sexta-feira, novembro 4

DO CONTRADITÓRIO E OUTROS PARADOXOS.

[Persigo o caos como forma única de instituir a ordem.]
Anarquista (?) sem regras empedernido! – Seja. Mas sou eu no maior estado de pureza que se pode conceber. –
[Contradições ou talvez não!]
[És caótico] dizem-me como se eu não o soubesse, acrescentando alguns que é [uma linguagem semilouca] no que sou obrigado a dar-lhes razão.
Toda a forma artística tem um curioso conceito de sedução. E se não houvesse essa componente caótica e louca poderia ser Arte?!
Divido-me entre telefones e vozes que chegam através do éter sem fios visíveis, o teclado onde vou trabalhando sempre que deixam, o café omnipresente nas noites de insónia e de escritas compulsivas.
Do quase nada chegam-me sons musicais que alimentam alma e ajudam a criar o estado de espírito adequado para que o tecer o rendilhado pretendido sempre com pretensões perfeccionistas seja possível.
Este “possível” incomoda-me. Afinal tudo não passam de conceitos. Pior: pré conceitos, preconceitos, seja lá isso o que for.
A desordem aparente reina em cima da secretária. Um amontoado de papéis mistura-se alegremente com cigarros acesos, chávenas de café, cinzeiros repletos, letras, letras, livros, livros e letras…
Um Santo António convive pacificamente com Ernesto Guevara, El Che provando que não existem incompatibilidades, mas complementaridades.
Sei que o Santo pondera seriamente em se tornar guerrilheiro e que Che se tornou mártir e santo a tal ponto que o papa vai anunciar em breve a beatificação. Nada de mais. Nuno Álvares é santo e eliminou uns quantos castelhanos.
Já o referi uma vez. Mas repito-me: ainda acabo como cronista da Bíblia. Ainda não aceitei o cargo porque detesto Pedro como chefe de redacção. Se Marcos for nomeado como é desejável, em breve farei parte da ficha técnica.
Justaposições.Apetece-me de (s) compor a palavra. Já decompus.
Entre esta amálgama de objectos continuo a privilegiar as letras, os livros, os livros, os livros. Ah! – E as letras! – Letras?
Eis o caos instalado. Consigo por fim trabalhar. A ordem caótica ajuda.
Che olha-me com ar reprovador. Oferece-me um livro que eu pensava ser um manual de guerrilha.
Engano.
“D. António da Costa” e uma segunda edição de “O Cristianismo e o progresso”!!!
Olho-o sem palavras. Agora sim instalou-se o caos mas na minha cabeça!

3 Comentários:

Às 04 novembro, 2005 00:54 , Blogger Peter disse...

letrasaoacaso, o artigo acima, estive a escrevê-lo, enquanto publicavas este.
Cada um tem as suas opiniões e a sua maneira de ser. Há que respeitá-las.

 
Às 04 novembro, 2005 01:38 , Anonymous Anónimo disse...

concordo contigo zé, tem muito humor, ao tentar dizer que vc é Deus ou quase Deus, é louco ou semi-louco.
continua pensando isso?
ana

 
Às 04 novembro, 2005 07:03 , Anonymous Anónimo disse...

Não vou comentar o texto porque ainda não o li. Venho apenas acrescentar uma coisa.
Senhor "zezinho":

os seus textos falam muitas vezes do vazio... e da solidão... apesar do extenso harém, é muito facil sentir-se assim. Pare um pouco para pensar nisto pois morrerá louco, sozinho e vazio.
Tenho dito.

 

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