Átomos de anti-matéria
O CERN anuncia que foram produzidos ali e confinados átomos de anti-matéria durante um tempo recorde: 16 minutos inteirinhos, um aumento de 5000 vezes em relação ao que anteriormente se tinha conseguido. A anti-matéria é o espelho da matéria de que o nosso mundo é constituído, não é explosiva nem perigosa em si: só que quando entra em contacto com a matéria, aniquilam-se uma à outra, gerando uma enorme quantidade de energia. O feito obtido pela equipa da experiência ALPHA do acelerador de partículas LHC do Laboratório Europeu de Física de Partículas (conhecido como CERN, a sigla do seu nome inicial), na Suíça, permite fazer algo inédito até agora: caracterizar um átomo de anti-hidrogénio.
O simples átomo de hidrogénio é um dos sistemas melhor conhecidos da física, salienta um comunicado de imprensa do laboratório. Nesta experiência, foram aprisionados durante 16 minutos, ou 960 segundos, cerca de 300 átomos de anti-matéria. “É um tempo suficientemente longo para começar a estudá-los”, explica Jeffrey Hangst, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, porta-voz da equipa ALPHA que relata os resultados na revista Nature Physics deste mês.
Um átomo de hidrogénio é formado por um protão, com carga eléctrica positiva, e um electrão, com carga negativa. Um átomo de anti-hidrogénio tem um protão negativo (antiprotão) e um electrão positivo (positrão). No Big Bang, julgam os cientistas, matéria e antimatéria terão sido criadas em quantidades iguais — mas hoje o Universo é feito apenas de matéria. Só se encontra a antimatéria por fugazes instantes. É um mistério o que terá acontecido à antimatéria, e por que é que o Universo terá preferido a matéria.
2 Comentários:
Hum... Muito interessante. 16 minutos! E, como se faz o isolamento dos anti-átomos!? E se algum escapa, há explosão?
Podem encontrar resposta às v/dúvidas em:
http://earthsky.org/human-world/jeffrey-hangst-creates-and-traps-antimatter
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