Poema de amor e solidão
Agora que as palavras secaram
e se fez noite
entre nós dois,
agora que ambos sabemos
da irreversibilidade
do tempo perdido,
resta-nos este poema de amor e solidão.
No mais é o recalcitrar dos dias,
perseguindo-nos, impiedosos,
com relógios,
pessoas,
tardes demasiado cinzentas,
todas as coisas inevitavelmente
lógicas.
Que a nossa nem sequer foi uma história
diferente.
A originalidade estava toda na pólvora
dos obuses, no circunstanciado
afivelar
dos sorrisos à nossa volta
e no arcaísmo da viela onde fazíamos amor.
(autor: Eduardo Pitta)
Outro dos poemas considerados por Inês Pedrosa, como dos mais belos poemas de amor.
9 Comentários:
Escolhes sempre versos lindos, Peter!
Simples, mas que dizem tudo o que de mais belo há no amor.
Vi o teu comentário no meu blog, a pergunta é feito no post anterior.
De qualquer forma, transcrevo o meu post do meu outro blog para responderes se quiseres.
SABER AMAR
Encontrei este poema da Florbela Espanca, num livro. Infelizmente, não sei o nome!
...
Odeio o teu doce sorriso,
odeio o teu lindo olhar
E ainda mais a minh'alma
Por tanto e tanto te amar
O meu comentário?
Não te vou odiar; apenas lamento não ter (talvez quem sabe, seja essa a razão) sabido te amar!
Ou tu achado que o teu amor não era suficiente!
Mas será que o amor se mede?
posted by MARTA at 1.2.06 em http:www.escrevercomamor.blogspot.com, onde transcrevo os poemas com os quais me identifico.
Boa 4 ª Feira para ti
Um abraço
Marta
O amor, a solidão e a memória são sentimentos e sensações que infelizmente no amor andam de mãos dadas, um dia temos a felicidade eterna no outro não temos nada só a solidão e a memória. Belissimo poema, parabens.
Um abraço
Porque até para escolher poemas é semre preciso termos sensibilidade... E tu nisso és mestre...
Jinhos ternos
gostei de ler... um amor passado
jocas maradas
Peter
Outra excelente escolha a de Eduardo Pitta.
Estou de acordo com a Inês P. é um poema de amor - profundo.
"Nenhum de nós passeia impune
pelos retratos: fazem-nos doer
os recessos da memória.
Deles saltam, por vezes, sustos,
primeiras noites, secreta
loucura, lábios que foram.
Interditam-nos sempre.
Trepam-nos pelo torpor
mais desprevenido, subsistem.
A sua perenidade é volátil
e cheia de venenosos ardis.
Um sopro no acetato.
Distintos, os seus contornos
não são nunca
os que supomos".
Beijinhs
Marta, o "zezinho" é que é a pessoa indicada para falar sobre o amor. É um "expert" no assunto ...
"asasdosentimento", céu e inferno, não é?
"perfect woman", sou um leitor de poesia. Nem todos gostam do que publico porque nem todos temos os mesmos gostos.
Betty, suponho serem de Eduardo Pitta os versos que publicas É um autor que me é praticamente desconhecido.
Destaco:
"Nenhum de nós passeia impune
pelos retratos: fazem-nos doer
os recessos da memória"
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