Que canto há de cantar o que perdura?
Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
(Hilda Hilst)
5 Comentários:
Ah...eu lembro-me de teres já colocado textos desta senhora. Mais um...magnífico. Beijo, BShell
Gosto dos versos dela.///Já fiz convite no cx3 à "bluegift", "letras_ao_acaso" e "anjo_do_sol".
Vou ver se envio um mail, no mesmo sentido, a cada um, logo que possa.
Bom fds.
Bom fds Peter.
Jinho, BShell
É sempre um prazer ler Hilda Hilst. Bjo Peter
Todos nos merecemos, porque...
O mundo somos nós...
a diferença
que existe,
entre mim e ti
entre o tudo
e o nada...
O mundo somos nós
naquilo que vemos,
naquilo que desejamos,
naquilo porque lutamos.
O mundo somos nós
o que fazemos,
com suor e sangue,
com amor e ódio,
com lágrimas e sorrisos.
O mundo somos nós
quando percebemos
que não estamos sós
O mundo... somos mesmo nós que o fazemos... dentro de nós.
Adorei ler aqui Hilda Hilst especialmente ao som desta música, de que eu tanto gosto
Abraço e obrigada pela partilha :-)
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