Match Point
A bola de ténis saltita no rebordo da rede, poderá cair para um lado ou para o outro, o que implica ganhar ou perder.
"És tão bonito"
"O teu sorriso é tão lindo"
A menina da alta sociedade, que sempre teve tudo quanto quis, pois o papá rico sempre lhe fizera todas as vontades, acaba por "adquirir" o belo instrutor de ténis.
E ele nem sequer hesita. Passou a ter "status", acabaram-se os problemas económicos e as preocupações. Bastava manifestar um desejo e o sogro prontamente o satisfazia.
Passou a ocupar-se dos negócios, com as recepções e os jantares em sociedade, vivendo numa gaiola dourada, em que o seu “papel” era proporcionar um filho e um neto, que tardava em aparecer.
Os franceses têm uma frase:
"Dans l'amour il y a toujours un qui aime et autre que se laisse aimer".
E os “Macuas” de Moçambique, distinguiam entre:
- “Fazer máquina” e “fazer amor”
Em casa, o nosso ex-instrutor de ténis “fazia máquina”.
A bela e sensual americana, com quem o cunhado andava, atraiu-lhe a atenção e um fogo devorador invade-os. Ele não resiste, é impossível resistir-lhe. É a loucura total.
“Tens umas mãos tão bonitas”
“O teu corpo é tão belo”
Mas também o stress, ela telefona-lhe a toda a hora, nos momentos mais “inconvenientes” (para ele), que se vê obrigado a pedir desculpa para atender o telemóvel e a descobrir pretextos para se encontrarem. Passa a viver em sobressalto, entre o receio de ser descoberto e a paixão erótica avassaladora e omnipresente.
Mas há que preservar as aparências e não perturbar as instituições e por isso
Woody Allen manobrou no sentido de levar o espectador a considerá-la uma oportunista, que ameaça contar a sua gravidez e tirar partido da situação, assim como nos leva a “torcer” pelo marido, que vive momentos terríveis, com receio de perder o seu “status” e até, para complicar as coisas, a mulher “oficial” que acabara finalmente por engravidar.
Por isso ele nem sequer hesita em recorrer ao assassínio, acabando por se tornar suspeito para a Polícia.
Mas quando atira ao rio a aliança que tirara a uma das assassinadas, tal como a bola de ténis, ela ressalta no parapeito da ponte e cai para a outra “metade do campo”, que não a sua, onde é encontrada por um tóxico-dependente, já com antecedentes criminais, que assim se torna no “culpado ideal”.
O marido ganhara, porque além de salvar a pele mantém toda a sua situação?
Ou perdera a paz de espírito e a consciência tranquila para o resto da vida?
Mas quem é que, hoje em dia, se preocupa com estas “ninharias”?
9 Comentários:
O post, sobre o qual escrevi este filme, não corresponde nem à realidade, nem ao filme que, pelo seu início e final, põe em evidência o papel do "acaso" nos destinos humanos. Por isso o achei notável.
O final é um final bem ao modo do "talentoso" Mr Ripley, por quem também "torcíamos" e da sua criadora: Patricia Higsmith, sobre quem e uma vez que citas Graham Greene, este escreveu.
"Patrícia Highsmith é uma escritora que criou um mundo pessoal - um mundo irracional e fechado, no qual, de cada vez que entramos, temos a sensação de perigo."
Claro: o abraço e os beijinhos do costume.
Na vida o que é importante é safarem-se.
Um abraço. Augusto
Ninharias??? Na vida dos outros poderá eventualmente ser, pois cada um faz o que quer com a sua desde que não implique na minha. Porem resumir-se-á a falta de atitude e de princípios e de ética e etc, etc. Belo filme! Há que tempos heim, mas eu continuo vivinha da silva e a mexer!Yes. beijos e abraços cordeais, como convem e é políticamente correcto rssss. Eu continuo no: http://utilidades.blogs.sapo.pt e no http://EEstaHeim.blogs.sapo.pt e ainda...não digo!Hihihihi!
Augusto, obrigado pela visita e aproveito para lhe dizer que, sempre que aborda um novo tema no seu blog, onde demonstra a sua vasta erudição, eu sou sempre um dos seus fieis leitores.
"elsita", tens um blog muito sugestivo e como andamos em fase de renovação de links, penso que alguns dos que nos visitam não darão o seu tempo por mal empregue visitando o teu.
Este não comento porque não vi o filme, mas aproveito para agradecer a visita, e dizer que fiquei satisfeito por gostares do que lês lá, no meu canto.
O que é feito do António?
Ele visitava-me algumas vezes.
Abraço
António, julgo que te referes ao Zé (LetrasaoAcaso). Actualmente somos apenas dois: eu e a "bluegift", que não trabalha em Portugal. Embora escreva, tem uma vida muito ocupada e eu delego nela (por não perceber nada) a parte técnica e a escolha das músicas.
Abraço e prometo lá "ir meter o nariz" frequentemente. Vale a pena.
"lazuli", a porta está sempre aberta para os amigos, que são vocês todos que nos visitam.
Hoje o meu interruptor está ON
Um beijinho muito especial*
Porquê?
Por ser 4ª F, estamos quase no fds
"lazuli", bem, bem, que essa ausência não se volte a repetir.
Já te tinha marcado falta e como "castigo" não levas beijinho*
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