......O CONVITE À VIAGEM
...........Irmã, filha, escuta,
...........Pensa na doçura
......De irmos para lá viver, sim!
...........Amar à vontade,
...........Amar e morrer
......Nessa terra igual a ti!
...........Os húmidos sóis
...........Dos nevoentos céus
......Têm para mim os encantos
...........Assim misteriosos
...........Dos teus falsos olhos,
......Entre as lágrimas brilhando.
......Lá tudo é beleza e luxo
......É ordem, calma e volúpia.
......Móveis reluzentes,
...........Polidos plo tempo,
......Decorariam a câmara;
...........As mais raras flores
...........Fundindo os odores
......Ao vago aroma do âmbar,
...........Riquíssimos tectos,
...........Profundos espelhos,
......O esplendor oriental,
...........Tudo falaria
...........Com a alma em surdina
......A sua língua natal.
......Lá tudo é beleza e luxo,
......É ordem, calma e volúpia.
...........Vê nesses canais
...........Dormir essas naus
......Cujo humor é vagabundo;
...........É pra saciar
...........As tuas vontades
......Que vêm do fim do mundo.
...........Os sóis, já deitando-se,
...........Envolvem os campos,
......Os canais, toda a cidade,
...........Com oiro e jacinto;
...........E o mundo dormindo
......Numa quente claridade
......Lá tudo é beleza e luxo,
......É ordem, calma e volúpia.
(Baudelaire, As flores do mal)
...........Irmã, filha, escuta,
...........Pensa na doçura
......De irmos para lá viver, sim!
...........Amar à vontade,
...........Amar e morrer
......Nessa terra igual a ti!
...........Os húmidos sóis
...........Dos nevoentos céus
......Têm para mim os encantos
...........Assim misteriosos
...........Dos teus falsos olhos,
......Entre as lágrimas brilhando.
......Lá tudo é beleza e luxo
......É ordem, calma e volúpia.
......Móveis reluzentes,
...........Polidos plo tempo,
......Decorariam a câmara;
...........As mais raras flores
...........Fundindo os odores
......Ao vago aroma do âmbar,
...........Riquíssimos tectos,
...........Profundos espelhos,
......O esplendor oriental,
...........Tudo falaria
...........Com a alma em surdina
......A sua língua natal.
......Lá tudo é beleza e luxo,
......É ordem, calma e volúpia.
...........Vê nesses canais
...........Dormir essas naus
......Cujo humor é vagabundo;
...........É pra saciar
...........As tuas vontades
......Que vêm do fim do mundo.
...........Os sóis, já deitando-se,
...........Envolvem os campos,
......Os canais, toda a cidade,
...........Com oiro e jacinto;
...........E o mundo dormindo
......Numa quente claridade
......Lá tudo é beleza e luxo,
......É ordem, calma e volúpia.
(Baudelaire, As flores do mal)
1 Comentários:
Meu caro vbm
Com este poema de Baudelaire, o poeta "maldito", que é um dos meus preferidos, não podia ter melhor maneira de começar o dia.
Obrigado por isso.
De Beaudelaire e do seu livro "Les fleurs du mal", gosto especialmente dos poemas: "L'étranger" e "Spleen".
Às vezes paro na rua, olhando o céu azul porque também "j'aime les nuages, les merveilleuses nuages".
Que tenhas um bom Domingo.
P.S. - Amanhã começo a publicar. Não o poderei fazer todos os dias, nem com a qualidade com que o fizeste.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial