A verdade sobre a crise portuguesa
Portugal está a braços com o real problema que tem impedido o nosso desenvolvimento: o cabide ou o cabido.
Podendo parecer uma questão menor, trata-se de facto de uma verdadeira questão existencial.
O cabido é por definição um gajo que usa uma coleira ao pescoço e que regra geral é padre.
O cabide é um objecto onde costumamos pendurar os casacos.
Mas se não temos um casaco, o que fazer com o cabide?
E se o gajo que normalmente é padre não usa coleira? E se usar a dita, esta for apenas uma vulgar coleira anti-pulga? Como se sentirão os bichinhos sabendo que aquela coleira provoca alergias?
Não fica bem dizer que se visitou o cabide da Sé. Muito menos fica bem dizer que se usou o mesmo para pendurar a roupa. Sobretudo se estas forem as cuecas, pese embora a forte possibilidade do cabido poder dar um óptimo cabide. Basta imaginar uma vulgar reunião social onde o cabido desempenha o papel de cabide. “Não se importa que coloque os sapatos na prateleira de baixo?”, ou “posso usar os seus bolsos para deixar ficar o lenço que vomitei após ter ingerido uma enorme quantidade de álcool?”
Pergunta de retórica, já que o cabido, no papel de cabide não pode falar. Já imaginaram um cabide a falar?
Seria lindo observarmos um cabide amarelo a recusar-se a suportar o peso de um casaco!
“Não quero esse casaco em cima de mim. Cheira mal”.
O ministério da educação criou uma comissão com o intuito de esclarecer esta enorme crise existencial portuguesa. Na verdade, todos nós sofremos imenso com este verdadeiro drama nacional. Pensa-se mesmo ser o culpado do défice.
O cabido enquanto cabide promove a igualdade entre o objecto e o ser humano. É desse afecto que de facto precisamos. O amor de um cabide. De preferência amarelo!
A Igreja igualmente preocupada com o Cabido da Sé da Guarda, resolveu promovê-lo a cabide-mor.
“Uma solução sensata a pensar nos devotos de Fátima”, esclareceu D. José Policarpo já confundido com um salmão e que apenas por uma questão de sorte não acabou num tacho enorme do restaurante “O gato”.
A discussão mantém-se acesa, o debate continua em aberto e está tão vivo que os congressistas estão a atirar cadeiras à cabeça uns dos outros numa tentativa de clarificar a situação.
“Normal”, disse-nos o Cardeal Patriarca de Lisboa. “Umas boas cacetadas, ajudam. Lembrem-se de quando Jesus partiu a loiça à mãe por esta se recusar a deixá-lo ir brincar com Judas”.
Esta última parte carece de confirmação, mas o historiador José Matoso encontra-se ao largo do Mar Morto onde pretende mergulhar até encontrar a cassete vídeo que dissipará todas as dúvidas.
5 Comentários:
Um olhar atento sobre a crise recorrendo a uma certa "ironia", um artigo para se ler atento. Beijinhos para toda a equipa do Conversas de xaxa.
cara yatashi...
...é preciso olhar para lá das palavras, o mesmo é dizer para além do óbvio... ou seja, exige algum raciocínio... mas talvez haja alguma "dor de pensar"?...
Zé
Ah! se os "cabides" falassem - e os que se tornaram "cabides" se calassem - talvez as "coisas" se tornassem um pouco mais interessantes.
Acredita que o José Matoso, só vem do Mar Morto com a cassete!!!
Um beijo...
Um olhar mais do que atento à crise e não só, que culmina neste momento de humor inteligente. Excelente.
Obrigada pelas tuas palavras de apoio, são-me preciosas no momento.
Beijos
"A discussão mantém-se acesa, o debate continua em aberto e está tão vivo que os congressistas estão a atirar cadeiras à cabeça uns dos outros numa tentativa de clarificar a situação."
vale a pena ler-te, adora esta tua capacidade de conseguir fazer-nos rir do ridículo e de cenas tristes
jocas maradas psstt nada amarelas:)
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