quarta-feira, março 15

Da Tuna Académica do Liceu de Évora

No Alentejo, a constituição de Tunas é tradição muito antiga. A Tuna Académica está bastante ligada às comemorações do 1º de Dezembro. A rebelião de 21 de Agosto de 1637, em Évora, deve ter contribuído para o grande entusiasmo de que se revestiam, ainda no meu tempo, as comemorações do Dia da Restauração Nacional.
A Tuna Académica do Liceu de Évora foi fundada no 1º de Dezembro de 1902, e um dos seus objectivos é comemorar o 1º de Dezembro e é a Tuna Académica mais antiga do ensino secundário de todo o País e também a única tuna cujo repertório é exclusivamente só de peças instrumentais.
No meu tempo, no 1º de Dezembro, também percorríamos as ruas de Évora ao romper da alvorada, com o estandarte da Tuna, na companhia de muitos e muitos outros colegas que faziam algazarra. Após a saída do Liceu a primeira paragem da Tuna era sempre frente à casa do Reitor, Dr. Bartolomeu Gromicho, e depois de tocarmos o Hino Académico havia sempre ruidosos Efe-Erre-Ás. Seguidamente rompíamos a tocar pela rua, rumo às Portas de Moura, Praça do Giraldo, Jardim das Canas, etc., com paragens aqui e ali e muita algazarra, e regressávamos ao Liceu.
O repertório, não mais que oito a dez peças, incluía sempre o Hino Nacional, o Hino da Restauração e, claro, o Hino Académico do Liceu. No meu tempo, faziam parte do repertório, por exemplo, o Momento Musical e a Marcha Militar do Schubert, que me lembre, passados que são quase 60 anos que deixei o Liceu.
A Tuna Académica do Liceu de Évora, por sua vez, é madrinha da Tuna Académica do Instituto Superior Técnico, já que os elementos fundadores desta tuna universitária tinham pertencido à Tuna do Liceu de Évora.

(colaboração do antigo aluno: José António Anjos de Carvalho)

2 Comentários:

Às 15 março, 2006 09:10 , Blogger PDivulg disse...

Èvora bela cidade!

 
Às 15 março, 2006 10:26 , Blogger Peter disse...

pdivulg, continuas com "Os laços azuis"?
Este meu amigo publicou um texto muito completo sobre o Antigo Liceu nacional André de Gouveia, por onde passou Florbela Espanca e onde ensinou Vergílio Ferreira que ali escreveu "Aparição", inspirando-se em pessoas identificáveis para quem conhecia o meio.

 

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