domingo, junho 12

Estou profundamente preocupado

Não, não é com o déficite. Este não pode ser o culpado de tudo o que de mau nos está a acontecer.
Estou a falar do "arrastão" na praia de Carcavelos, que foi primeira página em quase todos os jornais europeus, pelo menos naqueles países que mais contribuem para o nosso turismo, uma das parcas fontes de rendimento da nossa tão debilitada economia.
Um Estado que não garante aos seus cidadãos, nem aos cidadãos estrangeiros que nos visitam, a segurança necessária para se deslocarem livremente, ou para permanecerem onde querem, está a demitir-se duma das suas funções primordiais.

E depois aparece uma "menina" da TV muito preocupada porque no meio de toda aquela confusão, um polícia deu com o bastão numa indefesa senhora. Não há dúvida que foi o que de mais grave ali estava a acontecer. Será que a "menina" era mesmo jornalista, ou apenas uma dos "jobs for the boys" de um dos dois partidos que alternam entre si o Governo, que não o Poder. E mesmo esse Poder é um "Poderzito" ...

Já se sabia há muitos anos que o problema da 2ªgeração de imigrantes e talvez até já da 3ª, agora portugueses de lei, iria explodir-nos na cara. Aconteceu em França com os argelinos, mas aqui em Portugal nunca tal poderia acontecer! Mas aconteceu. Não se criaram em tempo as infra-estruturas sociais adequadas, foram segregados para bairros periféricos, em vez de se ter procurado integrá-los na comunidade e agora aí está: temos a criança nos braços.

Na América, até à 3ª geração, um descendente de imigrantes, desde que pratique um crime grave, é expulso do país. Mas nós somos o país do diálogo e da tolerância: mesmo esfaqueados e com os intestinos de fora, abençoamos o agressor.

Temos de descobrir, julgar e condenar os responsáveis, sob pena de os delinquentes confiarem cada vez mais na sua impunidade. Isso é primordial.

Depois, mas sem protelar a sua resolução, temos que encarar de frente o problema social.

Tenho o maior respeito e consideração pelos primeiros imigrantes, vindos das ex-colónias. Foram eles que construíram estradas, pontes, edifícios, todas as comodidades que usufruímos actualmente. Nunca vi, aqui em Lisboa, nenhum africano na mendicidade. Trabalharam e ajudaram-nos, por isso não tiveram tempo nem possibilidades de se ocuparem e de educarem os filhos.

Cabia ao Estado tê-lo feito. Mas não o fez ...

2 Comentários:

Às 12 junho, 2005 20:23 , Anonymous Anónimo disse...

O Estado nunca assume as responsabilidades. Desde quando é uma pessoa de bem?
Abraço

 
Às 18 junho, 2005 01:10 , Blogger Peter disse...

"libelua",tenho estado toda a semana fora e por isso só hoje te respondo. É um tema inconveniente e que ninguém comenta. É um problema que tem sido descurado pelos sucessivos Governos desde 1974! Se se comenta, acusam-nos de racistas. A "terna indiferença do mundo", como diria Camus, faz com que os cidadãos não mexam uma palha para ajudar ( a cobardia é muita).E muitas vezes podiam fazê-lo, sobretudo nos combóios, em que a sua superioridade numérica, perante os assaltantes, é um factor a seu favor.//// Mais que um roubo, o "arrastão" de Carcavelos, foi uma afirmação de Poder. E o Governo, qualquer Governo, não pode tolerar isso.

 

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