sábado, outubro 15

ALUCINAÇÕES

Ausência de uma coluna vertebral que dê aprumo ao corpo quase desaparecido na imaterialização forçada da escravatura diária.
Falta o eixo central para que o círculo aconteça.
Ante os olhos atónitos o impensável: o cair do meu próprio corpo aos meus pés, desalinhado, aparentemente sem vida nem nenhuma espécie de vitalidade.Essa ausência de arame que o mantenha hirto [as árvores morrem de pé] é uma indignação que recuso.[Castigo de desuses] parece a explicação plausível se eu não soubesse que deuses são apenas miragens. O que me leva a um outro pensamento lógico: aqueles fulanos que formam reunidos numa antologia a que vamos chamando Bíblia andavam todos alucinados com o consumo de drogas.
Moisés admite ter visto Deus. Não admira. Posso bem imaginar a quantidade de haxixe consumido.Deve ter visto muitas outras coisas. A ressaca é que não o deixou lembrar-se.
Pior do que a ausência da coluna vertebral que me faz imensa falta nem que seja para sentir arrepios de prazer quando ouço Supertramp, mais precisamente o saxofonista deles, é a ausência de mim.
Os dias tomam forma de loucura e alucinações. O sistema introduziu variantes do haxixe. A submissão foi a pior delas.
Uma vez uma amiga disse-me que se eu escrevesse que estava sentado à mesa a jantar com extraterrestres ela acreditaria.Pois bem: esse dia chegou.
Sensualidades:
O teu corpo coberto apenas com um fino vestido sem nada por debaixo dele a não ser um corpo desnudado num primeiro encontro que se saldou por noites de fornicação e entregas.O meter a mão por baixo e sentir-te húmida exalando vontades e desejos transtornou-me o acto de levar o automóvel para casa.O despertar um pequeno e estreito cinto resultou no cair do vestido no chão e no desnudar de roupas.
Esta ausência do arame no centro do corpo perturba-me.
Moisés – ele de novo – veio dizer-me que o velho testamento é um documento político. Acredito.Assim a Arca da aliança guarda um dos mais antigos documentos de subserviência que se conhecem.A ser agora vivo, o dito Moisés poderia bem ser um qualquer desgovernante de agora.Bush?! – Temo que sejam idênticos. – Moisés com variantes de ditador assumido.
(…) Enrolo-me nas palavras que escreveste. O saber-te mulher e tímida, escondendo palavras que me queres murmurar ao ouvido deixa-me na expectativa de te ler.E de te ouvir.
Chegou o “diller”. Para grande espanto meu, tenho à porta Judas com meio quilo de produtos proibidos.Garante-me a qualidade.Segredou-me ter sido Jesus a vender-lho. [Sei que o comprou no Líbano] o que garante a qualidade em principio.
“Em verdade vos digo: sem umas fumaças ninguém terá o reino dos céus” Marcos, 20:10:01

2 Comentários:

Às 15 outubro, 2005 22:17 , Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

lol
Será...estou ainda a mastigar estas palavras em tons de tempo...

 
Às 15 outubro, 2005 23:16 , Blogger Su disse...

alucinei, enrolei-me em tuas letras

Judas sempre foi um amigo meu e Cristo sempre que bebia demais teimava em lhe chamar nomes

jocas maradas cheias de Coca que afinal tem o mesmo cheiro da Pepsi
:)))

 

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