O presente dia
São 06h00. Está aí o presente dia, que é o "presente" que Deus nos dá. Ele será o que nós fizermos dele.
Fui à casa de banho dar-me os bons dias, olhando-me no espelho e sorrindo para a minha imagem. Ultimamente falo muito comigo mesmo, são conversas íntimas, banais, com a minha consciência. Recuperei a tranquilidade e a paz de espírito.
Voltei a deitar-me, vendo a claridade difusa do dia nascente invadindo o nosso quarto, enquanto a minha mulher dorme tranquilamente a meu lado. É bom tê-la comigo.
Reparei agora que comecei a escrever do fim para o princípio do caderno e com este ao contrário. Não é azar, este não existe, é apenas uma das possibilidades do que pode acontecer. Este facto fez-me lembrar um romance, de ficção "O pecado de Darwin", de John Darnton, em que o diário secreto da filha foi descoberto escrito em livros de contabilidade, nas últimas páginas.
O que levou Darwin a formular a teoria da evolução?
Porque demorou vinte e dois anos a escrever "A Origem das Espécies" ?
Que misteriosa doença o debilitou durante tantos anos?
Este romance intrigante revela-nos que ninguém, hoje em dia, conhece a verdade que rodeia a vida de qualquer pessoa.
Lembrei-me agora do meu astrofísico preferido, Hubert Reeves. O seu livro "aves, maravilhosas aves - os diálogos do céu e da vida" é excepcional:
"O mais extraordinário aos olhos da Física contemporânea não é tanto que, por "razões químicas" a vida tenha aparecido na Terra, mas mais que ela "tenha podido aparecer na Terra (ou noutro sítio). É o facto de os electrões e quarks da "papa inicial", de há 15.000 milhões de anos, terem tido as propriedades necessárias para se poderem associar em proteínas e em cadeias de nucleótidos. É o facto de haver "razões químicas" capazes de dar origem à vida e de lhe permitir continuar a desenvolver-se," (pág 233)
E porque existem essas "razões químicas"?
Já Aristóteles escrevera:
" na Natureza, está em acção uma espécie de capacidade técnica orientada que trabalha a matéria a partir de dentro. A forma apodera-se da matéria, doma a indeterminação."
5 Comentários:
olha gostei, também eu converso muito sozinho, quer dizer até já conversei mais... já estava divagar, apenas um abraço e que escrevas mais vezes.
A natureza tem a sua própria natureza...
Bom texto, Peter - divagar, conversar sozinho é falar sobre as nossas próprias mudanças como pessoas...
Obrigada pela visita...
Beijos azuis...
Marta
Peter
É bom divagar e escrever e olhar os dias maduros com olhos diferentes.
Abraço
Peter,
Gostei desse acordar de bons presságios, com um sorriso no rosto.
Gostei que tenhas recuperado a tranquilidade e a paz de espírito... é um privilégio, meu caro.
Gostei da tua visita, Peter.
Um grande abraço
ás vezes, sabe bem pararmos um pouco e dar-mos valor aos nossos pensamentos..ter uma boa conversa connosco mesmos é importante, para reflectirmos sobre 'n' coisas.
Peter, espero que te encontres melhor.
beijo grande com muita amizade.
lucia
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial