Amantes...
Dois amantes felizes fazem um só pão,
uma só gota de lua sobre a erva,
deixam andando duas sombras que se juntam,
deixam um único sol vazio numa cama.
De todas as verdades escolheram o dia:
não se ataram com fios, mas com um aroma,
e não despedaçaram a paz nem as palavras.
A alegria é uma torre transparente.
O ar, o vinho, vão com os dois amantes,
a noite dá-lhes as suas pétalas felizes,
têm direito aos cravos que apareçam.
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.
(Pablo Neruda)
16 Comentários:
Amantes...
XLVIII de CEM SONETOS DE AMOR...
Beijo
Lindo!
Sabes? Hoje estou triste!
BShell
maria papoila, " e uma canção desesperada"
Bj*
isabella, procuramos agradar sempre às nossas leitoras ( e leitores, já agora ...).
Bj*
BShell, estás triste? Nem o post te anima?
Já estás boa da gripe?
Se calhar é o "síndroma post-eleitoral".
Bj*
…é como um baile de borboletas,
Vibrando no acasalamento,
Sobre o canteiro das violetas,
Ambas num tremor violento…
São amantes de um momento
Repetindo-o vezes, milhentas,
Como um doce fragmento,
Dessas vidas tão sedentas…
Muito belo, quer o texto, quer a imagem. Gostei! Beijinho
gostei
jocas maradas
Peter:
O poema e a conjugação dele com a pintura ..
Um quadro belo, como belas são as pessoas que se amam.
Deixo um poema de Neruda, en su original.
Tantos días, ay tantos días
viéndote tan firme
y tan cerca, como lo pago,
con que pago?
La primavera sanguinaria
de los bosques se despertó,
salen los zorros de sus cuevas, las serpientes beben rocío,
y yo voy contigo
en las hojas,
entre los pinos y el silencio,
y me pregunto
si esta dicha debo pagarla
como y cuando.
De todas las cosas
que he visto a ti quiero seguir
viendo, de todo lo que he tocado, solo tu piel quiere ir
tocando: amo tu risa de naranja, me gustas cuando
estas dormida.
Que voy a hacerle, amor, amada,
no se como quieren los otros,
no se como se amaron antes,
yo vivo viéndote y amándote,
naturalmente enamorado.
Me gustas cada tarde más.
Dónde estará?
Voy preguntando si tus ojos
desaparecen.
Cuánto tarda!
Pienso y me ofendo.
Me siento pobre, tonto y triste,
y llegas y eres una ráfaga
que vuela desde los duraznos.
Por eso te amo y no por eso,
por tantas cosas y tan pocas,
y así debe ser el amor
entrecerrado y general,
particular y pavoroso,
embanderado y enlutado,
florido como las estrellas
y sin medida como un beso.
"alerta", penso que o poema e a imagem se completam. Neruda é quase insuperável quando nos fala de "amor", tal como ilustras nos versos que nos trouxeste:
"São amantes de um momento
Repetindo-o vezes, milhentas,"
Bj*
gostei que gostasses dos versos que escrevi pelo meu alerta.
Beijo de boa noite
"lazuli", o belo poema que nos trazes, na sua língua original ( prefiro-o sempre, pois as melhores traduções acabam sempre por deturbar a criação do autor) traz-me algumas reflexões:
"Tantos días, ay tantos días
viéndote tan firme
y tan cerca, como lo pago,
con que pago?
(...)
y me pregunto
si esta dicha debo pagarla
como y cuando."
Uma vez disseram-me que tudo tem um preço, mas que há momentos vividos que valem bem o "preço" a pagar, por mais elevado que seja.
"Por eso te amo y no por eso,
por tantas cosas y tan pocas,"
É um final magnífico, como magnífico é o poema. Encontramos sempre em Neruda algo de nós próprios.
Beijos, aos milhares, como costumas enviar*
Neruda... Para os amantes - a benção - é eterna!
Excelente escolha, Peter.
Beijinhos
Betty, eu escolho, mas tu escreves. Preferia que fosse o contrário.
Bj*
que maravilha! vim retribuir a visita e acho que fico por cá :)
"polegar", pois fica. No fundo, isto é quase um fórum, que privilegia o diálogo com quem nos visita, que um blog.
Bom fds
"polegar", pois fica. No fundo, isto é quase um fórum, que privilegia o diálogo com quem nos visita, que um blog.
Bom fds
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial