sábado, junho 11

Que canto há de cantar o que perdura?

Que canto há de cantar o que perdura?

A sombra, o sonho, o labirinto, o caos

A vertigem de ser, a asa, o grito.

Que mitos, meu amor, entre os lençóis:

O que tu pensas gozo é tão finito

E o que pensas amor é muito mais.

Como cobrir-te de pássaros e plumas

E ao mesmo tempo te dizer adeus

Porque imperfeito és carne e perecível

E o que eu desejo é luz e imaterial.

Que canto há de cantar o indefinível?

O toque sem tocar, o olhar sem ver

A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.

Como te amar, sem nunca merecer?


(Hilda Hilst)

5 Comentários:

Às 11 junho, 2005 12:19 , Blogger BlueShell disse...

Ah...eu lembro-me de teres já colocado textos desta senhora. Mais um...magnífico. Beijo, BShell

 
Às 11 junho, 2005 13:08 , Blogger Peter disse...

Gosto dos versos dela.///Já fiz convite no cx3 à "bluegift", "letras_ao_acaso" e "anjo_do_sol".

Vou ver se envio um mail, no mesmo sentido, a cada um, logo que possa.

Bom fds.

 
Às 11 junho, 2005 15:37 , Blogger BlueShell disse...

Bom fds Peter.
Jinho, BShell

 
Às 12 junho, 2005 19:17 , Blogger Amita disse...

É sempre um prazer ler Hilda Hilst. Bjo Peter

 
Às 13 junho, 2005 03:35 , Blogger Menina Marota disse...

Todos nos merecemos, porque...

O mundo somos nós...
a diferença
que existe,
entre mim e ti
entre o tudo
e o nada...

O mundo somos nós
naquilo que vemos,
naquilo que desejamos,
naquilo porque lutamos.

O mundo somos nós
o que fazemos,
com suor e sangue,
com amor e ódio,
com lágrimas e sorrisos.

O mundo somos nós
quando percebemos
que não estamos sós

O mundo... somos mesmo nós que o fazemos... dentro de nós.


Adorei ler aqui Hilda Hilst especialmente ao som desta música, de que eu tanto gosto

Abraço e obrigada pela partilha :-)

 

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