Encontrar um emprego em PORTUGAL
“O António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã.
Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).
Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss). Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas. Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego.
Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes.
Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...”
Claro que é uma anedota que circula por aí, mas é uma triste realidade. Praticamente não existe investimento, porque o Estado não cria incentivos (baixar o IRC e o IVA, combustíveis e electricidade mais barata para as indústrias e crédito mais barato, diminuição das despesas e demoras burocráticas …), não se criam novos postos de trabalho e prevalece o “lobby” do betão armado, que cria trabalho temporário. Mas enfim, já será alguma coisa, é preciso é que os grandes empreendimentos previstos arranquem e que se deixem de guerrinhas do “alecrim e da mangerona”.
Neste momento temos um governo de maioria PS. Um Governo a prazo, já que em 2009 não terá por certo essa maioria. Não por mérito da oposição, que praticamente não existe. Um PSD de “laranjinhas envergonhados” que viraram azuis e um PCP que desde 1974 passa o tempo a gritar “Governo para a rua”. O resto? O resto , são “peanuts”.
Não sou economista, leio jornais e vejo pouca TV. Mas a anedota não espelha também a tão propalada “Economia Global”?
12 Comentários:
Peter,
A meu ver a "introdução" está em contradição com a primeira parte da "conclusão"...:)
Esta ( a conclusão ) peca a meu ver por presumir que são os "governos" que mandam nas economias ( no caso do nosso portugalinho isso então é de gritos...), enquanto a primeira dá conta e muito bem do que é a "economia global".
Pessoalmente tenho dúvidas de que os tais investimentos não sejam apenas mais uma pastilha de "viagra", pois não vejo neles nada de estruturante. Mas garanto que gostava de estar enganado...:)
Manuel Rocha
Agradeço sinceramente o teu comentário/esclarecimento e concordo plenamente quando dizes que:
- não são os "governos" que mandam nas economias ( no caso do nosso portugalinho isso então é de gritos...).
Quanto ao restante comentário, não tenho bases para me pronunciar sobre o mesmo:
"Pessoalmente tenho dúvidas de que os tais investimentos não sejam apenas mais uma pastilha de "viagra", pois não vejo neles nada de estruturante. Mas garanto que gostava de estar enganado...:)"
Deves referir-te ao abaixamento de 1% no IVA, muito possivelmente já com intuitos eleitoralistas, pois o relacionamento da nossa economia insere-se necessariamente na recuperação do ambiente de crise mundial e de falta de confiança e de credibilidade em que vivemos.
Abraço
Há um círculo de dependência crescente entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos.
A ordem que o capital instaura na produção busca conter o mais possível os respectivos custos de modo a maximizar o lucro por cada nível de preços que o mercado aceite.
Deste modo, a contenção de salários vai ganhando alguma viabilidade pelo poder de compra que se torna possível de exercer sobre os bens importados dos países atrasados dados com preços em conta, pelo muito baixo nível de vida do terceiro mundo.
Assim se vão empobrecendo os povos do primeiro mundo e sobrevivendo os do terceiro mundo.
Quanto ao segundo mundo - que creio era o mundo comunista, de salários iguais, carências generalizadas e ocupação de tempos livres em instrução e cultura democrática, de massas -, o esquema de produção orientada pelo lucro e pela eficiência nunca se aplicou pelo anátema lançado à desigualdade e à liberdade individual. Era um mundo utopicamente subtraído às forças do mercado, com a ideia fixa de alcançar a maior felicidade social, mesmo sem bens materiais...!
Para lá das importações de bens a preços baixos, a contenção de salários também é viabilizada pelos supermercados - que esmagam os preços dos produtores -, pelas feiras dos ciganos, as lojas dos chineses, os restaurantes indianos, as tascas ainda não fechadas pela Asae, a proibição do tabaco, e, em breve, a melhoria dos transportes públicos urbanos.
Tudo isto contribui para dar poder de compra aos baixos salários dos que conseguem arranjar emprego; os desempregados, esses, com instrução superior, sem saberem fazer nada, vivem financiados pelas reformas dos progenitores, assim se evitando quer a emigração quer a subversão social.
Vasco
Obrigado pelo teu comentário que é um valioso contributo muito esclarecedor para o n/blog. Ao fim e ao cabo é o contributo dum especialista.
Abraço
Não Peter,
Era aos "grandes empreendimentos previstos" que me referia...:))
Já agora, acrescento uma dúvida( retórica): porque é que o "António" da história não comprou as "coisinhas" lá de casa "made in Portugal" ?!
As (des)economias globais também (sobre)vivem graças aos "Antónios" que somos todos nós, certo ?
Peter,
Sou analfabeta, não percebo nada de nada. M;as hoje, no carro, ouvi duas notícias do dia que devem ser muito mais importantes que esses "peanuts" de que estão para aí a falar. Alguém falou de Viagra, acertou, faz hoje 10 anos que o Viagra veio permitir... olha, uma data da coisas.
Outra coisa importante hoje ma AR. Facilitar o divórcio. Tu. Peter, chateias-te na rua ou no emprego, chegas a casa e dizes à mulher que lá está e aos filhos dela... "vou-me embora, quero o divórcio e vocês não têm nada com isso...
Haverá mais alguma coisa mais importante para tratar pela maioria? NÃO DEI CONTA, MAS A CULPA DEVE SER MINHA, NÃO DEVO ANDAR A BATER BEM... A IDADE!!!
Um abraço, Peter e claro que não quis faltar ao respeito à tua mulher (não gosto da palavra esposa)
Ou será para resolver o provlema do LFM? Ando sempre atrasada, bolas!
Peter,
Esta conversa toda para te dizer que emprego é o que não falta... não vês o aumento da delinquência consentida e aprovada, a começar pelas escolas.
E cereja no topo do bolo, o lindo espectáculo do BA contra o PGR.
Não se cale, senhor Procurador, que basófias já já temos que chegue!
Manuel Rocha
Quanto aos grandes empreendimentos, suponho que te referes ao TGV e ao Aeroporto de Alcochete (?) penso que são igualmente geradores de riqueza, embora uma fábrica bem gerida e com boa capacidade de produção de artigos de qualidade e com mercados de exportação, o seja mais.
O "António", tal como o meu neto, só se satisfaz com "artigos de marca" ...
Belíssimo comentário do "vbm" sobre "Economia Global". Sabe do que fala pois tem bases para isso.
A "anedota" pretende ridicularizar uma realidade irreversível: a chamada economia global.
Dantes, os países ricos sacavam as matérias primas aos outros, transformavam e vendiam.
A coisas estão a mudar de forma radical e acelerada.
Não vejo mal nisso!
Antes pelo contrário!
Obviamente que ainda estamos a meio de um longo percurso que não se sabe bem com vai acabar.
E Portugal anda lá metido.
A Efacec até já fabricou materiais para uma das últimas naves espaciais lançadas.
Abraço
Meg
Primeiro "a pílula" e depois o "Viagra", revolucionaram o comportamento sexual. É pena que o Viagra esteja na origem do aumento dos casos de Sida entre os idosos ...
Quanto ao divórcio por decisão unilateral, gostei de ouvir o Miguel Sousa Tavares hoje no noticionário da noite da TVI:
- O casamento é um contrato e qualquer contrato não pode ser rescindido unilateralmente por decisão de uma das partes.
- Um casal une-se por "comunhão de adquiridos". Um dos cônjuges trabalha e faz fortuna. O outro decide ir-se embora e leva metade do que o outro adquiriu pelo seu único e exclusivo trabalho?
O que é isso do "problema do LFM"?
O Procurador Geral da República é "o meu herói".
Sorry... LFM = PSD
Temos o mesmo herói. E pelos vistos devia ter visto o M.Sousa Tavares.
Continuo a perguntar... não há assuntos no mundo para resolver?
Se não souberem de nenhum eu tenho lá um em casa.
Pescadores que não pescam, lavradores que não lavram, terras que não são cultivadas... A QUEM INTERESSA A FOME...DAS CRIANÇAS?
E o que é que andam 3 portuguses, ex-qualquer coisa, passeando pelo mundo em nome da tuberculose, da fome, e doutra coisa qualquer...
Depois compreendes o meu estado de espírito.
Um abraço
O artigo é pertinente e o comentário do vbm deveria passar a post.
Abraços
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