31 de Janeiro
Sargentos apelam à fiscalização sucessiva do
Orçamento
"Depois, vemos que estes cortes que mais
uma vez o Governo impôs vêm afetar sobretudo as classes mais baixas das
hierarquias, nomeadamente praças e sargentos. Mais uma vez a matriz ideológica
do Governo vem retirar a quem menos tem", criticou. Explicando que o dia
31 de Janeiro, comemorativo da primeira tentativa de implantação da República
em Portugal, é também comemorado como o Dia Nacional do Sargento, Lima Pereira
identificou "paralelismos por demais evidentes" com a atualidade.
"Há 123 anos, por força do ultimato imposto pela coroa britânica, a nação
estava de joelhos perante potências estrangeiras, o país estava numa situação
de pré-bancarrota por incapacidade dos governos que se iam alternando entre os
partidos regenerador e progressista. Para além disso, a situação do povo era de
miséria, a insatisfação era total, impunha-se uma mudança profunda",
recordou. "O discurso do não há alternativas, de que não vale a pena
votar, o facto de haver mais de 50% de abstenção é um sinal claro de que essa
consciência ainda não está tomada. Sucessivos responsáveis políticos têm
conduzido o povo português a este estado de alguma letargia e de algum
desacreditar. Isso não é inocente", sublinhou António Lima Coelho, em
declarações à Lusa à margem das comemorações do 31 de Janeiro de 1891 no Porto.
Para o responsável, quando "o povo português se consciencializar de que
está nas suas mãos a mudança de que o país precisa, pode bem ter a certeza que os
militares, e os sargentos em particular, estarão ao seu lado a defender os
valores democráticos, da liberdade e os valores e princípios inscritos na
Constituição".
"É importante que haja uma revolução e
essa revolução tem de começar pela revolução das mentalidades", sublinhou,
apontando a necessidade de defesa de "uma pátria soberana e
independente". Para Lima Coelho, "é muito grave" que
"deputados da Nação", nomeadamente os dos "partidos que apoiam o
Governo", digam que é preciso recuperar a soberania. les próprios admitem
que puseram em causa a soberania, isto não é uma atitude ligeira. Temos de
despertar para isso", afirmou. O presidente da ANS avisou que as armas
"letais" dos militares não podem ser usadas "levianamente nem
com um espírito de aventureirismo", mas defendeu não poder "baixar os
braços" nem "desistir de procurar as medidas que podem levar à
mudança". "Isso é com a força dos cidadãos, com a sua consciência.
Por isso temos de fazer e tudo o que tivermos de fazer para o despertar de um
povo que está um pouco letárgico", frisou.
A situação profissional dos sargentos também
preocupa a associação que, juntamente com a Associação de Praças e a Associação
de Oficiais das Forças Armadas, agendou para o dia 13 de fevereiro, no Largo de
Camões, em Lisboa, uma iniciativa pública para "decidir o que fazer mais
adiante". "Nos discursos oficiais, os responsáveis militares e
políticos gostam muito de dizer que os sargentos são a espinha dorsal das
Forças Armadas. Com o tratamento que nos vão dando, é uma espinha dorsal cheia
de escolioses e problemas", sustentou. O problema, referiu, é que "os
sargentos sempre foram votados a uma situação de esquecimento" e existe
"quase que uma xenofobia classista" relativamente à classe, não sendo
clara a sua definição de carreira ou reconhecida a sua capacidade académica.
1 Comentários:
abraço meu caro.
gostei de ler. aqui
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