Contrastes
[Cabelos tocam-te lábios] tudo em negro e alvo.
Esta ausência de ti e de mim conjuram o tremendo cenário da eternidade caminhando sempre em planos paralelos, sabendo-me e sabendo-te.
As árvores têm agora o colossal aspecto de grandes fantasmas, agitando-se com brisas e sopros.
O devolver da imagem distorcida por acção de um qualquer espelho que não é mágico aterra-me.
A mão na testa sustentando uma cabeça que não está aqui, um coração que bate e todavia está longe, longe…
Apenas a imagem imaculadamente alva de lábios bem desenhados e olhar perdido me conseguem manter agarrado a uma vida que não o é.
[Reconhecer-te-ia entre mil], entre todas as mulheres.
Fragmentos. Só fragmentos.
[Estilhaços de mim e de ti].
Lentamente as gotículas escorrem vidro abaixo, deixando pequenos desenhos assimétricos, caminhos sinuosos, mas sobretudo o sonho. O único sonho que tenho de facto.
[És tão intangível] que dir-se-ia viveres dentro de uma cúpula vítrea; apenas me é concedido o poder de te visionar.
[parecem-me bem os livros que estão atrás da tua imagem fantástica]
Fragmentos. Só fragmentos.
De ti e de mim.
Olho de novo o alvo das tuas roupagens contrastando com o negro de uma alma que já nem sabe se o é.
Ainda o sonho. Sempre o agridoce sonho do toque e da entrega.
[Restam fragmentos. Só fragmentos e insanas jangadas que num acesso de loucura e de imprevisibilidade podem fazer o milagre do encontro]
[Parece-me bem]
6 Comentários:
zé.... sempre um prazer em te ler.. beijo.. bom final de semana... gisele
nem sei porque não te visitei... mas gostei deste teu blog :) creio que só tinha lido poesia tua e aqueles posts do Inapto. gostei muito da tua prosa
beijo
parece-me bem esses teus fragmentos
como sempre amei ler-te
jocas maradas com estilhaços de mim
Atravesso o rio
os teus passos
Nele marcados
Deixam-me
um código
Neste vidro que escalda!
nesta paráfrase
neo-realista
cabelos
serão cordas
mãos que serão estradas
lábios
que resposta não podem dar
fragmentos
que se escondem
da luz da lua
como magia
contrastes
na adversidade de dois seres
fruto
que a sede alimenta
vidraça
de nevoeiros
o tempo faz-se verso
como luva de pelica
cariciando-nos com o perfume
das cores
nos reflexos
de todos os rios
Um beijo
isa xana,tal como sucede no primeiro dos três blogs em que participas, este é um blog com três contributors:
Peter
LetrasaoAcaso
bluegift
Bonito este teu texto de...fragmentos.
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