Os intocáveis
Evidentemente que não sou jornalista e por isso não posso fazer trabalho de investigação e tenho que me ater ao que relatam os jornais, como é o caso, que provocou em mim um misto de apreensão (pelo que me poderá também acontecer) e de revolta.
Uma jóvem, então com 25 anos, procurou em Fevereiro de 2003, uma consulta particular de ortopedia, numa clínica de Lisboa, devido a uma forte dor na omoplata direita.
Como todos sabem e até já aconteceu comigo, uma injecção (infiltração) resolve o problema. E foi o que o médico especialista e professor universitário lhe fez.
Simplesmente, por volta das 03 da manhã, a paciente teve de baixar ao Hospital de Santa Maria, onde lhe foi diagnosticado um "pneumotórax provocado" (pulmão perfurado). A alta foi-lhe apenas dada a 12 de Março de 2003, tendo, durante o seu internamento, contraido uma "tuberculose hospitalar". A suspeita de um "tromboembolismo pulmonar", ainda a obrigou a seguir um tratamento que se prolongou por mais um ano.
O ortopedista em questão apenas esteve contactável uma vez e pouco ou nada adiantou, pelo que foi apresentada queixa na Ordem dos Médicos a qual, até à data, ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Estamos "feitos" ...
4 Comentários:
É o sistema a proteger-se a si próprio. Como estamos fora do sistema, estamos "feitos".
Um abraço. Augusto
"augustom" eu o que mais me admira e lamento, é seres o único a comentar o facto.
Ou as pessoas pensam que isto só acontece aos outros, ou regressámos a 24 de Abril de 1974, em que voltou o receio de se exprimirem livremente.
abraço
Lazuli, o imenso poder das Ordens, é Corporativismo puro, no pior sentido e não fica nada atrás do Corporativismo do Estado Novo, antes pelo contrário. Sabes bem que, entre nós é extremamente difícil, senão impossível, culpabilizar um médico, pois defendem-se uns aos outros e a Ordem estende sobre eles a sua "asa protectora".
Lazuli, o caso vertente, não tem nada a ver com o SNS, que defendo.
Penso que as Ordens deviam pugnar mais do que pela defesa dos associados, pela defesa e dignidade da profissão.
Lamento o desinteresse das pessoas por estes assuntos, talvez um temor referencioso perante o medico, que detem nas suas mãos o poder de vida ou de morte, e , portanto, nada de estar mal com eles, pois poderão vir a precisar dos seus serviços ...
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