A ROSA INICIAL
Essa rosa extensa, intacta, tão macia e espessa
essa rosa, sim, ou a lira do teu ventre,
pulso-a, enquanto o corpo se desdobra como um polvo
magnífico. Todo o pequeno botão do teu umbigo,
essa minúcia mágica, infantil. Sinto a delícia espessa e subtil
de uma cratera quase unida, húmida e ardente, inicial.
Tem um sabor a mosto, a sal, a sangue
e também a salsugem, à quilha de um navio.
Aperto as tuas nádegas pequenas, sólidas, macias,
o mais redondo tesouro, o mais elástico, o mais espesso.
Dulcíssima delícia, ardente e fluida
de contínuos beijos que irrompem em torrente
e se espraiam em plácidas lagunas.
Duas pétalas elétricas formam o teu sexo oval
o centro absoluto da energia mais intensa e mais doce
tumultuosa união violenta partilha
do sangue sagrado que explode como uma rosa submersa.
António Ramos Rosa in “A rosa intacta” (enviado pela Amita, com os meus agradecimentos)
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