quarta-feira, novembro 2

O que está em causa

“A Europa claudicará se, a bem da tolerância na diversidade de costumes, deixar que jovens ou menos jovens, só porque se inserem em comunidades de raiz islâmica, tomem atitudes que choquem a cultura de liberdade de expressão, em que felizmente aqui se vive.”

Deixemo-nos de hipocrisias e vamos receber e tratar os imigrantes muçulmanos como seres humanos, respeitar a sua religião e a sua cultura. Mas serão eles que terão de se integrar nas instituições e sujeitar-se às nossas leis e, em público, à nossa cultura e ao nosso modo de vida, tal como acontece connosco no país deles. A tolerância só funciona num sentido?

Uma criança de 12 anos fez-se explodir hoje no Iraque. Voltámos ao antigamente?

- Entre os fins do séc XI e a 1ª metade do séc XIII, uma pequena seita ismaelita (a “Ordem dos assassinos”) semeou o pânico na região do Médio Oriente. Os seus integrantes, antes de praticarem os atentados, inalavam haxixe (hashishiyun) e, por isso, ficaram conhecidos por “assassinos”. Não demonstrando qualquer receio perante a morte, entregavam-se totalmente ao cumprimento das missões que lhe eram atribuídas.

Dir-me-ão que “cada um luta com as armas que tem” ...

Então admitem que existe um choque civilizacional?
Não admitem, limitam-se a “assobiar para o lado”. Os “pacifistas” organizarão uma série de protestos em prol do povo iraniano e contra o imperialismo americano e o fascismo sionista.

Há 4 anos, o moderado ex-presidente iraniano Rafsanjani, sugeriu “a remoção de Israel por via nuclear.” Agora vem o actual presidente do Irão, principal financiador do Hezbollah, com ameaças muito mais terríveis. Pode até nem o fazer directamente, mas por interposta pessoa: nada impede que o Irão concretize a sua ameaça de destruição atómica de Israel, através do Hezbollhah. Evidentemente que os israelitas não irão esperar de braços cruzados, nem os EUA o permitirão. Temos pois um conflito nuclear em perspectiva? É possível.

Algum dos nossos candidatos presidenciais abordou o problema? Este ou outro, principalmente os nacionais? Perde-se tempo a discutir se o Cavaco é político profissional, ou não, e a campanha política, aliás como todas, são vacuidades e lugares comuns.

Evidentemente que se rebobinarmos a história da religião católica, teremos muito a lamentar. Penso que as guerras de cariz religioso, dentro do terrífico conceito de “guerra”, são as mais cruéis e desumanas, o que não consigo conciliar com a propalada misericórdia divina (Deus ou Alá).

É a maldição dos “ismos”: “fundamentalismo”- “nazismo” – “fascismo” – “comunismo” e os que mais quiserem acrescentar, de acordo com as convicções políticas de cada um ...

10 Comentários:

Às 02 novembro, 2005 01:06 , Blogger Peter disse...

"Agora, uma coisa está estupidamente errada, o Homem desde que é Homem ( ou bicho idiota) faz-se explodir ou proclama uma guerra diz que é pelo seu Deus."

É precisamente um dos pontos que eu queria focar.

"tarde" ?

Até amanhã

 
Às 02 novembro, 2005 09:02 , Blogger Peter disse...

lazuli, estamos no NOSSO País não temos nada que andar a mandado dos judeus.
Se calhar não voltou a acontecer. pq não voltou a ser ao sábado.
Somos um país tolerante, preocupado com as minorias, mais que com os seus cidadãos.

Agora vão dizer que sou xenófobo e racista ...

 
Às 02 novembro, 2005 11:11 , Blogger Menina Marota disse...

Tudo aquilo que eu poderia ter dito, a Rose aqui ao "lado" disse...

...e, eu acrescentarei ainda, que o que está em causa é a ambição desmedida do homem...

Um abraço ;)

 
Às 02 novembro, 2005 13:10 , Blogger Peter disse...

Se o "exame nacional de internatos médicos", referido pela "lazuli" era para se realizar num sábado, realizava-se mesmo. Não temos nada a ver que alguns examinandos pratiquem a religião judaica.

É como a proibição do crucifixo nas escolas, que vai contra a liberdade religiosa, dizem.

Em França discutiu-se intensamente o véu islâmico nas escolas, mas o problema não se ficou pelas escolas e alastrou aos hospitais, onde uma parte da comunidade muçulmana exige regras de atendimento que "respeitem" os seus valores religiosos. Assim, a França vê posta em causa a sua tradição republicana de "laicidade", onde professoras muçulmanas de escolas públicas, chegam a dar aulas de véu.

Na Suécia, onde não há qualquer restrição quanto ao véu, surgiu o problema quando apareceram duas alunas de “burka”. A sua presença na escola, assim vestidas, foi proibida com o argumento que o professor para ensinar precisava de ter "contacto visual" com os seus estudantes.

Não é um debate simples, nem tem soluções simples. Mas não podemos esquecer que há um problema com a condição da mulher no Islão, que implica um conflito de valores com a nossa ideia civilizacional de igualdade e dignidade humana e que o véu não é hoje apenas uma simples forma de vestir segundo um código religioso, mas transporta também em si uma simbologia política.

 
Às 02 novembro, 2005 22:36 , Blogger Peter disse...

letrasaoacaso,não há dúvida que andas com falta de tempo.
Comentário sucinto sobre um aspecto pontual dum texto em que são abordados vários problemas.

 
Às 03 novembro, 2005 00:39 , Anonymous Anónimo disse...

peter um texto que daria muito para escrevr, não fosse a minha falta de tempo e a minha é real.
parabéns por teres focado todos os problemas e contradições que existem no mundo, de uma forma tão singular. é dos melhores textos que já li neste blog o que não admira com a tua vasta cultura e inteligência já aqui demonstradas
ana

 
Às 03 novembro, 2005 12:56 , Blogger Peter disse...

Ana, sinto-me lisonjeado com as referências a meu respeito.
Acredita que é desanimador e quantas e quantas vezes me interrogo se vale a pena continuar?
Sem vaidade, acho que o texto saiu bem, mas as pessoas lêm a última linha e pronunciam-se sobre ela. Ou então deixam um comentário no género: "passei por aqui", ou "vem visitar-me no meu blog http://...

P.S. - Não te estou a identificar. Estás nos links?

 
Às 03 novembro, 2005 19:45 , Anonymous Anónimo disse...

não estou nos links, peter. não tenho blog, só gosto de visitar alguns blogs e já vos acompanho há algum tempo, nem sempre comentando.
gosto de diversidade e tu consegues isso com os posts que colocas. por isso gosto de ler o que escreves.
ana

 
Às 03 novembro, 2005 20:30 , Blogger Su disse...

ok..peter...vou chatear-te :):):)ler só a ultima frase e dizer, gostei de ler e detestos os "ismos"
:)))))marei
na guerra os vencedores são sempre os vendedores de armas....por isso assobiamos todos para o lado
jocas maradas sem cinismos :)))))

 
Às 03 novembro, 2005 21:27 , Blogger Peter disse...

su, as pessoas não têm tempo. "Ler só a última linha", é generalizar e, por isso, não corresponde inteiramente à verdade.

Vamos aprendendo e eu aprenderei até morrer. Uma das coisas que aprendi é que basta colocar um artigo diariamente, pois só o último "post" é que é comentado. Mas não resisto a colocar os que me apetece e quando me apetece.

"na guerra os vencedores são sempre os vendedores de armas", olha que não é bem assim. Nós também vendemos e "não temos onde cair mortos". Estou a lembrar-me do embargo à venda de armamento, quando do conflito Irão-Iraque, decretado pela ONU e que, na época, fomos acusados de o estar a furar ...

 

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