terça-feira, dezembro 26

Natal sem sinos

No pátio a noite é sem silêncio
e que é a noite sem o silêncio?
A noite é sem silêncio e no entanto onde os sinos
do meu Natal sem sinos?

Ah meninos sinos
de quando eu menino!

Sinos da Boa Vista e de Santo António.
Sinos do Poço, do Monteiro e da Igrejinha de Boa Viagem.

Outros sinos
Sinos
Quantos sinos!

No nocturno pátio
sem silêncio, ó sinos
de quando eu menino.
Bimbalhai meninos.
Pelos sinos
de quando eu menino,
pelos sinos (sinos
que não ouço), os sinos de
Santa Luzia.

Rio, 1952

( Manuel Bandeira )

Publicado no blog “agrestino”, de Manoel Carlos http://www.agrestino.blogger.com.br
que consta dos “links” na referência Manoel Carlos.
Penso ser adequado ao dia a seguir ao Natal, até porque ainda estou de “ressaca” …

Infelizmente os Natais já voltaram a desabar em cima de mim…

2 Comentários:

Às 26 dezembro, 2006 20:53 , Blogger Maria Carvalho disse...

Por acaso não adoro este poema do Manoel Bandeira. Nem sempre gosto de tudo! Mas, pelos sinos, eu vivo...beijos.

 
Às 27 dezembro, 2006 00:06 , Blogger Peter disse...

Sim, os sinos são o elemento essencial no poema.

P.S. - Julguei que tinhas fechado o blog e foi por isso que o retirei dos links. Vou repôr a situação.

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial