segunda-feira, outubro 17

O VENTO LÁ FORA.

Belo:
As vidraças fustigadas pela temível intempérie apelam à reflexão e ao devaneio.É único o som do bater das chuvas empurrados pelos ventos.A imaginação traça cenários impensáveis noutros registos climatéricos.
A árvore despiu-se das folhagens verdes. Fica o tronco erecto e despido agitando braços agonizantes sorvendo vida da folhagem agora em tons acastanhados e purpúreos.
Salmos:
Mateus veio-me com uma estranha conversa.[Agora passou a haver censura nos evangelhos?] e eu mandei-o de imediato questionar o Santo Pontífice já que sou apenas um humilde colaborador; porém devo acrescentar que a ser verdade a hierarquia já completamente desacreditada sofrerá um rude golpe com a atitude censória.Peço-lhe que ore aos céus e a Deus. [Como a Deus se é Ele que admite tudo isto?] diz-me em tom zangadíssimo.A julgar pela ira dele estou certo de que apresentará um pedido de demissão.Ainda tento em vão que Mateus faça uma peregrinação a Fátima para pedir um milagre. [Ah, já não acredito no Pai Natal. Sabes que mais? – Vou mas é pregar para a América Latina e aderir ao movimento da Teologia da Libertação.] e eu olho-o atónito [Às armas] berra de forma estrondosa o que não augura nada de bom, já que me parece possuído pelo demo. Pareceu adivinhar-me os pensamentos. [Não é nada do que estás a pensar. Fui iluminado]Aqui confesso que desmaiei porque apenas o conseguia ver algo cinzento e de auras nem sinais.
O sonho:
Papel belíssimo e multicolor com aromas exóticos e um laço.Um tremendo laço azul.Retiro lentamente tudo isto e aos poucos vou ficando sem conseguir articular palavra.É uma espécie de nascimento a que assisto. Menina-mulher de tez queimada por intensos sóis de verão e um corpo que me abre mil e uma perspectivas.Olhar-te seios e não ficar possuído por um tremendo tesão não é possível. Pergunto-me porque será que os seios nos excitam. Nem pretendo saber a resposta: prefiro tocar-lhes, tocar-lhes e sinto o tamanho do meu desejo aumentar na proporção directa do toque.Percorro-te corpo com a boca. Percorres-me corpo com os lábios.
Dos teus pelos púbicos entrevejo calores que se libertam e todo um Mundo que quero descobrir.
O acordar:
Mateus está inapelavelmente louco. Mostra-me uma folha de papel rasurada a azul.Queixa-se que além de haver censura na redacção há discriminação no santuário de Fátima. E conta-me uma história tremenda de pessoas de outra religião que foram em demanda da Senhora o que levantou as vozes inquisitoriais da Igreja mais retrógrada.Afirma mesmo ter visto [uma fogueira e o Dalai Lama ser queimado nela] o que me custa a crer já que acabei de o ver numa entrevista televisiva.Apelava à violência para tornar o Tibete independente.
Claro que foi um péssimo acordar.Logo quando estava mergulhado entre as tuas pernas…

6 Comentários:

Às 17 outubro, 2005 09:27 , Anonymous Anónimo disse...

Apre...já não posso com estes anónimos.

 
Às 17 outubro, 2005 09:37 , Blogger Peter disse...

Já os mandei à vida ...

 
Às 17 outubro, 2005 10:42 , Anonymous Anónimo disse...

Acredito que tenha sido um péssimo acordar...;)eu pelo contrário, posso garantir-te que (re)ler-te é sempre um optimo despertar. Bom dia!

 
Às 17 outubro, 2005 11:59 , Blogger Manuela B. disse...

Gosto sempre q posso de ler os teus textos...
muito proprios...
Obrigado pela visita

Hoje tou menos sorridente

 
Às 17 outubro, 2005 12:51 , Blogger Rosario Andrade disse...

Excelente! Adorei o texto...

Abracicos

 
Às 17 outubro, 2005 17:14 , Blogger vero disse...

Gosto sempre de ler os teus textos...
venho cá várias vezes mas nem sempre tenho deixado um comentário!!!
Beijinhos***
:)

 

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