quinta-feira, novembro 3

A tirania das televisões e o terrorismo de estado

O Mundo irreal criado pelas televisões e a cultura do medo a este associado passaram a fazer parte de um quotidiano cada vez mais distante da dignidade de ser Humano.

Frases como "Onda de calor pode matar", "O inverno mais frio do último século" ou "Gripe das aves ameaça matar milhões de pessoas", são apenas algumas das parangonas com que nos vão aterrorizando.

A enorme massa humana entorpecida e alienada treme ante todos os cenários catastróficos que nos entram casa dentro a todos os dias e a qualquer hora.

Os Governos passam igualmente uma imagem de caos servindo-se de uma série de clichés. O défice, a situação económica mundial, o preço do petróleo, a fraca produtividade e uma ou outra guerra cientificamente planificada, não importando as vítimas que possa causar, mas sempre o sacrossanto dinheiro.
O ser humano foi relegado para o esquecimento. Limita-se a ser uma mera peça numerada que faz parte de uma engrenagem tenebrosa de exploração, tendo como base o medo.

O fenómeno "terrorismo" é hoje praticado pela generalidade dos estados contra os seus próprios povos.
É pelo terror que governam, é com o terror que condicionam as nossas vidas.
A ameaça sempre presente do despedimento, a falta propositada de trabalho, contratos precários que não ligam efectivamente o funcionário à entidade patronal, a despesa sem controlo por parte daqueles e daquelas a quem cegamente elegemos, são factores importantes que castram a nossa capacidade de intervenção.

Não contentes com este fenómeno os estados promovem outros. A exclusão social, a divisão das pessoas em castas, a promoção de conflitos étnicos, religiosos, de opções são mais alguns dos fantasmas com que conduzem as políticas de intimidação. É a psicologia de massas a ser aplicada de forma científica que permite àqueles que conduzem os destinos de todos, o controlo sobre as nossas vidas.

Nenhum sistema esqueceu o homem. Desde a democracia cristãs, passando pelo comunismo, têm, embora com visões diferentes, uma preocupação com o Homem. Ao neo-liberalismo não interessa o Homem, mas o resultado da exploração global deste. Hoje, tal como conhecemos o mundo, poucos controlam de maneira apátrida o todo. Não interessa ao capitalismo se explora a população portuguesa, ou a Iraquiana. É-lhe completamente indiferente a língua, os costumes, a cultura – hoje quase inexistente – de cada povo.

As televisões são o veículo privilegiado da passagem dessa mensagem de terror. Poucos de nós estão avisados para este fenómeno global e a título de entretenimento deixamos que essa mensagem de violência nas suas muitas formas faça parte do nosso dia-a-dia. Deitar fora estes aparelhos pode ser o início da solução para nos libertarmos.

Pensar tornou-se cada vez mais um acto que não se pratica. A música, os livros, o cinema, a televisão são-nos impostas por uma espécie de anti-cultura que retira a dignidade a que temos direito. Cabe a cada um de nós tomar conhecimento desta tirania do mal.

A desobediência civil, a recusa do pagamento de impostos que são na verdade um roubo cometido em nome do bem comum. Porém, se recuarmos um pouco no tempo, verificamos que aldeias comunitárias de que ainda restam alguns exemplos em Trás-os-Montes, são na realidade versões e opções de vida bem mais justas.

A mudança é possível. Cabe a cada um de nós fazer a diferença.

26 Comentários:

Às 03 novembro, 2005 22:04 , Anonymous Anónimo disse...

rsrsrs... aqui está o "attention whore" (como a anónima ana o denominou) na sua forma máxima: o mesmo artigo 3 xs... rsrsrs... é, no entanto, um artigo brilhante, se bem que a revolta contra a televisão não seja o melhor caminho. Muito tinha a dizer para o complementar... mas não me apetece

 
Às 03 novembro, 2005 22:11 , Anonymous Anónimo disse...

Manias dos triplicados. Devo eu próprio estar a tornar-me burocrata...

 
Às 03 novembro, 2005 22:33 , Blogger Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Zé

Concordo contigo!

"A mudança é possível. Cabe a cada um de nós fazer a diferença". Agora, aqui é que existe um verdadeiro problema! Será que as pessoas querem mesmo fazer a diferença - e não sabem como - ou não querem mesmo fazer a diferença - porque têm que fazer algo? Como mexerem-se, agitarem-se, fazer ouvir a sua voz! qualquer coisa, menos ficar quieto! e muito menos "censurarem" quem tenta fazer.
Parece que o povo português gosta muito se andar adormecido. E o nosso sistema tem as mais belas canções de ninar.

Um beijo

 
Às 03 novembro, 2005 22:39 , Anonymous Anónimo disse...

Vão formar uma sociedade comunitária?

 
Às 03 novembro, 2005 22:43 , Anonymous Anónimo disse...

Não seria interessante?

 
Às 03 novembro, 2005 22:48 , Anonymous Anónimo disse...

Interessantíssimo!!! E funciona como harém?

 
Às 03 novembro, 2005 22:50 , Anonymous Anónimo disse...

Hum...alguém preconceituoso?
Porque não?

 
Às 03 novembro, 2005 22:56 , Anonymous Anónimo disse...

Acho que faz muito bem... tem todas as condições para isso... e essa sua fantasia está patente em muitos dos seus textos do InApto... acho que está na altura de a realizar... no entanto, sou contra as desigualdades. tanta mulher só para si... não me parece bem. O amigo já ultrapassou o Marco Paulo nas suas canções.

 
Às 03 novembro, 2005 23:00 , Anonymous Anónimo disse...

já que me chama preconceituoso... e se for o amigo a fazer parte do harém de uma mulher? Talvez seja interessante...

 
Às 03 novembro, 2005 23:01 , Anonymous Anónimo disse...

Confesso que estou quase a abraçar o Islamismo. Neste item em particular os ditos Islâmicos são bem mais tolerantes. E ainda lhes chamam fundamentalistas!!!

 
Às 03 novembro, 2005 23:03 , Anonymous Anónimo disse...

Não sou preconceituoso. Adivinho até algumas vantagens em fazer parte de um harém de uma mulher!

 
Às 03 novembro, 2005 23:06 , Anonymous Anónimo disse...

Que não é preconceituoso já o sabia. Há provas dadas. Quanto ao não se importar de fazer parte do harém de uma mulher, se fosse a sua mulher já não diria isso. Quanto a abraçar o islamismo...heis uma boa ideia: emigre!!!!! Não era uma boa ideia? Ficavam mais para nós porque está a esgotar o mercado...

 
Às 03 novembro, 2005 23:07 , Anonymous Anónimo disse...

Embora sem grande imaginação já escolhi o meu nome Árabe: Mohamed NABILI.
Parece-lhe bem?

 
Às 03 novembro, 2005 23:08 , Anonymous Anónimo disse...

Ops....fui eu, Mohamed NABILI!!!

 
Às 03 novembro, 2005 23:10 , Anonymous Anónimo disse...

Temo não ter conseguido anda esgotar o mercado. E como vivemos numa sociedade mais globalizada, posso ser Islâmico em Portugal...eheheh

 
Às 03 novembro, 2005 23:11 , Anonymous Anónimo disse...

Ainda. (errata)
Acabo por me confundir com o meu novo alfabeto Árabe. Espero que me perdoe!

 
Às 03 novembro, 2005 23:13 , Anonymous Anónimo disse...

Parece-me que está perto de o esgotar...
Não lhe deve faltar muito
O mercado árabe é muito maior. A população é mais vasta...
Eu até lhe pago o blhete de avião... só de ida.

 
Às 03 novembro, 2005 23:19 , Anonymous Anónimo disse...

Admito que me diverti. Obrigado por estes momentos de boa disposição anónimo. (De qualquer forma não é seguro viajar de avião. A Igreja Católica acaba de criar as Brigadas de Jerusalém, que entre outras coisas, querem fazer explodir aviões. Não, fico-me por cá!)
Haja sentido de humor, embora nos estejamos a desviar da verdadeira razão do artigo que escrevi e que pretende alertar para tanta coisa que é na realidade importante. O resto é mesmo acessório.)

 
Às 03 novembro, 2005 23:20 , Blogger Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Zé

Quem escolheu esta canção? É linda!

Sou fascinada por Jacques Brel - "Ne me quitte pas"

Um beijo

 
Às 03 novembro, 2005 23:21 , Anonymous Anónimo disse...

Isto está animado por aqui ;))

A mudança é possivel a partir do momento em que se mudem as mentalidades, o que me parece é que no nosso país todos falam para logo de seguida se acomodarem à situação.

 
Às 03 novembro, 2005 23:22 , Anonymous Anónimo disse...

Querida Betty... é do Zé pra si, com um beijo especial, "mui meigo", pedindo que seja a primeira a ingressar no harém...ops!...digo, sociedade comunitária

 
Às 03 novembro, 2005 23:23 , Anonymous Anónimo disse...

Zezinho: quer ir de barco e de carro ou de mota? Também se arranja! Faça as malas, amigo! Faça as malas!

 
Às 03 novembro, 2005 23:25 , Anonymous Anónimo disse...

NO entanto, minha querida Betty, preferia dedicar-lhe Abba, "one of us"... talvez, em especial, a parte do "one of us is lying"

 
Às 04 novembro, 2005 00:37 , Anonymous Anónimo disse...

como a little lucy, eu não sei se hei-de comentar o texto se os comentários, mas mesmo correndo o risco de que o zé me ache burra, ou com menor inteligência, por não querer comentar um texto seu tão sério (aliás como o foi o do peter há dias atrás e não mereceu um comentário do mesmo zé), eu prefiro não comentar o post e deliciar-me com os comentários inteligentes e certeiros do anónimo.
Mas Sr anónimo, talvez não seja a Betty a primeira a ingressar o harém, haverá com certeza uma lista de espera, com tickets e tudo. é preciso ser-se civilizado e aguardar cada uma na sua vez.

ana

lamento continuar anónima, mas não tenho vontade de criar um blog para deixar de o ser.

 
Às 04 novembro, 2005 00:59 , Blogger Peter disse...

betty, o Zé, tal como eu, escreve artigos. Quem trata da parte sonora é a bluegift. Isto é um trabalho de equipa.

 
Às 04 novembro, 2005 01:03 , Blogger Peter disse...

zezinho, foi por causa disto:

"embora nos estejamos a desviar da verdadeira razão do artigo que escrevi e que pretende alertar para tanta coisa que é na realidade importante. O resto é mesmo acessório.)"

que eu escrevi a resposta ao mesmo.

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial