A IGNORÂNCIA
Até que ponto um certo amor pelo espaço não revelará, afinal, uma
incompreensão muito grande desse mesmo espaço? Porque a Terra não está fora do
Universo, nem o Sol, nem a Via Láctea. Assim, se eu pensar em mim enquanto ser
humano, poderei sentir-me preso à Terra embora deseje ansiosamente sair,
conhecer outros espaços; mas se pensar em mim enquanto matéria pensante, e isso
é sobretudo aquilo que sou, compreendo que não preciso fazer viagem nenhuma,
que a viagem mais longínqua é a que faz a estrela que a Terra persegue
incessantemente.
Eu vivo numa imensa nave redonda e já viajo no espaço e no tempo; na verdade, se penso um pouco, compreendo que nunca fiz outra coisa senão desejar conhecer outros mundos. Mas Universo com vida é aqui. Pode haver mais, haverá certamente mais – “...seria um enorme desperdício de espaço se não houvesse...” (Carl Sagan) -, mas a Terra deve dar-me, enquanto não me for possível viajar no Cosmo, tudo aquilo que me é necessário, todas as fontes de deslumbramento e de encanto possíveis – se a Terra não me der tudo isso, estou certo que nenhum outro mundo me dará. A Terra é o dia único que contém todos os dias, a noite única que contém todas as estrelas, o pequeno mundo onde encontro todos os grandes mundos, o meu hoje que contém todos os ontem e todos os amanhãs, o instante onde encontro o infinito e a eternidade.
"o terror de se ser corpo, de se existir sob a forma de um corpo” (Milan Kundera, “A ignorância”)
Este sentimento leva-me a uma série de reflexões:
- O que me liga a Andrómeda para eu gostar tanto dela? Que sentir profundo é este que me relaciona com essa Nebulosa? O que nos une? Serão os elementos dos átomos que compõem o meu corpo, prioritariamente dali?
Eu vivo numa imensa nave redonda e já viajo no espaço e no tempo; na verdade, se penso um pouco, compreendo que nunca fiz outra coisa senão desejar conhecer outros mundos. Mas Universo com vida é aqui. Pode haver mais, haverá certamente mais – “...seria um enorme desperdício de espaço se não houvesse...” (Carl Sagan) -, mas a Terra deve dar-me, enquanto não me for possível viajar no Cosmo, tudo aquilo que me é necessário, todas as fontes de deslumbramento e de encanto possíveis – se a Terra não me der tudo isso, estou certo que nenhum outro mundo me dará. A Terra é o dia único que contém todos os dias, a noite única que contém todas as estrelas, o pequeno mundo onde encontro todos os grandes mundos, o meu hoje que contém todos os ontem e todos os amanhãs, o instante onde encontro o infinito e a eternidade.
"o terror de se ser corpo, de se existir sob a forma de um corpo” (Milan Kundera, “A ignorância”)
Este sentimento leva-me a uma série de reflexões:
- O que me liga a Andrómeda para eu gostar tanto dela? Que sentir profundo é este que me relaciona com essa Nebulosa? O que nos une? Serão os elementos dos átomos que compõem o meu corpo, prioritariamente dali?
- E quando me lembro do “filme-mito”, “2001-Odisseia no espaço”, o que vou encontrar senão “luz” e “música” (vibração)? Será que haverá seres que são só luz?
No livro acima os personagens têm vida própria e é assim que actuam. Movimentam-se livremente como indivíduos e as relações que se estabelecem são procuradas, no interesse de quem as procura, mas sem que com isso se entenda uma relação de dependência, antes de complementaridade.
Que me leva a “postar”?
Não estou sujeito a horário, nem a nenhuma obrigação de o fazer ou deixar de fazer. Estava para aqui a olhar o ecrã em branco...
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