Proposta
“Sem ser economista, permito-me uma sugestão, até porque o que a realidade nos mostra é que a ciência dos economistas de pouco ou nada nos tem servido.
Dizer que quem está desempregado não quer trabalhar, porque não aceita as ofertas de emprego
existentes, é injusto e demagógico, Quem está nessa situação tem que, acima de tudo, tentar manter um rendimento mensal que lhe permita viver a si e à sua família. Não se pode dar ao luxo de perder ainda mais rendimentos.
Ora, o que se passa com muitos dos que estão desempregados é que recebem um subsídio de desemprego superior ao salário que lhes é proposto nas ofertas de emprego disponíveis. Como têm que optar entre uma coisa e outra, optam pelo subsídio, que lhes dá um rendimento superior.
Isto é um contra-senso e coloca os desempregados numa situação de aparente laxismo. A melhor forma de estimular as pessoas a reentrar no mercado de trabalho é o Estado dispor-se a cobrir o que falta a estes salários de forma a compor o rendimento mensal.
Para um leigo na matéria, que, se ficasse desempregado, a pior coisa que imagina é mesmo ficar sem trabalhar, parecem óbvias as vantagens desta solução: o Estado, apesar de tudo, poupa algum dinheiro, porque paga menos subsídio de desemprego e o desempregado reentra na actividade e no mercado de trabalho, sendo essa situação por si vantajosa para melhorar a sua situação pessoal e profissional.
Não será isto mais útil do que anunciar cortes cegos no subsídio de desemprego?
Já agora, é bom lembrar que o subsídio de desemprego não vem dos cofres do Estado: é rendimento das próprias pessoas que o recebem e que descontaram essas verbas ao longo da sua vida profissional.”
(Raquel Abecasis, in “Página 1” de 03/05/2010)
2 Comentários:
Não estamos a ser sério na abordagem do problema. Como sempre.
E qual é a tua abordagem séria?
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