terça-feira, setembro 26

O professor

A propósito de um comentário, lembrei-me de publicar um texto de Vergílio Ferreira, o melhor professor que tive e um dos melhores escritores portugueses, mas que, como não "enfeudado" politicamente, foi na época perseguido e vilipendiado:

Obra - "conta corrente 1" - pág 187
- como sabem é um diário e o texto transcrito reporta-se a 10 de Maio de 1974:

"Hoje no liceu correu um manifesto dos meninos. Curioso: o professor foi um/a grande vítima do fascismo. Mas é sobre ele que incide a exacerbação dos moços. No fundo, o seu programa inconfessável é simples: não estudar, passar o ano e ter o professor às ordens como têm em casa as sopeiras. Exigir dos professores boas notas, muito saber, como à criada exigem lhes traga o café ou o penico. Com fascismo ou sem ele, o professor continua a ser o escravo que sempre foi."

7 Comentários:

Às 26 setembro, 2006 23:44 , Blogger Papoila disse...

Olá Peter:
Hoje mesmo pensei nestes manifestos de 1974, e naqueles colegas que a partir dessa altura progrediream sem ter de fazer exames... estão enfeudados no Governo...oportunisticamente.
Parabéns pelo professor.
Beijo

 
Às 27 setembro, 2006 10:23 , Blogger Ant disse...

Cada vez mais o ensino é uma profissão de risco... para quem quer ser professor de facto. A verdade é que alguns professores, os universitários incluídos, (não) sabem bem o que andam ali a fazer.

 
Às 27 setembro, 2006 10:58 , Blogger Peter disse...

Papoila, na altura conheci um colega que se matriculou numa Faculdade e que, por qualquer motivo de que já não me lembro, não a frequentou. No ano seguinte ia matricular-se novamente no 1º ano. É então que na secretaria lhe disseram que estava enganado, pois a matrícula era no 2º ano e não no 1º. Claro que ele aproveitou.

 
Às 27 setembro, 2006 11:00 , Blogger Maria Carvalho disse...

Trinta e dois anos depois mantém-se actual!!! Beijos.

 
Às 27 setembro, 2006 11:06 , Blogger Peter disse...

Ant, assisti como professor num Externato, ao caso dum aluno do 1º ciclo a quem a professora nos primeiros dias mandava ler e ele recusava-se sempre: doia-lhe a cabeça, esquecera-se dos óculos ...

Breve descobriu que ele não sabia ler ...

A história é complicada, não dá para estar a explicar aqui, mas estava tudo dentro da legalidade então vigente.

 
Às 27 setembro, 2006 11:09 , Blogger Peter disse...

Paula Raposo, como diz a "papoila", muitos dos que beneficiaram desse "facilitismo", "estão enfeudados no Governo...oportunisticamente".

 
Às 27 setembro, 2006 14:26 , Anonymous Anónimo disse...

... A escravatura não foi abolida em 1974... nem creio que alguém pense dessa maneira... certo é que seja qual for o sistema politico vigente ... (quem não for o detentor de cargos dirigentes ...) será sempre escravo seja qual for a profissão que tenha...
FORÇ'AÍ!
js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt

 

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