Dordio Gomes
”O pintor Simão Dordio Gomes nasceu em Arraiolos (Alto Alentejo) em 1890 e matriculou-se no curso de Pintura Histórica da Escola de Belas - Artes de Lisboa em 1902.
Nas suas primeiras obras é nítida a influência do pintor Columbano, o que levou os seus primeiros críticos a considerá-lo aluno deste grande mestre.Em 1910 concorreu a uma bolsa de estudos no estrangeiro, conquistando a primeira classificação e em Dezembro desse ano partia para Paris.
A bolsa concedida foi porém suspensa por motivos estranhos à actividade artística do pintor e só voltou a ser-lhe dada em 1921.Em todo este longo período o artista viveu na sua terra natal, e ai, só, sem qualquer estímulo, realizou as suas primeiras obras: quadros de feição regionalista, que se encontram hoje, na sua maioria, em vários museus portugueses.
A segunda permanência em Paris durou de 1921 a 1926. Com o regresso a Portugal em 1926, recomeça uma nova fase da sua pintura, e durante quatro anos trabalha na decoração do salão nobre dos Paços do Concelho da sua terra, para o qual realiza, pelo processo do óleo sobre tela, onze painéis, ainda de assuntos regionalistas, mas já com grande violência de cor, a que não é estranha a influência de Cezanne.
Em 1933 concorreu à vaga de professor de Pintura na Escola de Belas - Artes do Porto, cargo de que tomou posse em Março de 1934.” (in Dordio Gomes: Estudo de Manuel MendesLisboa, 1958, adaptado)
Podemos apreciar alguns óleos seus no Museu de Arte Contemporânea da Gulbenkian.
A aguarela reproduzida é de 1927, intitula-se “Noite de S.João” e ilustra uma tradição de cunho popular, em que as crianças eram mergulhadas na fonte em primeiro plano, chamada “Fontainhas”. Ao fundo, por detrás dos edifícios com barras azuis, está pintado o castelo bem como parte da vila que lhe dá acesso e onde se vêem dois edifícios pertencentes à família do pintor e que na realidade se encontram por detrás de nós. A fonte também não se situa naquele local, que é o largo principal da vila, o da Câmara Municipal. O pelourinho e os edifícios com barras azuis permanecem inalterados e bem posicionados, assim como o edifício alto à direita.
2 Comentários:
"bluegift", há um motivo muito especial: eu conheci-o pessoalmente, pois é meu conterrâneo.
Não sei se reparaste, mas coloquei a Analu nos n/links. Era para ir a Évora ao lançamento da Editorial e do livro dela. Ainda a avisei que ia. Simplesmente, complicações de última hora impedem-me de estar presente. Já a avisei do facto.
Também nos links modifiquei a referência Renato Carreira para "inÉpcia". Diz mais aos possíveis leitores.
Um bom dia para ti.
O comentário que se segue só pode ter interesse para o seu blog na medida em que se refere ao pintor Dordio Gomes que começo a conhecer melhor. Aqui vai:
Quando eu tinha aí uns doze anos de idade o meu avô levou-me a agencia da Caixa Geral de Depósitos em Portalegre e, apontando para o quadro pintado pelo pintor Dordio Gomes que está por detrás dos balcões, perguntou-me: - O que é que está errado neste quadro? Confesso que não sabendo o quê, fiquei calado. Segundo o meu avô os chifres do carneiro estariam desenhados ao contrário. Não esqueci este episódio e só há alguns meses voltei a esta agencia para rever o quadro, não sem antes tentar a pesquiza do google. Nada encontrei. Está em projecto a criação de um Núcleo Museológico da CGD – um espaço de exposição permanente, para divulgação do acervo existente junto do público em geral, mas segundo julgo saber não existe nenhuma publicação da C.G.D. onde figure este quadro, o que é uma pena. Resolvi o problema tirando uma foto do canto inferior do quadro "Cenas campestres" julgo, onde figura o dito carneiro. A foto foi tirada à revelia (*). Hoje pergunto-me. Estarão realmente mal desenhados os chifres como dizia o meu avô? Desconheço a anatomia do animal, assim aqui vos deixo este comentário esperando saber a vossa opinião.
Anónimo com nome publicado.
António Santos Pinto
santos_pinto@sapo.pt
(*)Posso fornecer a foto.
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