Pensar nas pessoas
“Não sabemos como nem quando esta crise vai acabar, não só aqui em Portugal, mas em todo o mundo dito “ocidental” e desenvolvido. Nas últimas horas, chegam notícias de que os “mercados” começam agora também a apontar baterias para Itália. O pânico começa a gerar-se na União Europeia e os líderes deste barco à deriva reúnem hoje, de emergência, para pensar no que fazer. A verdade é que parecemos andar todos à deriva de umas agências detidas por alguns dos maiores especuladores do mundo, que definem o destino de países e continentes como se estivessem simplesmente a jogar “Monopólio”.
Estes são os factos que por si só nos deveriam levar a pensar que não é possível o mundo das chamadas democracias exemplares estar a ser governado por mercados sem nome nem outro programa que não seja o simples critério do lucro.
Não são os especuladores que são “maus”. Eles apenas cumprem o seu papel. O que é muito mau é a ausência de políticos com “P” grande nesta Europa que, dia após dia, se afunda com a sua falta de estratégia e capacidade de decisão.
Tanto tempo se passou na Europa a tentar evitar que as instituições europeias tivessem verdadeiro peso político que agora restam-nos líderes fracos, confusos e que, ao verem a casa a arder, não são sequer capazes de chamar os bombeiros.
Resta-nos esperar que, tão rápido quanto possível, surja da sombra alguém que perceba que para governar, mais do que conseguir votos e ter discursos correctos, é preciso alma, coragem e saber correr riscos em nome do superior interesse das pessoas, algo que é, afinal, a única razão de ser da política.”
(Raquel Abecasis, “página1” de 11/07/2011)
Esperemos que esse “alguém” surja numa manhã de nevoeiro e, já agora, vários, pelos diversos países, para não perdermos também a Democracia…
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