sexta-feira, junho 26

Legalidade e bom senso

Dum modo geral, a terrível situação económico-financeira e consequentemente social, em que nos encontramos tem vindo a ser compreendida pela população (por nós, os pagantes) que, com mais ou menos protestos e com mais ou menos sacrifícios, somos obrigados a fazer-lhe face.
Mas quando se exige sacrifício, ele tem de tocar a todos e não apenas a nós, (os “outros”). O exemplo tem de vir “de cima” e os sacrifícios têm de ser suportados por TODOS. É impensável e inadmissível restringir direitos adquiridos e reformas e haver membros do Governo que recebem as suas pensões a que, legalmente, têm direito e ao mesmo tempo os seus salários como membros do Governo.
O bom senso aconselharia a que as pessoas em questão apenas recebessem os seus salários como membros do Governo, passando a auferir das respectivas pensões, quando cessassem as suas funções governativas. Ou que lhe dessem a escolher entre a pensão e o seu salário como membro do Governo.

Dir-me-ão, que os políticos estão mal pagos e que com essa medida não teríamos ninguém para exercer funções governativas. O Cemitério do Alto de S.João está cheio de “indispensáveis”, os “cérebros” colaboram mas recusam-se a assumir responsabilidades governativas (cá fora ganha-se mais …) e também para fazer o que têm feito, há por aí tanto desempregado jovem que era capaz de fazer bem melhor que esses “bonzos” que nos levaram à beira do abismo.

(Este “post”, escrito por mim, foi publicado em 04/06/2005, há 4 anos, portanto tirem as v/conclusões)

9 Comentários:

Às 26 junho, 2009 09:33 , Blogger Quint disse...

Nunca entendi a lógica de um tipo fazer fosse o que fosse a título remunerado e, ao mesmo tempo, estivesse aposentado.
Por isso, subscrevo.

 
Às 26 junho, 2009 12:35 , Blogger vbm disse...

Eu confesso que nunca consigo escutar este tipo de censura a ordenados, pensões e reformas não-miserabilistas sem sentir que as massas populares estão a ser manipuladas pelos grandes capitalistas a dirigirem o seu ódio de classe aos que pouco de si se distinguem, assim velando os lucros e as espoliações das grandes negociatas capitalistas. Sempre e sempre me conservarei reservado e crítico dos que censuram os políticos e não os capitalistas. E isto mesmo que concorde com a justiça de um leque remuneratório equitativo; porque fazê-lo sem ser consequente com a lógica de extirpar a imoralidade dos negócios é pura demagogia oligárquica.

 
Às 26 junho, 2009 12:53 , Blogger Peter disse...

vbm

Mas qual " as massas a serem manipulado pelos grandes capitalistas a dirigirem o seu ódio de classe aos que pouco de si se distinguem, assim velando os lucros e as espoliações das grandes negociatas capitalistas"?

Estou a acompanhar e a repudiar o caso BCP, como continuo a fazê-lo relativamente ao BPP e BPN.

O que eu pretendi salientar foi que em 4 anos, intervalo da publicação do mesmo "post", nada mudou.

Ou mudou? Mudaram "as moscas"...

 
Às 26 junho, 2009 14:05 , Blogger vbm disse...

Na América, os bónus aos administradores de bancos que faliram foram tributados em 90%. Em Portugal, o Joe Berardo ainda está a reclamar que o Jardim Gonçalves e os outros, devolvam os prémios fraudulentos que embolsaram.

Na América, o Madoff já foi julgado. Em Portugal, o Tavares Moreira viu-se misturado, sem culpa, - não era sequer administrador executivo -, com alguns prejuízos de uma Caixa de Crédito Agrícola convertida em Banco e que perdeu valor por queda da Bolsa (15 milhões de euros).

Pois bem, foi sancionado pelo Banco de Portugal com a interdição de trabalhar na banca durante dez anos (que terminam no próximo ano) e entretanto, no recurso da sentença, todo o processo da 1ª instância de julgamento foi anulada.

Como vai compaginar-se esta desmedida injusta com as fraudes do BCP (de que eu sempre ouvi rumores ter aquele banco prejuízos escondidos, rumores não de agora, mas de há anos!), os roubos do BPN, a ganância saloia dos investidores do BPP?

Pois bem, censurem-se os ordenados "chorudos" (bah) depois de feita justiça e reposta a legalidade nas negociatas capitalistas.

 
Às 26 junho, 2009 15:18 , Blogger Peter disse...

O que eu pretendi salientar foi que em 4 anos, intervalo da publicação do mesmo "post", nada mudou.

Ou mudou? Mudaram "as moscas"...

E disto não falaste.

E, como disse o FP:

"Nunca entendi a lógica de um tipo fazer fosse o que fosse a título remunerado e, ao mesmo tempo, estivesse aposentado."

Assunto que também omitiste.

Quanto ao que dizes:

"Pois bem, censurem-se os ordenados "chorudos" (bah)

Estou-me nas tintas para "os ordenados "chorudos" pagos a administradores" de empresas, desde que não me venham ao bolso.
É uma questão de "moralidade".

"repor a legalidade nas negociatas capitalistas" é tarefa que tem de ser fiscalizada pelo BdP e CMVM e é essencial para para dar credibilidade ao sistema bancário. Mas sem "negociatas" o sistema não vive. "Legais", compreenda-se...

 
Às 26 junho, 2009 16:59 , Blogger vbm disse...

Tinha uma resposta dada. Esqueci-me de ligar a ventoinha. O computador apagou-se. Por sobreaquecimento. Esta será diferente, mas tentarei respigar o que tinha escrito.

Eu notei a mensagem datada de há quatro anos e nada mudou. Contudo, apenas me debrucei sobre o que quis dizer.

Não é uma censura pessoal a quem quer prefira falar de reformas e vencimentos vultuosos. É só uma inevitabilidade do meu espírito falar da exploração capittalista assim que se censura a aristocracia laboral e intelectual.

E faço este paralelo Portugal / América: aqui, os bónus das administrações dos bancos e fundos falidos foram tributados em 90%; cá, o Joe Berardo ainda clama que os administradores do BCP devolvam os prémios fraudulentos que embolsaram;

lá, o Madoff foi preso e julgado em três/quatro meses; cá, o Tavares Moreira ainda pena por ter sido envolvido - sem culpa nenhuma - num prejuízo de quinze milhões de euros numa Caixa de Crédito, por queda conjuntural da Bolsa, pois nem era administrador com responsabilidades executivas!

O processo dele foi agora toda anulado por viciação processual, mas a pena acessória de suspensão de actividade bancária persistiu este tempo todo e prescreve para o ano!

Não há crime nenhum em fazer negociatas desde que não sejam uma simples espoliação de terceiros.

Ora, sempre que, em economia, a concorrência é enfraquecida, a espoliação instaura-se!

Exemplo: O ano passado, na altura do boicote à Galp-Bp-Repsol, as distribuidoras pequenas tiveram um boom de vendas pois a diferença de preços, anunciada nas faixas "Preços Baixos" chegava a 10 e 12 cêntimos/litro.

Pois bem, pelo menos a ESSO e a AGIP, em que me refugiava, a Galp comprou-as agora!

Como se chama isto? Roubalheira.

 
Às 26 junho, 2009 22:51 , Blogger Peter disse...

vbm

Censuro os lucros chorudos recebidos pela "aristocracia laboral e intelectual", quando os mesmos resultam de favor político e não do mérito pessoal.

Não percebo esta:
"o Joe Berardo ainda clama que os administradores do BCP devolvam os prémios fraudulentos que embolsaram"

Achas que não devem devolver?

 
Às 27 junho, 2009 00:07 , Blogger vbm disse...

Eu também censuro;
todo o demérito,
aliás.

Berardo clama; na América,
já o Estado se teria apropriado pelo imposto.

Nas mãos dos que levaram os bancos
à falência é que nunca.

 
Às 28 junho, 2009 14:42 , Blogger JOY disse...

Amigo Peter,

Nada Mudou e dificilmente mudará, enquanto a cultura do chico espertismo continuar a imperar transversalmente na sociedade Portuguesa, o decoro e o bom senso devem ser de todos e não apenas alguns, parece-me lógico que não se deva acumular ao mesmo tempo pensões, renumerações, indeminizações como tem muitos ex- membros dos governos a grande maioria sem qualquer resultado digno de realce.

Um abraço
Joy

 

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