Dia internacional da mulher
Comemorando o dia deste ser maravilhoso, publico, já que não sou poeta, um poema de António Ramos Rosa, incluido na "Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa", de Eugénio de Andrade, ed Campo das Letras.
A MULHER FELIZ
Está de pé sobre as brancas dunas. As ondas
conduziram-na
e os ventos empurraram-na. Está ali, na perfeição
redonda
da oferenda. E como que adormece no esplendor
sereno.
Diz luz porque diz agora e és tu e sou eu, num círculo
só. Está embriagada de ar como uma forte lâmpada.
É uma área de equilíbrio, de movimentos flexíveis,
um repouso incendiado, a vitória de uma pedra.
Abrem-se fundas águas e um novo fogo aparece.
Que lentas são as folhas largas e as areias!
Que denso é este corpo, esta lua de argila!
Nua como uma pedra ardente, mais do que uma
promessa
fulgurante, a amorosa presença de uma mulher feliz.
Nela dormem os pássaros, dormem os nomes puros
Agora crepita a noite, as linguas que circulam.
Crescem, crescem os músculos da mais íntima
distância.
Era bom que, pelo menos hoje, todas as mulheres do mundo fossem mulheres felizes.
A MULHER FELIZ
Está de pé sobre as brancas dunas. As ondas
conduziram-na
e os ventos empurraram-na. Está ali, na perfeição
redonda
da oferenda. E como que adormece no esplendor
sereno.
Diz luz porque diz agora e és tu e sou eu, num círculo
só. Está embriagada de ar como uma forte lâmpada.
É uma área de equilíbrio, de movimentos flexíveis,
um repouso incendiado, a vitória de uma pedra.
Abrem-se fundas águas e um novo fogo aparece.
Que lentas são as folhas largas e as areias!
Que denso é este corpo, esta lua de argila!
Nua como uma pedra ardente, mais do que uma
promessa
fulgurante, a amorosa presença de uma mulher feliz.
Nela dormem os pássaros, dormem os nomes puros
Agora crepita a noite, as linguas que circulam.
Crescem, crescem os músculos da mais íntima
distância.
Era bom que, pelo menos hoje, todas as mulheres do mundo fossem mulheres felizes.
10 Comentários:
Olá, Peter!
Estes dias internacionais disto e daquilo não me dizem nada.
Tens blogs no Sapo?
Fiquei com a ideia que sim.
Abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
Peter
Bela homenagem. Obrigada:))
A minha mensagem escrita “à minha maneira”______nos sentires que eu traduzo_________na palavra.
Um grito selvagem________a mulher cantou
deliciou e não assustou a vasta plateia________que a admirou
nas mãos________cordas de nós feitos______escondidos
e falsos sorrisos_________aplaudiram
tinha o peito cingido por uma écharpe de seda
todo o seu corpo estava preso nas malhas ______de um belo vestido
bem medido.cuidado.civilizado
bailava a plena liberdade _________ em seus olhos
o que as malhas não tinham força para prender
e se soltou das grades_______________a voz
QUE TODOS OS DIAS SEJAM - DIAS DA MULHER!
Beijo
Peter!
Belíssima a escolha deste poema do António Ramos Rosa que dá força e traz luz a este fim de tarde em que o leio!
Beijo
Recebido e percebido.
Abraço
Mudança de visual??! Ficou bonito. Eu gosto. Beijinhos meus.
Vim espreitar e vejo um blog da cor da esperança... Penso :O!... enganei-me? Não, a casa é nova... ;) Gosto :)
Beijo
Olá, Peter - cheguei tarde???
Mas sempre a tempo de dizer que gosto da nova casa e que o poema é lindo.
Gostei muito.
Beijos e abraços
Marta
Interessante forma de abordar o tema. Por falar em tema, noto que o blog alterou o seu visual. De facto, porque andar sempre com a mesma roupa, se há tantas e não custam nada?
Viva a mulher!
A beleza da poesia de ARR.
Obrigado pela partilha.
Bjos
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