quinta-feira, junho 12

Seis décadas de conflito

Comemoram-se agora os 60 anos de Israel. Criado com a benção das Nações Unidas pouco após a II GM não se pode contestar a legitimidade do Estado de Israel, quer no plano do Direito Internacional, quer no plano dos factos políticos. Contudo, nem a soberania nem a defesa do Estado Judaico podem justificar, nem muito menos fazer esquecer, seis décadas de expansionismo territorial e de opressão sobre os palestinianos, expropriados das suas casas, das suas terras, da sua liberdade e do seu direito a construir o seu próprio Estado nas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Tudo piorou a partir da guerra de 1962, na sequência da qual Israel ocupou toda a Palestina, incluindo a faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, situação que tem permanecido até agora, apesar da sua aparente ilegalidade à luz do Direito Internacional ao qual Israel deve a sua legitimidade como Estado.
Além de violar repetidamente as suas obrigações como "potência ocupante", Israel tem procedido a um extenso programa de colonização judaica dos territórios ocupados, em especial da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, culminando o desprezo pelo Direito Internacional com a incorporação oficial de Jerusalém no seu território e com a construção de um muro bem dentro dos territórios ocupados, separando as áreas colonizadas do demais território da Cisjordânia. Apesar de condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça, Israel ignorou o veredicto com toda a displicência e arrogância.

Não podendo estar em causa a soberania de Israel, a solução para o conflito israelo-palestiniano só pode consistir na coexistência de dois Estados, criando um Estado palestiniano nos territórios ocupados, na base da Autoridade Nacional Palestiniana.
A verdade, porém, é que existe uma enorme desigualdade de armas nesta contenda. Sem ter a força da razão, Israel não hesita em recorrer à razão da força.. tendo a seu favor o direito da ocupação e o direito à soberania sobre as suas próprias terras, os palestinianos não têm nenhuns meios de fazer valer esses direitos.
É por isso que é especialmente censurável a má fé negocial de Israel e a parcialidade pró-israelita das grandes potências, especialmente USA e UE. Quanto a Israel, embora declare estar disponível para aceitar um Estado palestiniano, faz tudo descaradamente para inviabilizar um tal Estado, através da contínua colonização de mais territórios ocupados. Sem falar na construção do muro de divisão da Cisjordânia. Do lado das grandes potências, embora apadrinhem a solução dos dois Estados, adoptam uma flagrante política de dois pesos e duas medidas, uma de apoio incondicional a Israel no campo polítcio e material e outra de sistemática complacência com a opressão nos territórios ocupados e com a inviabilização prática de qualquer Estado palestiniano.

A experiência internacional, mesmo na região, mostra como é possível encontrar soluções suficientemente fiáveis para tranquilizar Telavive, como a interposição de uma zona–tampão como sucede actualmente na fronteira israelo-libaneza./Os USA e a UE dariam bem melhor emprego ao dinheiro dos seus contribuintesna manutenção de uma tal força de paz e no fim do conflito, do que no sustento directo e indirecto da interminável, e opressiva, ocpação israelita.

17 Comentários:

Às 14 junho, 2008 13:33 , Blogger vbm disse...

eu não percebo nada do médio oriente e o barak obama parece que também não!

sabes uma coisa que é reveladora da pobreza franciscana do nosso país político?


repara quem os jornalistas da televisão entrevistam! pois é, entrevistam-se entre si,

como se fossem as sumidades dos assuntos em questão - e provavelmente são, porquanto são eco uns dos outros -,

pois nenhuma personalidade se sujeita aos seus questionamentos, não só por saberem pouco dos assuntos,

como porque seriam embaraçados com o livre questionamento dos seus dogmas e preconceitos.


assim, ninguém fala sobre o médio oriente só a Teresa 'não sei quantos' do 'Público' de quem não gosto nada,

porque gagueja a fingir que raciocina sobre as perguntas que os colegas lhe fazem!

 
Às 14 junho, 2008 21:44 , Blogger Manuel Veiga disse...

oportuno texto. uma análise penetrante num tema difícil.

como aliás é de teu timbre.

gostei muito.

abraços

 
Às 14 junho, 2008 22:00 , Blogger Tiago R Cardoso disse...

o amigo não ficaria chateado de seu le-se e só lhe deixa-se um abraço ?

Isto de estar de férias cria uma certa preguiça...

 
Às 15 junho, 2008 12:29 , Blogger Blondewithaphd disse...

My, oh my, fala-se de temas difíceis e aí está um! É claro que o problema israelo-palestiniano não tem solução à vista (acho que nunca em geração alguma o terá). primeiro, os povos da zona nunca se entenderam, depois vieram todas as ocupações e usurpações territoriais, depois, como não poderia deixar de ser, lá veio o império britânico minar o resto, depois a Guerra, a Sociedade das Nações e a ONU, agora os EUA e o governo de um estado de pleno direito. Nah, nunca mais se endireitará a região.

 
Às 15 junho, 2008 15:01 , Blogger Papoila disse...

Querido Peter:
Um artigo sobre um dos temas mais dificeis da política internacional o conflito israelo-palestiniano,
Uma análise profunda, e uma solução de paz que não sei porque não é decidida pelos USA e a UE a bem de todos e da economia.
Beijos

 
Às 16 junho, 2008 10:36 , Blogger Ant disse...

Bom dia malta amiga...
Desculpem a ausência mas o trabalho tem sido demasiado.

Adiante

Isto é um espaço publicitário.
passem por lá pela casota...

Abraço que eu volto já.

 
Às 17 junho, 2008 21:25 , Blogger Lúcia Laborda disse...

Oie lindo! Belo post! É possível sim! Falta apenas disposição pra resolver e coragem para assumir.
Boa semana! Beijos

 
Às 18 junho, 2008 02:25 , Blogger tulipa disse...

Amigo
do olhar interior
do desencanto
já nem sobram
as sombras
limites
sem contornos
nem vedações
apenas,
ampliando a secura,
o grito
e o deserto
perdido nas dunas
nem sopro,
nem sombra
só um arfar
que não sei
se de raiva
se de tédio.

Abracinhos.

 
Às 19 junho, 2008 18:34 , Blogger Peter disse...

Heretico:
Agradeço visita.
Estou desfasado por motivos de doença.
Abraço

 
Às 20 junho, 2008 03:32 , Anonymous Anónimo disse...

PEter,
espero que te encontres bem.

beijo desta leitora sempre assidua;) apesar de muitas vezes nao comentar

lucia

P.S. um abraço, apertado, pois com o conversas da xaxa aprendi muito!ao longo dos anos e ja vao alguns**

 
Às 20 junho, 2008 06:42 , Blogger Peter disse...

A todos e relembrando ontem:

Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...


Mário de Sá Carneiro

 
Às 20 junho, 2008 14:57 , Blogger Peter disse...

Tiago

Tenho estado doente. Um prolema renal que me apareceu e que só cedeu à base de cortisona. Esta devastou-me o cérebro.

Agora terei de resolver este problema.

A juntar a isto, mudei de PC e ando ainda aqui às "palpadelas".

 
Às 20 junho, 2008 15:01 , Blogger Peter disse...

"blonde"

Obrigado pela visita. Como disse ao Tiago ando ainda aqui aos "papéis, com tudo o que tinha para publicar no anterior PC.

 
Às 20 junho, 2008 15:05 , Blogger Peter disse...

Papoila

Tenho andado doente, sem PC e sem telemóvel.Completamente isolado deste mundo.

Votos de um bom fds.

 
Às 20 junho, 2008 15:07 , Blogger Peter disse...

ANT

"Arrasto-me" por aqui. Bom fds

 
Às 20 junho, 2008 15:09 , Blogger Peter disse...

olhos de mel

Obrigado pela visita e desejo de um bom fds.

 
Às 20 junho, 2008 15:10 , Blogger Peter disse...

tulipa

Lindos versos. Obrigado pela visita.

Bom fds.

 

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