domingo, janeiro 8

Assumir responsabilidades

Em qualquer país do mundo ocidental em que nos integramos são exigidas responsabilidades e assim tem que ser, senão era uma completa "rebaldaria". O Povo soberano delega no Partido vencedor o poder de zelar e defender os seus interesses, de gerir a "res publica", o que ele deverá fazer de acordo com o princípio que vem de Montesquieu, da "separação de poderes".
Na Grã-Bretanha é assim. Estou a lembrar-me da série "Yes Minister", os Governos passam, mas a máquina burocrática permanece. São eles que dão continuidade ao funcionamento do Pais. No fundo, são eles que manobram o Poder por detrás dos bastidores. Quando o Governo cai tudo continua a funcionar, não há trocas de lugares na Administração Pública, nem nos gestores das grandes empresas estatais.
Em Itália não é assim, em França, em menor escala, também não é, e então em Portugal é o máximo do despudor: o Partido que vai para o Poder coloca imediatamente nos lugares-chave, os homens da sua confiança, o que até certo ponto se compreende, porque os detentores de cargos públicos não estão lá para servir o País, mas sim os interesses do Partido a que pertencem.
Daí as enormes quantias que, em detrimento das necessidades básicas da população, são dispendidas em enormes indemnizações, ou chorudas reformas antecipadas.
Nos EUA todos nos lembramos do "escândalo Watergate", que levou à demissão de R. Nixon, o Presidente em exercício. Neste momento a popularidade de Bush, está de rastos e os inquéritos que actualmente decorrem naquele país e que envolvem figuras gradas, próximas do Presidente, podem tornar Bush num 2º Nixon.

Se se verifica uma grave anomalia num determinado Serviço Público, a primeira atitude a tomar pelo respectivo Director deveria ser, TEM DE SER, a apresentação do seu pedido de demissão. Ele está naquele lugar para assumir a responsabilidade pelo funcionamento do Serviço.
O Governo poderá não a aceitar. Em minha opinião deve sempre aceitá-la, mandando de seguida proceder, através das vias adequadas, a inquéritos que apurem responsabilidades, no sentido de identificar as causas e os intervenientes. Mas o 1º responsável é sempre o Director de Serviço.

No Exercito existe uma norma, que vem desde a reorganização do mesmo pelo francês Conde de Lippe, no sec XVIII, mas que sobreviveu até aos dias de hoje, apesar das profundas alterações introduzidas pós - 25 de Abril, e que diz:

"O comandante é sempre responsável por tudo o que se faz, ou se deixa de fazer"

Seria bom que isso também se verificasse na vida civil.

3 Comentários:

Às 08 janeiro, 2006 19:11 , Blogger Peter disse...

letrasaoacaso:

comandante=ministro=director de serviço

A desculpa esfarrapada é sempre a mesma:
"falta de meios"
Então se não tem meios para pôr o Serviço, para cuja chefia foi nomeado (a maior parte das vezes, mais por cunhas, que por mérito) a funcionar eficientemente, porque a aceitou?

 
Às 08 janeiro, 2006 20:08 , Blogger Heloisa B.P disse...

"Seria Bom"! Mas, nao e'assim que, de facto, acontece!
Bom Artigo, PETER*! e, como diz o *LetrasaoAcaso*, tambem eu, assino por baixo!E, como diz o Peter, na sua resposta ao Letras*:"se nao tem meios, para que aceitam o cargo"(!??).........
................Fica meu ABRACO e, e' sempre um PRAZER ler-VOS, mesmo que o TEMA, em si mesmo, nao seja muito propicio a "prazeres"!!!!!
........................Heloisa.

 
Às 08 janeiro, 2006 22:58 , Blogger Peter disse...

Lazuli, do teu comentário destaco a seguinte frase, que está de acordo com o meu pensamento e com a motivação que me levou a escrever o artigo:

"quem é responsável é o contínuo que se esqueceu das fotocópias"

 

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