Lentes gravitacionais
O “campo gravitacional” de um corpo com uma massa extremamente elevada (aqui um enxame inteiro de galáxias) actua como uma "lente gravitacional", deformando o espaço circundante e fazendo com que a luz emitida por um objecto, neste caso um “quasar”, chegue até nós ampliada e encurvada sob diferentes ângulos. A luz que forma cada imagem viaja assim numa direcção diferente, através do espaço deformado.
Com o auxílio do telescópio espacial Hubble, foi agora obtida a primeira fotografia amplificada de um “quasar” distante, que resultou da junção de cinco (na realidade 4 como se verá adiante) imagens do mesmo, obtidas por este processo.
O “quasar” observado pelo Hubble, é o núcleo brilhante de uma galáxia e a energia do mesmo é devida à presença de um “buraco negro” que se encontra a "devorar" gás e poeira, produzindo uma grande quantidade de radiação.
Quando a luz do “quasar” passa pelo “campo gravitacional” do “enxame de galáxias”, dispersas pela imagem e que se encontra entre nós e o “quasar”, a luz é dobrada de tal forma que cinco imagens do mesmo objecto são formadas em torno do centro do enxame.
Uma "lente gravitacional" produz sempre um número impar de imagens (não sei porquê), mas uma destas imagens é normalmente muito débil e encontra-se imersa na luz produzida pelo objecto que origina o efeito de "lente gravitacional". No caso presente, a "visão" do Hubble e a grande ampliação do efeito de "lente gravitacional" permitiram que a mesma, muito ténue, fosse observada à direita do núcleo da galáxia central do “enxame”. A galáxia que alberga o “quasar” no seu centro, encontra-se à distância de 10 mil milhões de anos-luz e é a galáxia anfitriã mais ampliada de um “quasar” observada até hoje.
Ao comparar a nova imagem, com outra obtida pelo Hubble um ano antes, os cientistas descobriram um evento raro - uma “supernova” a explodir numa das galáxias do “enxame”. Este evento ocorreu há sete mil milhões de anos, e os dados obtidos, juntamente com outras observações de “supernovas”, estão a ser usados para a compreensão de como o Universo foi enriquecido por elementos pesados, que se encontram presentes no nosso corpo e são provenientes destas explosões.
Daí o dizer-se que “nós somos filhos das estrelas”. Sem elas nós não existiríamos, pelo menos sob a forma actual.
(adaptado do ASTRONOVAS – publicação do Observatório Astronómico de Lisboa - Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)
NOTA
É muito possível que, na minha tentativa de explicar e tornar o texto mais acessível, tenha cometido incorrecções. Agradeço que as indiquem, para meu melhor esclarecimento sobre um assunto que me interessa.
Etiquetas: Universo Fantástico
6 Comentários:
Eu, AQUI, so' sei aprender, nao sei corrigir nada!
Gostei de ler, como sempre!
Que continue BEM!
Heloisa.
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Eu continuo e a Heloisa?
Peter:
Venho aqui para aprender pelo modo quase fácil em que estes temas são tratados de uma forma coloquial.
Beijo
"papoila", esforço-me por isso, mas acredita que dá um bocado de trabalho.
Estive ontem no teu blog, mas não deixei comentário.
Olá, Peter!
Este post é mesmo de cariz científico.
Confesso que não esperava encontrá-lo aqui mas no site do MIT.
Bom!
Assim não tive de ir aos States!
Obrigado pela visita e comentário.
Um abraço
A Heloisa, continua com a "bengala" como auxilio e a paciencia no limite!
Um Abraco!
Heloisa.
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