ESPLANADA
Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora do liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.
manuel antónio pina
:)
6 Comentários:
Bela poesia! Mas a vida é assim; tudo passa, tudo tem seu tempo...
Bom domingo! Beijos
:))
Um poema muito interessante, que apreciei bastante. Desconheço o seu autor.
A minha ausência deve-se a uma recuperação mais lenta e que me tira a inspiração. O que vale é que os outros companheiros vão mantendo o blog vivo.
Abraço,
Peter
abraço, peter.
estimo as melhoras.
claro, conversar-se-á
s e m p r e .
Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
Manuel António Pina... um dos meus poetas de eleição.
"Sou o pássaro que canta
dentro da tua cabeça
que canta na tua garganta
canta onde lhe apeteça
Sou o pássaro que voa
dentro do teu coração
e do de qualquer pessoa
mesmo as que julgas que não
Sou o pássaro da imaginação
que voa até na prisão
e canta por tudo e por nada
mesmo com a boca fechada
E esta é a canção sem razão
que não serve para mais nada
senão para ser cantada
quando os amigos se vão
E ficas de novo sozinho
na solidão que começa
apenas com o passarinho
dentro da tua cabeça."
(Poema de Manuel António Pina
in "Carta a um jovem antes de ser Poeta")
As melhoras Peter, espero que esteja tudo a correr bem...
Um abraço carinhoso ;))
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