segunda-feira, janeiro 16

Deambulações a dois!

(...) Leio os teus comentários e assusto-me.Sim, assusto-me, leste bem. - É certo que o TEU é o que mais desejo – mas assusta-me.Porque se as minhas palavras rasgam (estou a parafrasear-te) a limpidez com que olhas para dentro de mim, deixa-me aterrado.[Não percebeste?]
-Explica-te. (...)Boa noite. "Dedicatória com dedicatória se paga"
-Dedicatória, com dedicatória se paga.Traduzindo:
Acredito piamente que NUNCA NINGUÉM me leu tão bem quanto tu.Desnudas-me por inteiro. «Que se passa?»[Sim e Não]Explica então.-Vai ao …-Ok.
-Desculpe!
-Tira as malditas cadeiras e deixa-me ver-te.-Olá Zé-Não te assustas não.[As tuas palavras rasgam sim. E não o digo por ser bonito ou saber bem. Não faço fretes e não gosto de manteigas.] "Quero saber dos teus."-Tu rasgas-me."Esventras-me.Conheces-me melhor do que qualquer outra pessoa.
Atrais-me inexoravelmente, como uma borboleta é atraída para a luz. E ao mesmo tempo sinto que estou nu. Não de roupa, porque essa seria a menor das “nudezas”. Não, tu rasgas-me, esventras-me, adivinhas-me, lês-me." Mais uma vez exageras; "Nunca ninguém (...) " Exagero da tua parte sabes que sim. (E usas um nunca!?)Tenho a certeza do que escrevi.De TUDO o que escrevi.(Tira as malditas cadeiras dali)«Pronto»-Obrigado.Visão bem melhor.-Não dependes dos meus comentários. -Mas são os teus que me interessam.-Porra! Sabes quantos desejam "escrever"? E escrever como tu é então meta muito complicada. Sabes disso.-Não era o boneco! Era (a)(...)Bonito comentário.-E não sejas presunçosa. Não sabes sempre.Não o sou. Mas sei.[Odeio essas tuas certezas.]
Que o não são.-Como queiras.Assusto-te e assustas-me.
Acredito piamente que NUNCA NINGUÉM me leu tão bem quanto tu.Desnudas-me por inteiro. Não me assustas. Assusta-te talvez quando apareceste, mas não foi bem susto. Surpresa.
-Não queres admitir. É contigo.
Eu assumo: assustas-me.Mas ao mesmo tempo desejo que isso aconteça.
Que contradição.-Zé, eu não estou a "esconder" nada. Pelo contrário. [Não é esconder. É não quereres ver o óbvio.
Preferes isso.Se não vês, não podes esconder coisa nenhuma.Simples e eficaz.
Assim não mentes.]
Olha, desculpa lá mas eu não estou a deixar escapar o óbvio.Não estou.-Olha que sim.Estás.
«Isto assim não está bom.
Não está não.»
-Sinto-me uma radiografia. Olhas para dentro como nunca ninguém conseguiu fazer.No entanto e apesar deste medo inexplicável, porque continuo a depender dos teus comentários?! Deus! Até eu me baralho, eu que me julgava tão seguro, tão impenetrável! Mas tu lês além das palavras.És um ser muito especial. Adoro conversar contigo. Defendes-te com unhas e dentes.E bem.
Não me surpreendo.
Traduzo? -Claro. [Espreito-te]
"Quero-te""Entendes?"Acho que sim, mas é melhor não.Hora chataSim, é.(E continuo a olhar-te)
Sôfrego de ti.-Mas que te interessa isso?!"Não percebo porque agora dizes essas coisas. Não percebo."[Nem eu. Já te disse: a questão da afinidade intelectual, é importante na aproximação das pessoas.MUITO IMPORTANTEPorque tens sempre de contra-argumentar?! - Sabes que isso é mesmo um eufemismo.ÉS INTELIGENTE.PONTO.E não passes o tempo a resmungar.]-Eu refilo imenso.-Já dei conta.-Refilona!-Verdade.-Se leres atentamente o texto – sei que o fizeste – vais-te reconhecer na figura feminina
-Diz que não é verdade. A sério, diz que não estás a confundir coisas.-Não, não estou a confundir as coisas.
[Eu li-o atentamente.]
-Está sempre subjacente o sentimento.
Exploro novas áreas criativas.O diálogo cruzado numa mesma frase, por exemplo.Mas um diálogo subtil.Quase nem se dá por ele.Mas porque te estou a dizer isto, se tu já o sabes?Se estivermos atentos "dá-se".Tu estás.Bolas. És teimosa que nem mula.Escreves muito bem.Não me contradigas.Tu estás para "além-de-louco". O que é uma sorte, mas também te tolda a visão.Não tolda nada.-Zé!Não tens o direito de me fazer isto.Tens que ser honesto. -
-Um texto erótico passou-me pela cabeça (eu sei que não era isso, percebi mas passou-me)-Tu és a figura feminina.(riso)-Despiste-te ontem. Oferecias-me amor e desviavas-me da minha mania de querer postular na Bíblia.(riso)-Pois, aproveitas-te de mim. E depois ainda te queixas.Não me queixo.-Ora bem, encontrei um dos motivos dos grandes escritores serem homens! (Espera vou anotar isto).[Engoli uma pastilha elástica]
Beijo-te com raiva, numa tentativa de te esventrar também. Beijo-te com doçura, porque quero que continues a entrar dentro de mim.Contradições de um Zé que depende de ti. [Não entendo porque me queres possuir agora. Tem mesmo de ser agora?]
Verdade.
[Agora mesmo?]
Despi-te. Melhor. Fui-te despindo lentamente. [Céus, como és bela!]

15 Comentários:

Às 17 janeiro, 2006 00:32 , Blogger Peter disse...

BRILHANTE! Um texto brilhante e com destinatária? Talvez ... é só questão de saber ler nas entrelinhas.

Um texto que me faz roer de inveja de não saber escrever assim, mas que muito contribui para o relativo sucesso do n/blog e que certamente irá fazer as delícias das n/leitoras e tuas admiradoras.

 
Às 17 janeiro, 2006 04:09 , Blogger Fragmentos Betty Martins disse...



Não encontro palavras (perderam-se)para comentar - momentos mágicos, belos - e ao BELO - nada se lhe pode acrescentar!

No entanto...

Imagens
que voltavam devagar,
se encostavam a ela sem pudor.

E no silêncio, a esfinge impenetrável,

sabendo-lhe de cor o coração:

desistente dos barcos,

depondo pelo chão de outros palácios

as armas mais preciosas.

“Não posso”, acrescentara

sentindo aproximar-se a hora

exacta.

O beijo...

 
Às 17 janeiro, 2006 09:21 , Blogger PDivulg disse...

... se tivermos aqui a mais a gente saí ;-)

 
Às 17 janeiro, 2006 13:11 , Blogger almadepoeta disse...

Olá Zé
Para surpresa minha, aqui te encontro. Ainda não te desejei um bom ano. Faço-o agora.Deixo um beijinho de carinho e amizade

 
Às 17 janeiro, 2006 13:39 , Blogger Maria disse...

Fiquei sem palavras com as palavras que escreves; que te escrevem...

 
Às 17 janeiro, 2006 14:24 , Blogger Micas disse...

Soberbo, este teu "Deambulações a dois!"

Beijos

 
Às 17 janeiro, 2006 15:11 , Blogger LUIS MILHANO (Lumife) disse...

Texto muito bom e que faz pensar.

 
Às 17 janeiro, 2006 17:26 , Blogger António disse...

Título alternativo:
"Como os blogs podem aproximar muito as pessoas".
Criativo e bem escrito (o que é coisa pouco comum em ti...eh eh)

Obrigado pela visita.
Volta sempre porque a minha clientela anda muito fugidia.
Será que pensam que o Zé Luís é um violador em potência?

Abraço

 
Às 17 janeiro, 2006 18:02 , Anonymous Anónimo disse...

Cheguei. Silenciosa, como sempre, para não te causar danos... Deixa estar as cadeiras, "vejo-te" muito bem. Quanto à escrita, ***** como sempre! Continua a deambular por aqui porque, mesmo quando não te comento, estou a ler-te. E a tua escrita é inconfundível.As minhas "deambulações" são mais simples do que as tuas mas gosto quando apareces por cá.

Beijinhos

 
Às 17 janeiro, 2006 18:18 , Anonymous Anónimo disse...

Obrigada pela visitinha e pelo comentário...
cumprimentos
pequenita

 
Às 17 janeiro, 2006 18:36 , Blogger Heloisa disse...

Sorrindo!!!
Fica um Abraco!
"Comentar" as *SUAS LETRAS*, que... nao sao obra do "ACASO"... para que???
Faco minhas as PALAVRAS DO PETER* (com a permissao Dele!...)ANTONIO* e...um pouco de mais Este e Aquele(A) de SEUS AMIGOS LEITORES E VISITANTES!...
........................Heloisa.

 
Às 17 janeiro, 2006 21:30 , Blogger Amita disse...

Mais um belíssimo texto carregado de sensações/sentimentos que a incredibilidade omitiu/adiou no descanso fácil do tempo. Com destinatária ou sem ela é, sem dúvida, um excelente deslizar de letras. Um bjo e uma flor

 
Às 17 janeiro, 2006 21:48 , Blogger Su disse...

ameiler-te
jocas maradas

 
Às 18 janeiro, 2006 13:51 , Anonymous Anónimo disse...

Ainda recordo estas nossas conversas de msn e este texto que me dedicaste há 2 anos.
D.

 
Às 18 janeiro, 2006 22:36 , Anonymous Anónimo disse...

Fantástica esta deambulação a dois!

 

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