terça-feira, maio 13

Não é normal

"Não é normal em qualquer sítio civilizado que o bastonário da Ordem dos Advogados venha a público dizer aos indígenas que é mais eficaz e mais barato cobrar dívidas recorrendo à violência.
Não é normal que as palavras de Marinho Pinto correspondam rigorosamente à verdade. Qualquer cidadão sabe que não vale a pena gastar tempo e dinheiro com advogados e custas processuais e aturar recursos em cima de recursos, anos a fio, para depois ficar exactamente na mesma.
Não é normal em qualquer sítio civilizado que a Polícia Judiciária, responsável pelo combate ao crime mais violento e à criminalidade económica - leia-se corrupção, branqueamento de capitais e outros que tais - viva como vive, numa situação de instabilidade permanente, e conheça em três anos três directores nacionais.
Não é normal num sítio civilizado que a mesma Polícia Judiciária tenha sido objectivamente amputada dos meios necessários e suficientes para cumprir devidamente a sua missão.
Não é normal num sítio civilizado que a investigação criminal tenha sido completamente destruída por uma classe política comprometida, temerosa e cúmplice do pior que há no sítio.
Não é normal num sítio civilizado que um Código de Processo Penal aprovado no Parlamento, torne impossível o combate à Corrupção."

( in "Macacos e macacões", coluna "Estado (do) Sítio", do jornalista António Ribeiro Ferreira (com a devida vénia) e publicado no jornal diário Correio da Manhã do dia 12 de Maio de 2008)

O texto está bem identificado. Os comentários, se os houver, são vossos, mas o assunto é nosso e afecta e de que maneira, o nosso quotidiano, não de agora, mas desde há 30 anos.

11 Comentários:

Às 13 maio, 2008 13:37 , Blogger augustoM disse...

"Não é normal num sítio civilizado"
Mas quem disse ao jornalista que vivia num sitio civilizado? O primeiro princípio da civilização, é o respeito pelos outros. Onde está ele?
Um abraço. Augusto

 
Às 13 maio, 2008 14:50 , Blogger Peter disse...

Tens razão Augusto.
-Quem disse ao jornalista que vivia num sítio civilizado?

Obrigado pela visita e comentário.

Abraço.

 
Às 13 maio, 2008 15:52 , Blogger Papoila disse...

Olá Peter:
Seria assim num sítio civilizado, não neste canto da Europa, cada vez menos civilizado...
Beijo

 
Às 13 maio, 2008 16:15 , Anonymous Anónimo disse...

Olá Peter

eu vinha convidar-vos para uma tacinha de champanhe no meu cantinho, mas não consigo entrar:s

de qualquer maneira, deixo aqui uma garrafinha fresquinha.

23 aninhos a caminhar pelo nosso mundinho, e quase 5 anos a caminhar pelos blogs.

Espero que gostem da garrafinha de champanhe.

txim txim

beijo
lucia

 
Às 13 maio, 2008 18:13 , Blogger Peter disse...

papoila

Pois é, nós nada temos com isto, não vês o panorama à nossa volta?

Choca-me profundamente o que se passa no Myanmar. Não vale a pena falar sobre o assunto, pois todos estamos a par da situação, amplamente tratada pelos “media”.
Afinal que importância têm 100 mil mortos em comparação com os garbosos militares que estão no Poder, e que até acharam ser oportuno fazer a consulta popular, para legalizar a sua posição?

Aquela propaganda política na TV enquanto milhares de corpos inchados flutuavam nas águas, foi do mais macabro que já vi.

 
Às 13 maio, 2008 18:17 , Blogger Peter disse...

menina bonita

De bom grado ia aí beber uma tacinha de champagne e um bom pedaço de bolo, mas de momento tal não me é permitido.

Porque será que as coisas boas são todas proibidas?

Um carregamento de beijinhos de parabéns do teu amigo,

Peter

 
Às 13 maio, 2008 22:16 , Blogger Tiago R Cardoso disse...

Pois. mas desde quando é que isto é normal, ou será que o anormal já normal ?

 
Às 13 maio, 2008 23:28 , Blogger Peter disse...

Tiago

Os nossos políticos "feiticeiros" ( há quem lhes chame "Pinóquios" ...) conseguiram transformar o anormal numa reles banalidade.

Abraço

 
Às 13 maio, 2008 23:30 , Blogger Peter disse...

Pois é Carol, é a técnica do "baralha e volta a dar".

Até quando "my God", até quando?

 
Às 17 maio, 2008 16:19 , Blogger Meg disse...

Peter, mas nós vivemos num lugar normal. Eu sei que o conceito de normalidade blá,blá,blá... e se voltássemos ao tempo dos pelourinhos?
Foi só uma ideia, sei lá!
Ainda hoje mataram aqui perto um homem às 9 da manhã, plena rua movimentada...
O corpo ao meio dia ainda lá estava tapado com um pano verde encostado a uma parede.
Voltem os pelourinhos, para não ir mais longe!

Agora ando assim,
Um grande abraço e vamos tentando sobreviver.

 
Às 17 maio, 2008 22:42 , Blogger Peter disse...

Não Meg! Nós temos é que VIVER e não "sobreviver" no nosso país.
Nós é que temos que lutar e exigir viver em condições, aqui e agora, no País que é NOSSO, com coragem e forte determinação.
Não encolher os ombros com indiferença e cairmos no laxismo em que mergulhámos.

 

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