sexta-feira, novembro 17

Fases do ensino em Portugal

1ª fase (antes de 1974)
O aluno ao matricular-se ficava automaticamente chumbado. Teria de provar o contrário ao professor.

2ª fase (até 1992)
O aluno ao matricular-se arriscava-se a passar. "Conheci um tipo que se matriculou numa FAC mas que, por motivos pessoais, não a pôde frequentar. No ano seguinte, já com os problemas resolvidos, voltou lá para se matricular no 1º ano. Responderam-lhe que devia estar enganado, pois a matrícula era no 2º ano e não no 1º. Claro que ele aproveitou."

3ª fase (actual)
O aluno ao matricular-se já transitou automaticamente de ano, salvo casos muito excepcionais e devidamente documentados pelo professor, que terá de incluir no processo, obrigatoriamente um "curriculum vitae" extremamente detalhado do aluno e nalguns casos da própria família.

4ª fase ( em vigor a partir de 2007):
O professor está proibido de chumbar o aluno; nesta fase quem é avaliado é o próprio professor, pelo aluno e respectiva família, correndo o risco quase certo de chumbar...

Apetece acrescentar uma 5ª fase:
Os alunos que saibam escrever o seu nome sem erros, nem precisam matricular-se. Têm acesso directo ao Conselho de Ministros como consultores privados do 1º Ministro, equiparados a Chefe de Gabinete, com direito a subsídio de almoço e de transporte.

(recebido por E-mail)

Eu corrijo, pelo que a anterior poderá ser a 6ª Fase:

A 5ª fase
Como os profs passarão a “colaborar na manutenção das escolas”, será com os ditos a varrerem e lavarem o chão e numa fase posterior a executarem trabalhos de pedreiros, carpinteiros, canalizadores etc, que mais valia que tivessem enveredado por aí, pois com os biscates que estes técnicos fazem por fora, e não os há, ganham muito mais que os professores.

O exemplo entre aspas da 2ª Fase, também foi escrito por mim.

3 Comentários:

Às 17 novembro, 2006 12:12 , Blogger Maria Carvalho disse...

Um bocado triste, mas parece-me que é quase isso!! Bom fim de semana, beijos.

 
Às 17 novembro, 2006 22:42 , Blogger Peter disse...

Enviaram-me este texto com o pedido de publicação:

"Aspectos que toda a gente parece ignorar sobre a profissão de professor e que será bom esclarecer:

1º. Esta é uma profissão em que a imensa maioria dos seus agentes trabalha (em casa e de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias! Férias, sim, e sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes com muito mais dias de folga do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais duas para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa , 1 ou 2 meses no verão.
2º. É a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado (também neste caso, exigirá a senhora Ministra um pré-aviso com 5 dias de antecedência?)
3º. É uma profissão que exclui devaneios do tipo "hoje preciso de sair meia hora mais cedo", ou o corriqueiro "volto já" justificando a porta fechada em horas de expediente.
4º. É uma profissão que não admite faltas de vontade e motivação ou quaisquer das 'ronhas' que grassarão, por exemplo, no ME (quem duvida?) ou na transparente AR.
5º. É uma profissão de enorme desgaste. Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros, mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar… E olhe que não, senhor secretário de estado, a escola da reportagem da RTP1 não é, nem de longe, caso "único, circunscrito e controlado"!
6º. É uma profissão que há muito deixou de ser acarinhada ou considerada, humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos – na nossa dignidade ou fisicamente (e as cordas vocais não são um apêndice despiciendo…) , enxovalhados na praça pública, atacados e desvalorizados, na nossa pessoa e no nosso trabalho, em todas as frentes, nomeadamente pelo "patrão" que, passe a metáfora económica tão ao gosto dos tempos que correm…, ao espezinhar sistematicamente os seus "empregados" perante o "cliente", mais não faz do que inviabilizar a "venda do produto"
7º. É uma profissão em que se tem de estar permanentemente a 100%, que não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas) ou problemas pessoais …
8º. É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o processo, exigente e desgastante, quer de chegar a horas, quer de "conquistar" , várias vezes ao longo de um mesmo dia de trabalho, um novo grupo de 20 a 30 alunos (e todos ao mesmo tempo, não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão familiar de 1, 2, até 6 filhos...)
9º. É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. (Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros! Ao contrário deles, e como se não bastasse tudo o que nos é exigido (da discrepância salarial e demais benesses não preciso nem falar) …
10º. ainda somos avaliados, não pelo nosso próprio desempenho, mas pelos sucessos e insucessos, os apetites e os caprichos dos nossos alunos e respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do nosso país!
Assim, é bom que a "cara opinião pública" comece a perceber por que é que os professores "faltam tanto":
Para além do facto de, nas suas "imensas" faltas, serem contabilizadas também situações em que, de facto, estão a trabalhar :
- no acompanhamento de alunos em visitas de estudo,
- em acções, seminários, reuniões, para as quais até podem ter sido oficialmente convocados,
- para ficarem a elaborar ou corrigir testes e afins , que não é suficiente o tempo atribuído a essas tarefas ,
- ou, como vem sucedendo ultimamente, a fazerem (em casa, que é o sítio que lhes oferece condições) horas e horas não contabilizadas do obrigatório "trabalho de escola"….
Para além disto, e não é pouco, há pelo menos, como acima se terá visto, toda uma lista de 10 boas e justificadas razões para que o façam.

Uma professora que, por achar que - em termos de políticas educativas e laborais deste governo dito socialista – estamos muito pior que no tempo do Salazar e não arrisca identificar-se."

 
Às 18 novembro, 2006 19:44 , Anonymous Anónimo disse...

Olá Peter concordo plenamente com os dois textos, embora felizmente não pertença à classe docente volto a dizer, Felizmente, sei do que falam, e os porquês de tanta indignação,ainda hoje desde as trés da manhã, até às duas da tarde, estive ajudar a elaborar os próximos testes das turmas da minha mulher, e isto realmente ninguèm quer ver, nem ninguém paga.
A melhor imagem de um professor hoje é a de um saco de boxe, em que, todos batem, descarregam as amarguram e frustações do dia-dia são,alunos,pais dos mesmos, os ´próprios auxiliares de acção educativa, sendo estes também vitimas dos mesmos... há estava a esquecer o mais importante, e como diz "João Jardim o governo da républica" encabeçado pela ministra da educação,que não faz mais nada do que, espezinhar em vez de incentivar,mas afinal é esta a prioridade do governo, voltando à vaca fria todos esperam realmente que os profs, se calem e não rebentem o saco por isso tudo fazem para que nada reste nem a dignidade , nem a auto-estima.
Já agora em nota de rodapé, sabia que uma escola que tenha por diversas razões um horario de 14 horas, terá de contratar dois professores, um para lecionar 11 horas e o outro com as restantes trés, tendo em conta que o horario normal de um professor é de 22 horas, isto é, ou não é, iludir a opinião publica, dizendo que contrataram mais uns não sei quantos professores, mas não dizem as condições deploraveis em que se encontram.
Desculpem mais acabei de descarregar aqui a minha revolta.

Um Abraço

 

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