segunda-feira, novembro 14

Real e Virtual

Para muitos, a passagem do virtual para o real é bastante dura. Para outros, impossível.

- Lembro-me dela, que não era ela, era ele.
- Lembro-me dele que não tinha charme algum, embora fosse um verdadeiro Don Juan no virtual. Sabia lidar muito bem com as palavras escritas.
- Lembro-me de toda aquela falsa alegria que vários deixaram transparecer durante anos através das letras e que, no real, rolou ladeira abaixo.
- Lembro-me de opções sexuais que não eram verdadeiras e de amizades que não foram sinceras.
- Lembro-me de críticos literários. Viviam de um sonho que possivelmente jamais concretizaram.
- Lembro-me dos exaltados, ferozes, provocadores. Verdadeiras “ovelhinhas” no real.
- Lembro-me de profissões virtuais: Médicos, Advogados, Engenheiros.Seres reais que nem sequer tiveram a oportunidade de passar na porta de uma faculdade.
- Lembro-me dos donos da verdade virtual, apenas virtuais. No real, não tinham opinião a respeito de nada. Perdiam-se dentro das suas próprias dúvidas.
- Lembro-me dos intelectuais, vários, a maioria de "trazer por casa".
- Lembro-me de amores que jamais passaram para o real pois no virtual já eram impossíveis. Se bem que necessários.
- Lembro-me do carácter dos seres virtuais. Como distinguir os bons e os maus? No virtual, nunca ninguém foi de ninguém e quando chegaram ao real, poucos foram de alguém.
- Lembro-me dos formadores de opinião e das “vaquinhas de presépio”.
- Lembro-me da unanimidade virtual, talvez a única coisa real.
- Lembro-me de enigmas. É assim ou assado? É falso ou verdadeiro?
- E lembro-me dos especialistas em enganar, trapacear, provocar.
- Lembro-me dos ódios e intrigas. Quem seria o vilão e a vítima? Jamais saberei.
- Lembro-me da ofensa, da necessidade de denegrir a imagem de pessoas que incomodavam a outras pelo simples facto de se destacarem virtualmente.
- Lembro-me, finalmente, que o único jantar a que fui, foi uma desilusão, para mim e para os outros e que o virtual jamais conseguiu ser real e o real vivia a anos luz do virtual.

Depois de lembrar-me de tudo isto chego á conclusão de que apenas sei que nada sei sobre o mundo virtual, assim como ninguém sabe.

(autor desconhecido)

10 Comentários:

Às 14 novembro, 2005 01:36 , Blogger Peter disse...

lazuli,fiquei "baralhado"! Vou-me deitar.*

 
Às 14 novembro, 2005 02:47 , Blogger Fragmentos Betty Martins disse...

Peter

Muita verdade disse esse (autor desconhecido)

Mas a Fernanda tem razão :)
É um pouco confuso - ou não fosse o "caso" virtual!

Adorei a avé maria :)

Beijinhos

 
Às 14 novembro, 2005 12:44 , Blogger Peter disse...

lazuli, eu tenho um dicionário para aí, dos tempos em que fiz a cadeira de "Direito romano", mas não o encontro.

“res quoque privatas statui sine crimine iudex, deque mea fassa est pars quoque victa fide. me miserum! potui, si non extrema nocerent, iudicio tutus non semel esse tuo.”

(Ovídio, “Tristia” – Liber secundus)

 
Às 14 novembro, 2005 12:46 , Blogger Peter disse...

letrasaoacaso:

Excelente comentário! E tão verdadeiro ...

P.S. - Acrescentei e suprimi algo ao texto recebido ...

 
Às 14 novembro, 2005 14:46 , Blogger Menina Marota disse...

Há anos, tive uma colega no Colégio que frequentava, que se gabava de tudo e mais alguma coisa.

Quando saia uma novidade, ela já a tinha.

O melhor carro era o do Pai.

Viajava por todo o Mundo, durante as férias.

Tinha uma casa de sonho...

Um dia, adoeceu. As colegas que mais estavam próxima dela (incluíndo eu) indagámos onde ela moraria, para a ir visitar. Falámos com a Directora da Escola, que nos deu a morada...

Acho que foi o meu primeiro contacto com o mundo virtual... e, daquilo que a mente humana, consegue imaginar para captar os outros.

Afinal, resumia-se a que a minha colega, tinha vergonha de ser quem era e sonhava um mundo de fantasias, para que a admirassem.

Ñunca mudei o meu comportamento para com ela. Nunca a desprezei, como algumas fizeram.

Hoje é uma óptima Senhora, Mãe de 3 filhos, mas aprendeu que a vida não é ilusões. Aprendeu que se pode gostar dos outros, mesmo que tenham vidas diferentes de nós. Aprendeu, que acima de tudo, temos gostar e aceitar aquilo que somos, para que os outros nos aceitem também...

Mas como diz o Zé (Letrasaoacaso) "A linha que divide o virtual e o real é muitissimo fina"

Quanto a mim, acima de tudo, prezo a Verdade, daquilo que sou e daquilo que fui... o que quer dizer, que me assumo de corpo inteiro...no real e no virtual... porque sou uma só.

Um abraço e boa semana .)

 
Às 14 novembro, 2005 15:52 , Blogger Peter disse...

elsaaaaa, visitei o teu outro blog e deixei lá um longo e "shocking" comentário ao artigo do meu antigo colega, Miguel Esteves Cardoso.
Agora tenho de desligar o PC pois já estou atrasado.

 
Às 14 novembro, 2005 19:59 , Blogger Peter disse...

menina_marota, essa tua amiga criou um mundo imaginário onde se sentia feliz. Perante uma realidade desagradável, ela criou um mundo só dela.
Talvez não se tratasse dum alarde de grandeza. Talvez ...

 
Às 15 novembro, 2005 10:41 , Blogger Peter disse...

bluegift,também podem passar no ecrã do PC ... Para ela passavam.
Ando com este CD no carro: Carla Bruni, "Quelqu'un m'a dit". É impossível encontrar na FNAC música francesa!!! Só os velhos dinossauros.

 
Às 15 novembro, 2005 23:19 , Blogger Peter disse...

Blue só o CD "Quelqu'un m'a dit". Já vi na FNAC e não têm mais, possivelmente ela não editou outro depois e é pena.
Recebeste o Arquivo sobre o "Infinitamnte grande ...."?

 
Às 20 novembro, 2005 12:37 , Blogger Peter disse...

bluegift, o vídeo que está à venda na FCG é sobre "As potências de 10", que nós vimos.
Este é outro diferente.

 

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