Argumentos sem sentido
“Uma das coisas mais extravagantes desta crise portuguesa é certamente a panóplia de argumentos sem sentido que são invocados para defender pretensas verdades.
Uma dessas pretensas verdades é a de que seguir uma política de austeridade menos intensa iria provocar mais dívida e um maior incumprimento das metas acordadas com a União Europeia. Seria mais dívida a somar à dívida como enfaticamente (como sempre as asneiras são enfáticas) se afirma.
Não é verdade. Uma austeridade menos intensa e menos fundamentalista permitiria que o PIB não descesse, ou seja, que terminasse a recessão, que é o principal fator a causar o incumprimento dos objetivos orçamentais.
Com efeito, uma recessão faz descer as receitas públicas, tanto de impostos como de contribuições para a segurança social, e faz aumentar as despesas, em particular as de apoio aos desempregados, cujo número sobe em flecha.
(…)
Por isso, é um argumento absurdo aquele que foi referido e que resulta, não de um raciocínio minimamente sólido, mas de uma dogmatismo teimoso apoiado numa mais que duvidosa análise económica.”
João
Ferreira do Amaral
Economista
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