A blogosfera portuguesa
Extractos da tese de mestrado da Drª Paula Silva sobre a blogosfera portuguesa, que era para ter sido lido no 2º Encontro de Blogs em Alvito:
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O último século viu os media impressos, a rádio e a televisão tornarem-se objectos de consumo massificados e hoje, a cada minuto que passa, há novos computadores a interligarem-se, novas pessoas a entrarem na Rede e novas informações a serem aí colocadas, ao alcance de “todos”.
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Pela primeira vez na história humana, a opinião pode tornar-se pública. Pública como consideramos a opinião de alguém que utilizou meios de comunicação como veículos, mas também pelo facto de poder dizer respeito a todos e que todos podem fundamentar ou rebater. Neste sentido, os blogues são uma ferramenta imprescindível de promoção da racionalidade e de fomento da discussão. Abolidos os intermediários, amplia-se uma oferta de informação que até há pouco tempo estava confinada aos jornalistas e “opinion makers”. É neste contexto que as “notícias” estão a ser produzidas pelo antigo público, por pessoas comuns, e não apenas por quem tradicionalmente costumava produzir a primeira versão da história.
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Indivíduos privados discutem agora assuntos do interesse público e podem funcionar como vigilantes da acção dos media e dos que têm o poder.
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A blogosfera portuguesa não vive da informação original, o âmago do jornalismo, mas funda-se na opinião, a sua grande arma.
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Autênticos best-sellers da Internet e verdadeiros êxitos de nichos informativos, os blogues vêm preencher o vazio criado pelos meios de comunicação tradicionais. São das melhores fontes para encontrar artigos menos conhecidos e sítios perdidos na web, com a oferta de fontes fidedignas a fazer muito pela conquista de seguidores dedicados.
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Quem utiliza a Internet, não se limita a processar solitariamente a informação, interage também socialmente. A necessidade humana pela sociabilidade é tão indispensável quanto a necessidade de informação, pelo que existem tecnologias que permitem a satisfação de ambos os objectivos e os blogues parecem ser um desses casos. Encorajam o diálogo e são uma via para vozes que, na maioria das vezes, não têm como ser ouvidas.
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Actualmente, uma parte importante da esfera pública está na Rede, contribuindo os blogues para a sua manutenção e crescimento constante. Espaço público esse que funciona como uma ágora universal cujo acesso é mais democrático que outrora e, por isso, promotor da cidadania, fazendo uso público da razão por pessoas privadas.
(…)”
NOTA
Poderá ser lido o texto completo no n/link “Lumife”.
6 Comentários:
Muito especial ;)
É evidente que a autora tem razão. E, como diz Pessoa aqui ao lado:
"I need truth and aspirin"
"Encorajam o diálogo e são uma via para vozes que, na maioria das vezes, não têm como ser ouvidas."
Muito interessante:)
*
até quando? eis para mim a questão...
abraços
Olá Peter
Estive a ler o que Paula Silva disse sobre a blogosfera. Não sei____(é mesmo verdade) se concordo com aquilo que li. Mas como eu não gosto muito da sensação - dúvida - vou ler outra vez:) para formular melhor as minhas ideias.
Beijo com carinho
BSemana
Olá, Peter!
Um interessante naco do trabalho da Paula Silva.
Questiono-me sobre o que se dirá daqui a meia dúzia de anos e, sobretudo, espero ainda por cá andar para poder apreciar tudo o que vai acontecer.
Abraço
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