas, depois duma seca na TV entre picuinhas e intrigas de candidatos, que nada nos propõem de concreto, apenas ideias vagas e se limitam a dizer mal uns dos outros e a apontar erros do passado, entre beijinhos e abraços às criancinhas e às velhotas, sem receio da gripeA, quando o importante é a economia, assunto que foi varrido para debaixo do tapete?
Não, pois dizer mal qualquer um de nós é capaz do fazer. Apontar soluções, indicar caminhos, falar do futuro que nos espera é o que nós queremos ouvir, mas isso não é para qualquer um, pelo menos para os que estão a disputá-las.
Portanto o desinteresse instala-se, até porque já nada é de esperar. Vai manter-se o Sócrates, o que não é o mesmo que manter-se o PS. Vai apoiar-se no Louçã que, a pouco e pouco, irá deitando as unhas de fora, na destruição da quase extinta classe média, que a sua ideologia não aceita.
Mas irá mesmo? Não acredito, o que não invalida que haja, que vá haver acordos pontuais.
Entretanto os Media vão desempenhando mal o seu papel. Eliminada MMG, depois da tentativa falhada de neutralização da TVI, segue-se a tentativa de pôr em causa o PR, em que os intervenientes são dois jornais, um favorável ao PS e o outro não favorável e o assunto segue no próximo capítulo.
Como é que duas personalidades do PS que duramente atacaram Sócrates, acorrem agora em sua defesa? “Sensibilidades”, dirão. “Toque a rebate”, para salvar o Partido dirão outros.
Como é que o PS, liderado por uma personalidade tão contestada, irá ser o vencedor antecipado dumas eleições já com final anunciado?
É fácil: o receio de perder o posto de trabalho, a dependência de subsídios que se sucedem uns a seguir aos outros e que sendo condição de sobrevivência para muitos, particularmente os desempregados, permitem a outros viver sem trabalhar. Todos sabemos que é assim, não era preciso o Portas vir dizê-lo e dizendo-o, o que de concreto vai ele conseguir para o seu Partido? Nada, ou quase nada.
A imagem televisiva conta muito e aí MFL fica a perder. Não esqueçamos que embora uma parte considerável dos eleitores seja “levada” pelas conversas do Louçã, o Poder disputa-se entre uma senhora de aparência frágil e idade avançada e um homem na força da vida, com boa presença, aparentando força e determinação. E é essa a imagem que persiste, não os programas dos partidos que são, como alguém disse, iguais ao verso dos contratos de seguros, escritos naquela letra miudinha que ninguém lê.
Venham mas é as almoçaradas.
Por mim vou entrar já em período de reflexão. Esperemos então 2 anos, se chegarmos até lá…
6 Comentários:
Não creio que as coisas possam ser vistas apenas e só por este prisma. No que a Manuela Ferreira Leite concerne, para além do ar frágil (não tanto, não tanto) também importaria que se colocasse em cima da mesa o balanço dos seus consulados na Educação e Finanças, por exemplo. E isso feito, provavelmente topar-se-ia que a prática do Poder não bate com o discurso da Oposição (por exemplo, a ternura com que ela agora revela pelas classes sociais mais desfavorecidas; pelo funcionalismo público ...).
Quanto a Alegre e Soares surgirem ao lado Sócrates, quantos "barões" do PSD andam atrás de Ferreira Leite a disfarçar?
O problema mais preocupante da situação económica actual é a do desequilíbrio externo da balança de pagamentos e a baixa atractividade de novos investimentos - e consequente desemprego crescente.
Politicamente, o que a situação requer é uma estratégia que reforme o Estado e fomente a economia. O país tem de exportar mais e substituir algumas importações; para tanto, tem de produzir bens de qualidade e preço competitivo.
Aos empresários e aos trabalhadores cabe escolher e desenvolver as acções que permitam concorrer nos mercados. O governo tem de efectuar as reformas que permitirão às empresas ser competitivas, a saber: simplificar os impostos; baixar a carga fiscal, reduzir a despesa pública; agilizar a justiça especialmente a fiscal, a das penhoras e execuções, a dos tribunais do comércio e do trabalho; flexibizar as relações laborais; formar mão-de-obra qualificada necessária à actividade económica; combater a burocracia e a corrupção na aprovação de projectos de investimento.
Seja qual for o governo saído do próximo parlamento, ele vai ter de actuar segundo a agenda acima explanada, conforme opina e propõe o Dr. Medina Carreira. É provável que o "centrão" continue a ser o mais votado; mas mesmo que os partidos dele ausentes porventura formassem uma maioria numérica, politicamente teriam de secundar a política de reforma inadiável, do Estado e da sociedade.
Ferreira Pinto
De facto não vale a pena...
vbm
Agradeço o teu esclarecido comentário.
O fundamental é aquilo com que inicias o teu comentário:
"O problema mais preocupante da situação económica actual é a do desequilíbrio externo da balança de pagamentos e a baixa atractividade de novos investimentos - e consequente desemprego crescente."
É isto que me preocupa e que devia preocupar todos nós, mas que não ouvimos nos diversos discursos políticos em que o que conta é captar o maior número possível de votos e isso só se consegue com as "arruadas" e as "comezainas".
E o Medina Carreira é um "tremendista", que não é oportuno divulgar. Quantos votantes o que explanas no teu comentário qualquer dos dois candidatos dos maiores partidos conseguiria captar?
Mil? Se calhar nem isso...
abraço.
(desta vez discordante...)
heretico
Procurei traçar, sem óculos cor de rosa, ou de outra cor, aquilo que a TV me dá, sem propagandear a minha preferência. Devo ter sido mal interpretado, porque, como dizes:
"Do que se trata, é luta pelo poder, a procura da “captura” do poder, mediante todas as promessas, nem que seja bacalhau a pataco."
Abraço
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