Maddie
Fui um entre os 2,2 milhões de telespectadores que viram na TVI o documentário “Maddie – A Verdade da Mentira”. Na altura vivi intensamente o ocorrido e publiquei aqui no blogue um artigo. Posteriormente ouvi na TVI um comentário de Miguel Sousa Tavares, polémico, como de costume e não concordei com ele.
Antes de ver o documentário em questão, andei pela Praia da Luz, tirei fotos e falei com pessoas, pois vou com frequência a Lagos e passei ali a Páscoa. As pessoas estão, no mínimo, fartas dos McCann. Não vi um único cartaz fixado e em Lagos vi apenas um no centro da cidade.
(Praia da Luz – foto Peter)
Tudo indica que Gonçalo Amaral tem razão, quando afirma: “não tenho dúvidas de que Maddie está morta”.
Mas há um facto que não compreendo:
- Uma vez que ficou provado, que a criança não foi raptada, o indivíduo que descia a rua na direcção da praia, sendo visto por aquela família inglesa(?) e que levava uma criança ao colo, se esta era a Maddie, só poderia ser o pai. Mas para onde a levava?
Se era o pai e a filha e uma vez que o cão assinala a presença de vestígios de sangue da criança no armário do quarto dos pais, ela foi posteriormente trazida para ali. Mas como é que o corpo ali se aguentou sem entrar em decomposição, durante mais de 20 dias, altura em que foi alugada a viatura que assinalou vestígios de fluidos orgânicos, com fortes probabilidades de serem da miúda?
Claro que poderia especular, mas estou a cingir-me rigorosamente ao filme, feito a partir do livro que expressa o ponto de vista do ex-inspector da PJ, um profissional encarregue do caso e que é completamente oposto ao do sr Clarence Mitchell, que deve estar ganhando o seu dinheiro, ao serviço do casal McCann.
Claro que poderia especular, mas estou a cingir-me rigorosamente ao filme, feito a partir do livro que expressa o ponto de vista do ex-inspector da PJ, um profissional encarregue do caso e que é completamente oposto ao do sr Clarence Mitchell, que deve estar ganhando o seu dinheiro, ao serviço do casal McCann.
25 Comentários:
Julgo que a nossa polícia não se devia de meter nestes casos. São ingleses, que resolvam lá a coisa entre eles. Para quê desperdiçar tanto dinheiro se no fim temos que chegar à conclusão que melhor serve os interesses dos eventuais suspeitos?
Entre ingleses e a nossa polícia, o mundo sempre acreditará nos ingleses! Veja-se o que aconteceu com a Oprha.
Talvez se o Gordon não sei quantos,perder as eleições e o Sócrates também, se venham a saber mais umas coisas!
É tudo muito estranho!
Regressado, deixo um abraço amigo.
Claro que de acordo com ateoria de G Gonçalo amaral maddie morreu com certeza no apartamento ,o que aconteceu depois só alguns o saberão mas esses senhores são muito importantes dificilmente a verdade virá ao de cima.
um Abraço
Nunca percebi porque não indicam a quem a viatura estava alugada no dia do desaparecimento (morte?) da criança!
Os maus cientistas fazem teorias sem prestarem a devida atenção aos pequenos factos que as contrariam.
Ser cientista é uma longa aprendizagem da necessidade de respeitar os detalhes, por mais infimos que sejam.
Ser investigador da polícia é o mesmo. Mas tem uma dificuldade acrescida: as pessoas não estão à espera que os cientistas descubram a cura para o cancro na semana que vem, mas esperam que os investigadores desvendem os crimes em prazos curtos.
Em consequência, muitas vezes, demasiadas, os procuradores e investigadores controem verdadeiros romances escolhendo os factos que lhes convêm e ignorando os outros.
A polícia inglesa até construiu muito do seu prestígio assim, e mandou muitos inocentes para a cadeia.
Há dias vi um episódio policial na TV em que uma criança pequena era morte por acidente por um irmão um pouco menos pequeno e os pais depois inventavam um rapto para evitar que o fiho que tinha causado a morte do mais novo ficasse traumatizado com isso. É um cenário que tembém se pode aplicar ao caso Maddie.
Portanto, podemos fazer muitos romances, mas ou encontramos os factos ou não adianta transformar especulações em pretensas verdades. O Gonçalo Amaral não encontrou factos, as provas são todas dúbias, discutíveis, vir agora apresentar versões é algo que o identifica como um mau profissional.
Querido Peter:
Esse é um mistério que ficará por resolver até um dia... Acredito no faro de cães treinados. Só as roupas da mãe de Maddie cheiravam a cadáver... se era o pai que desceu com ela ao colo em direcção à praia estaria ainda viva?
Bela foto!
Beijos
Alf
“O Gonçalo Amaral não encontrou factos, as provas são todas dúbias, discutíveis, vir agora apresentar versões é algo que o identifica como um mau profissional.”
Se eu fosse o visado, movia-lhe um processo, mas como não sou, nem sequer me dou ao trabalho do rebater.
vbm
Possivelmente a polícia sabe, ou pode sabê-lo facilmente, mas o que é que isso interessa? Até podia estar alugada a ti.
Alexa e lusitano
O "lusitano" é capaz de ter razão quando escreve:
"Talvez se o Gordon não sei quantos, perder as eleições e o Sócrates também, se venham a saber mais umas coisas!"
Carol
Normalmente testemunhas como essa a que aludes: “uma pessoa (que) consegue fazer tantos retratos robot e (os) torna cada vez mais pormenorizados”, ainda para mais de noite, num local pouco iluminado e a uma distância razoável, é considerada pouco credível pelos advogados da parte contrária.
“Os gémeos nunca acordaram com o alvoroço que se gerou no quarto e no apartamento”, muito possivelmente por lhe terem dado o calmante que os avós maternos (?) parece que declararam que, por vezes, os pais lhes davam ao deitar.
António – o implume
“Julgo que a nossa polícia não se devia de meter nestes casos.” Claro que é a ela que compete fazê-lo, pois trata-se dum crime (desaparecimento) que se verificou no nosso País.
O que aconteceu com a Oprha?
«Mas como é que o corpo ali se aguentou sem entrar em decomposição, durante mais de 20 dias, altura em que foi alugada a viatura que assinalou vestígios de fluidos orgânicos, com fortes probabilidades de serem da miúda?»--------------------------------------------------------------
Por esta tua questão, é que infiro que o sangue, a ser da criança - o que não é totalmente certo -, terá sido derramado na altura do desaparecimento.
O facto de o casal ter alugado a viatura 20 dias depois independe de quem a haja alugado anteriormente.
A coincidência é compatível com o hipotético assassínio, 20 dias antes, por quem haja alugado e tripulado a viatura, lavado a bagageira e devolvido o automóvel, o qual, 20 dias depois, por coincidência, foi alugado ao pai da vítima.
Como diz o alf, são múltiplas as narrativas que concatenem alguns factos e não outros ou até todos, incluindo não só os verdadeiros como os que não são mas assim parecem...
É para mim sempre causa de enorme assombro como uma coisa que inegavelmente ocorreu - a criança sumiu ou morreu, não está com a família -, se transforma num insondável mistério e não há um ser omnisciente que declare e comprove o que aconteceu.
vbm
A minha posição está bem expressa naquilo que escrevi:
"Claro que poderia especular, mas estou a cingir-me rigorosamente ao filme, feito a partir do livro que expressa o ponto de vista do ex-inspector da PJ, um profissional encarregue do caso"
E daqui não me desvio um milímetro.
Quanto ao que diz o "alf":
"O Gonçalo Amaral não encontrou factos, as provas são todas dúbias, discutíveis, vir agora apresentar versões é algo que o identifica como um mau profissional."
Como responsável pelo blogue, não as subscrevo e portanto, se houver problemas, terá que ser o "alf" a provar:
- que "o Gonçalo Amaral não encontrou factos, as provas são todas dúbias, discutíveis";
- e muito mais grave, escrever que tal "o identifica como um mau profissional."
No que me diz respeito, não admito que um indivíduo qualquer, por muito importante que seja, ou se arrogue ser, me venha considerar como UM MAU PROFISSIONAL!
Provavelmente Gonçalo Amaral teve o azar de lhe terem caído nos braços, passe a expressão, dois mistérios: Joane e Madeleine McCann.
Em ambos há a quase certeza duma morte, mas daí até se erradicar o "quase" vai um grande passo.
No caso McCann esbarrou depois num rochedo de cumplicidade e numa máquina de relações públicas com que nunca tivera ou suposera que teria de lidar.
Está convicto das suas congeminações feitas a partir de provas circunstânciais e, admito, algumas materiais, mas penso que exagera quando só admite aquele cenário sabendo duma coisa chamada princípio da inocência!
Ferreira-Pinto
Quero dar-te os meus parabéns pelo teu comentário isento, ponderado e lúcido. Outra coisa não era de esperar dum profissional.
Destaco o seguinte que, quanto a mim, condicionou e muito, a actuação do inspector da PJ:
"No caso McCann esbarrou depois num rochedo de cumplicidade e numa máquina de relações públicas com que nunca tivera ou suposera que teria de lidar."
Peter,
Não pertenço ao número dos que viram o programa da TVI, por estar a trabalhar e nem me lembrei de o gravar.
Li os comentários e mantenho o que penso desde que "isto" aconteceu.
Que este é um enredo tremendo, que a nossa polícia foi apanhada numa rede que envolve "altas figuras" que a ultrapassaram de todas as formas.
Li em tempos num jornal inglês a história das ligações de muitos elementos desta família inglesa, e é, no mínimo tudo muito peculiar.
No que acredito?
Num grande embuste.
E como eu, e parece que ninguém, tem provas de nada, fico com a sensação de "me estarem a comer as papas na cabeça".
Bom fim de semana, Peter.
Um abraço
Meg
Concordo contigo quando escreves:
"Que este é um enredo tremendo, que a nossa polícia foi apanhada numa rede que envolve "altas figuras" que a ultrapassaram de todas as formas."
Faz-me lembrar o "Ultimatum Inglês" no qual o governo português, denotou impotência e falta de firmeza e foi uma das causas de contestação à monarquia.
Bom fds
Peter
Portanto, para si, a acusação de «mau profissional» tem de ser provada à exaustão; já a de «assassino», que o Gonçalo Amaral faz desde o princípio do processo, não!
A opinião de que o Gonçalo Amaral agiu como um mau profissional parece-me ser partilhada por muita gente com mais capacidade de avaliação do que eu.
Por último: eu não fiz uma acusação leviana. A investigação criminal tem regras, tal como a investigação científica. Eu posso não seguir as regras da investigação científica mas os meus trabalhos não serão aceites no seu seio.
Quanto a um eventual processo por difamação movido pelo senhor Gonçalo Amaral, declaro já aqui que sou inteiramente responsável por todas as afirmações que faço.
Compreendo o seu receio: até conheço uma pessoa que esteve um ano com termo de identidade e residência por ter pedido na escola que o filho não ficasse com determinada professora... que lhe pôs logo um processo crime por difamação.
Parece que agora pode dizer-se cobras e lagartos dos políticos mas dos restantes não se pode abrir o bico, com razão ou sem ela. Mas, como saberá, eu sou ET, para mim são todos humanos e iguais nas responsabilidades e direitos.
alf
É o seu ponto de vista. Este blogue está aberto e sempre esteve, a todos os comentadores e também não tem censura prévia como muitos têm.
Respondeste bem, Peter. É assim que deve ser: ouvir e saber ouvir as opiniões dos outros, ainda que diferentes das nossas.
Isto posto, concordo com o Alf, não está provado que os pais da criança hajam escondido da polícia factos relativos ao desaparecimento ou morte da filha.
Certo que também não está provado que não estejam implicados materialmente na tragédia. Mas não lhes cumpre o ónus de provarem a sua inocência: basta-lhes declará-la.
[Assim não sucedeu, por exemplo, com Saddam Hussein que tinha de provar que não tinha as tais armas...]
Pode ser que o futuro ponha a descoberto a verdade do que aconteceu.
Peter
Há um aspecto em que eu lhe devo desculpas.
Entendo que processar um blogue é tão inaceitável como processar alguém pelas conversas em sua casa porque, de certa forma, um blogue é como a casa de cada um, só lá vai quem sabe a morada; mas, pela mesma razão, mandam as regras de boa educação que quem lá vai respeite quem lá está. Ora, sendo, evidente o seu (louvável) empenhamento no assunto, eu fui «mal educado» em exprimir a minha opinião na forma ligeira em que o fiz. E disso peço desculpa. Apesar da idade, falta-me certa maturidade nestas coisas, a maturidade que o vbm mostrou nos seus comentários. Os humanos têm uma sabedoria que os ET's ainda não dominam...
vbm
"não está provado que os pais da criança hajam escondido da polícia factos relativos ao desaparecimento ou morte da filha"
É um facto. Há é contradições nas declarações da mãe e de outros intervenientes, que por interferências estranhas não foi possível esclarecer.
Também não compete aos pais o "ónus da prova".
Penso que Gonçalo Amaral foi "imolado" politicamente e não profissionalmente e é isso que me "dana".
alf
Agradeço sensibilizado. Não me deve quaisquer desculpas.
Talvez por eu ter sido vítima profissionalmente em 1975 duma profunda injustiça, que só foi reparada em Dezembro de 2000, embora sem ter direito a quaisquer compensações monetárias, seja tão sensível àquilo que fizeram ao inspector Gonçalo Amaral.
Peter
Fosse o caso passado entre a raia miúda e as provas encontradas teriam sido suficientes porque muitas foram escamoteadas e outras permanecem ausentes.
Acredito no Gonçalo Amaral embora não tenha chegado ao fundo da questão mas com tantos ventos contrários? O que é facto é que com o seu afastamento a investigação terminou.
Espero que um dia a verdade seja conhecida. É que há várias pessoas que a conhecem e, assim sendo, torna-se muito mais provável que alguém um dia diga o que se passou realmente.
Até lá vamos convivendo com o embuste daqui e dacolá.
Abraço
SILÊNCIO CULPADO
É a nossa sina: "até lá vamos convivendo com o embuste daqui e dacolá."
Basta ver os noticiários da TV, certa TV...
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